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Fórum no Recife
Sudene impulsiona debate sobre economia circular e justiça socioambiental
Teresa Oliveira, coordenadora substituta de Promoção do Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente da Autarquia, afirmou que a economia circular é um caminho inevitável. Foto: Elvis Aleluia/ Sudene
Recife (PE) — A economia circular tem se consolidado como alternativa para repensar modelos de produção e consumo, reduzindo impactos ambientais e promovendo inclusão social. Reforçando a importância do tema, a Sudene participou, nesta sexta-feira (17), da mesa “O papel da Economia Circular para a Justiça Socioambiental”, realizada durante o II Fórum Nordeste de Economia Circular (FNEC). O debate reuniu gestores públicos, empreendedores e especialistas com experiências diversas na transição para um modelo produtivo circular.
Participaram da mesa Dulce Vale, presidente da cooperativa Cooper Rama, de Goiana (PE); Monalisa Andrade, gerente geral de resíduos sólidos da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco; Angélica Nobre, chef de gastronomia sustentável e criadora do projeto Angu das Artes; e Ekaterina Egorova, fundadora da Moscow Circular.
A Sudene foi representada por Teresa Oliveira, coordenadora substituta de Promoção do Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, que destacou a relevância de aproximar economia circular e justiça socioambiental para repensar o desenvolvimento regional. “Dois pontos me tocam profundamente: o primeiro é o acesso, o direito de acessar os bens que promovem a vida. Ainda há uma parcela significativa da população sem acesso a serviços públicos básicos. Por outro lado, falamos também de pessoas afetadas por um modelo de produção e consumo desigual. No fundo, estamos falando de desigualdade”, afirmou. Para ela, a Sudene tem o papel de enfrentar as disparidades que marcam o Nordeste, tanto em relação a outras regiões quanto internamente.
Teresa ressaltou que a economia circular é um caminho inevitável, pois o modelo econômico atual “não se sustenta mais”. Segundo a representante da Sudene, a transição deve também promover condições de trabalho dignas, reforçando o elo entre sustentabilidade e justiça social. A coordenadora defendeu que as instituições públicas invistam em letramento sobre o tema, tornando o aprendizado parte da rotina institucional, e desenhem políticas que cheguem efetivamente às pessoas e transformem a economia circular em prática cotidiana.
As discussões abordaram ainda a dimensão social da economia circular e os desafios para tornar o conceito uma prática concreta. Angélica Nobre e Dulce Vale defenderam políticas públicas que comuniquem o valor econômico e social dos resíduos, ressaltando que o que muitas vezes é tratado como lixo pode se transformar em insumo para novas cadeias produtivas, da gastronomia à reciclagem. Elas enfatizaram que a consolidação da economia circular depende de ações que alcancem a ponta, fortalecendo cooperativas, catadores e empreendedores locais.
Água e economia circular
Encerrando sua participação na II Fórum Nordeste de Economia Circular, a Sudene discutiu oportunidades, boas práticas e a importância do reúso da água no contexto da economia circular no painel “Água Circular: Da Sustentabilidade Hídrica ao Saneamento Ecológico”.
A Autarquia foi representada pelo coordenador de desenvolvimento territorial, infraestrutura e meio ambiente, Victor Uchôa. Na ocasião, o engenheiro agrônomo reforçou o compromisso da Sudene com práticas sustentáveis de uso da água, ressaltando que o tema perpassa os principais instrumentos de planejamento da autarquia, como o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE).
Por Agnelo Câmara