Raiva Animal
A vigilância da raiva animal no Brasil, englobam ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que compartilham informações referentes a casos de raiva em animais de interesse para a saúde pública como cães, gatos e animais silvestres, incluindo os casos de raiva em morcegos, hematófagos ou não e entre animais de produção como bovinos, equinos e outros.
Essas informações auxiliam na organização das ações de controle e mitigação frente aos casos de raiva em animais, buscando a prevenção de casos humanos e o bloqueio vacinal, se necessário, para impedir a disseminação do vírus entres as diferentes espécies.
Número de casos de raiva animal em cães e gatos, Brasil, 2002 a 2022*
Fonte: SVS/MS. Atualizado em 20/04/2023
Em 2015 (Tabela 13), na fronteira do Brasil com a Bolívia, ocorreu uma epizootia canina e um óbito humano, transmitido por cão pela variante 1 (que circula na Bolívia), nos municípios de Corumbá e Ladário, no Mato Grosso do Sul. Desde 2016 (Tabela 12) os casos de raiva em cães e gatos têm sido identificados como de morcegos e da variante compatível com canídeos silvestres. No ano de 2017 (Tabela 11), foram notificados 18 casos de raiva canina e felina, sendo oito identificadas com variante 3, oito com variante de canídeos silvestres e dois não foram possíveis a identificação. Em 2018 (Tabela 10) dos 16 casos de raiva canina e felina registrados, 14 tiveram a identificação de variantes, sendo seis por variante 3 e oito por variante de canídeos silvestres. Em 2019 (Tabela 9) foram registrados 26 casos de raiva canina e felina, dos quais 13 foram causados por variante 3, nove por variante de canídeos silvestres e quatro não foram possíveis a identificação. Em 2020 (Tabela 8), foram registrados 15 casos de raiva canina e felina, destes 11 foram causados por variantes de canídeos silvestres, três foram identificados como variante de morcego e um sem identificação. No ano de 2021 (Tabela 7), até o presente momento, foram confirmados 21 casos de raiva canina e felina, dos quais 13 foram causados por variante de canídeos silvestres, cinco por variante de morcego e em três não foi possível sequenciar a variante. Em 2022 (Tabela 6), foram confirmados 16 casos de raiva canina e felina, destes, oito foram por variante de morcego, três por variante de canídeos silvestres, e em cinco casos o sequenciamento viral ainda está em análise (Tabela 14 e Tabela 15).
Mesmo em um cenário de diminuição da raiva em cães e gatos, ainda assim, é importante que se monitore a circulação do vírus e principalmente, frente a um caso positivo de raiva nessas espécies, a identificação da variante viral envolvida, permitindo que se tome as medidas de controle e mitigação necessária em cada caso.
Entretanto, em situação de baixa incidência da doença, é importante qualificar as amostras a serem enviadas, evitando a sobrecarga nos laboratórios de amostras não compatíveis com casos suspeitos de raiva animal. Assim, preconiza-se o envio principalmente de amostras de animais:
- Com sinais e sintomas neurológicos (suspeitos da raiva);
- Que morreram no período de observação (animais agressores);
- Que tenham morrido em decorrência de atropelamento e encontrados mortos sem causa aparente ou definida;
- Que tenham sido encontrados mortos sem causa aparente ou definida.
As amostras devem ser colhidas e enviadas ao laboratório de diagnóstico de raiva conforme as orientações contidas no Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva.