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Oficina de Avaliação do Risco de Extinção de Raias de Água Doce é realizada no CEPSUL
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelo Processo de Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira, realizou, entre os dias 20 e 24 de outubro de 2025, a Oficina de Avaliação do Risco de Extinção de Raias de Água Doce, pertencentes à família Potamotrygonidae.
A oficina foi realizada nas dependências do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (CEPSUL/ICMBio), em Itajaí (SC), e contou com a participação de 25 pesquisadores de diversas universidades e instituições, incluindo IFAM, IFSC, UFAM, UFMA, EVC, UFPB, UnB, UFPA, UFSE, UFC, UFG, USP, CEPNOR, COFAU, MMA, MPA e IBAMA.O grupo de Elasmobranchii é avaliado sob responsabilidade da ponto focal do ICMBio/CEPSUL, Dra. Roberta Aguiar dos Santos, e do coordenador de táxon, Dr. Otto Gadig (UNESP).
As avaliações foram conduzidas por meio do Sistema SALVE (Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade), plataforma desenvolvida pelo ICMBio que centraliza, organiza e disponibiliza informações científicas e técnicas utilizadas na análise do risco de extinção das espécies. O processo segue os critérios e categorias internacionalmente reconhecidos pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), assegurando comparabilidade global e rigor científico.
Durante a oficina, foram avaliadas 30 espécies da família Potamotrygonidae, sendo 14 endêmicas do Brasil. A família inclui espécies de relevância ornamental e comercial, e sua conservação é essencial para o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos.As análises consideraram informações sobre tamanho populacional, distribuição geográfica, ameaças, uso e importância ecológica. Entre os fatores de ameaça identificados, destacam-se: perda e degradação do habitat, garimpo, poluição, captura excessiva e efeitos das mudanças climáticas, como eventos de seca extrema.
Como resultado preliminar deste processo, 10 espécies foram enquadradas em alguma categoria de ameaça, 7 foram classificadas como “Menos Preocupante (LC)” e 10 foram consideradas “Dados Insuficientes (DD)”. Esses resultados subsidiam o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) na publicação da Lista Nacional Oficial de Espécies Ameaçadas de Extinção.
O Processo de Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira é coordenado pelo ICMBio e tem como objetivo identificar o estado de conservação das espécies nativas do país, fornecendo informações essenciais para orientar políticas públicas e estratégias de conservação da biodiversidade.

