Notícias
Comércio exterior
Sudene promove Nordeste como polo de industrialização verde no III Fórum Bahia-China
Superintendente Francisco Alexandre detalhou a estratégia da Sudene para posicionar o Nordeste como protagonista na industrialização verde da indústria nacional. Foto: Andrea Pinheiro (Ascom/Sudene)
Salvador (BA) - A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) apresentou, durante o III Fórum Bahia-China, a Região como um destino estratégico para investimentos estrangeiros, especialmente da China, com foco na reindustrialização verde e na transição energética. O destaque foi para o powershoring, que incentiva indústrias intensivas em energia a se realocarem para áreas com energia renovável abundante e competitiva.
O Nordeste possui a maior vantagem comparativa energética do Brasil, com ampla expansão das fontes eólica, solar e de biomassa. Na avaliação do superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, o cenário permite que a região se posicione de exportadora de commodities energéticas para uma plataforma industrial verde, viabilizando a produção local de bens industriais necessários à própria transição energética. Essa mudança resulta em indústrias limpas com menor pegada de carbono e maior competitividade internacional.
Durante sua participação no painel “Estratégias de Desenvolvimento no Brasil e na China: Crescimento Econômico, Combate à Pobreza e Industrialização Sustentável, o superintendente apresentou a estratégia da Autarquia para a promoção do desenvolvimento sustentável na sua área de atuação, buscando reduzir as desigualdades regionais e melhorar a qualidade de vida da população. Francisco Alexandre também destacou os instrumentos de planejamento e fomento da Sudene, como os fundos regionais e os incentivos fiscais, para a atração de investimentos para o Nordeste.
O representante da Sudene enfatizou que o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) é o norteador para as políticas públicas e investimentos na Região, baseado em sete eixos integrados, com a inovação como o "fio condutor". Já no âmbito financeiro, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) oferece mais de 20 linhas de crédito para diversos portes e setores, contando com um orçamento de R$ 52,1 bilhões para 2026. Já o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), administrado pela Sudene, financia empreendimentos com grande capacidade de geração de novos negócios e redução de desigualdades.
A articulação com o setor produtivo é complementada por iniciativas de parceria como a Chamada Nordeste, que em conjunto com as instituições financeiras atuantes na Região, como o BNDES, o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Finep, além do Consórcio Nordeste de Governadores, oferece R$ 10 bilhões em créditos para viabilizar projetos ligados à política Nova Indústria Brasil.
Comércio exterior
Durante o evento, o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, falou sobre as relações entre os dois países e destacou com ênfase nas relações com a Bahia. “A China é seu maior mercado de exportação e importante fonte de investimento. Temos importantes investimentos consolidados no estado, como a construção da ponte Salvador-Itaparica, a fabricação de turbinas e pás eólicas e de automóveis. E estamos preparados para implementar projetos que trazem alta geração de tecnologia, geração de empregos e bem-estar aos baianos., geração de energia, fabricação de automóveis”.
Entre janeiro e outubro deste ano, a Bahia exportou R$ 5,4 bilhões em produtos para a China, representando 39,1% do total exportado pelo País, segundo dados da Sudene. É o estado do Nordeste que mais envia produtos para o país asiático. Já o volume de importações foi de R$ 4,3 bilhões, o equivalente a 37,1% do Brasil comprou da China em 10 meses.
De acordo com a cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Tian Min, para o próximo quinquênio, os princípios orientares e principais objetivos para o desenvolvimento econômico e social do país têm, entre suas prioridades, o estabelecimento de um sistema industrial moderno, a aceleração da autossuficiência na ciência e tecnologia, transição verde e expansão da abertura ao exterior. “A modernização chinesa tem futuro promissor e gerará oportunidades para o Brasil”, disse.
Ela citou algumas áreas que terão atenção na relação entre os dois países. A primeira é o reforço ao intercâmbio de experiências de desenvolvimento, especialmente no combate à pobreza. “Teremos um amplo programa de bolsas de estudas e oportunidades de capacitação”, frisou. Além disso, há a promoção da cooperação econômico comercial de benefícios mútuos, a maior participação de empresas brasileiras em feiras chinesas e o intercâmbio cultural, pois 2026 será o Ano da Cultura e do Turismo Brasil-China.
Há uma expectativa de que o Brasil atrairá até R$ 27 bilhões em investimentos chineses até 2025, majoritariamente nos setores de energia verde e transição energética, com um aumento de recursos para o próximo ano.
Reportagem: Andrea Pinheiro, Assessoria de Comunicação da Sudene • Mais informações: ascom@sudene.gov.br | (81) 2102.2102
A reprodução é gratuita, desde que citada a fonte.
