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Desenvolvimento social
Sudene publica boletim que amplia compreensão sobre a violência no Nordeste e oferece subsídios para políticas públicas
Publicação detalha efeitos da violência sob o público feminino no Nordeste. Foto: Depositphotos.
Recife (PE) – A Sudene lançou um novo boletim temático dedicado à análise da violência no Nordeste, reunindo informações do Atlas da Violência 2025 editado conjuntamente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O estudo atualiza dados, identifica padrões relevantes e oferece um panorama que pode apoiar gestores públicos na formulação e no aperfeiçoamento de políticas de segurança e desenvolvimento social na região. O documento está disponível no site da Sudene.
O boletim mostra que a violência letal no Brasil passou por uma trajetória marcada por oscilações entre 2013 e 2023, com um pico em 2017, com 65.602 assassinatos, seguido por reduções nos anos seguintes. O Nordeste acompanhou esse movimento geral, também atingindo seu maior número de homicídios em 2017, quando registrou 27.815 ocorrências. A análise das taxas de homicídio por 100 mil habitantes mostrou que o tema é significativamente desafiador no contexto nordestino, reforçando a importância de compreender fatores estruturais e dinâmicas territoriais que influenciam os indicadores.
Entre os recortes analisados, o boletim destaca a necessidade de atenção contínua a grupos historicamente mais expostos à violência, como jovens e pessoas negras. O estudo também registra que, apesar da redução do número absoluto de homicídios de mulheres no País e na Região, persistem desigualdades que exigem ações estruturantes e integradas envolvendo segurança pública, assistência social, educação e políticas de igualdade racial e de gênero.
O técnico José Luis Alonso, da coordenação-geral de Estudos e Pesquisas da Sudene, destacou que os dados apontam uma redução no número absoluto de homicídios de mulheres no Brasil (de 4.769 para 3.903) e no Nordeste (de 1.548 para 1.464). Apesar disso, ele chama atenção para o aumento da participação da Região no total nacional, chegando a 37,5% em 2023. Alonso também considera relevante observar o aumento da violência contra o público feminino: 37,5% das mulheres do país são vítimas de homicídio no Nordeste, sendo que destas, mais de 47% são negras.
Com o boletim, a Sudene busca aprofundar o diagnóstico sobre a violência letal na região e fornecer subsídios para políticas públicas mais eficazes. De acordo com Gabriela Nascimento, estatística da Coordenação de Avaliação e Estudos da Sudene, a iniciativa cumpre o papel de reunir evidências confiáveis, capazes de orientar políticas públicas mais eficazes e sintonizadas com as realidades dos territórios. “A análise é “essencial para iluminar a face mais cruel da desigualdade social e orientar a construção de políticas de desenvolvimento e segurança pública voltadas às populações mais vulneráveis”, afirmou a especialista.
Reportagem: Carla Pimentel, jornalista • Assessoria de Comunicação da Sudene • Mais informações: ascom@sudene.gov.br | (81) 2102.2102
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