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SAÚDE COM CIÊNCIA
Carvão ativado não “desintoxica” o corpo após vacinação
Foto: Walterson Rosa/MS
Uma influenciadora digital, conhecida por questionar a segurança das vacinas contra a Covid-19 e divulgar tratamentos de saúde não convencionais, afirmou em suas redes sociais que o carvão ativado poderia ser utilizado para “desintoxicar o corpo” de resíduos de vacinas e metais pesados. Essa informação é falsa.
Órgãos de saúde nacionais e internacionais, como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), não reconhecem qualquer protocolo de “desintoxicação vacinal”. Pelo contrário: reforçam que todas as vacinas aprovadas para uso são seguras, eficazes e passaram por rigorosos testes clínicos antes de chegarem à população. Vale lembrar que no Brasil, os imunizantes só foram aplicados após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Vacinas são seguras e não precisam de “detox”
A prática chamada “detox vacinal” não possui nenhum embasamento científico e pode ser perigosa à saúde, já que enfraquece a confiança na imunização e a credibilidade nas vacinas, cuja eficácia está cientificamente comprovada.
A OMS ressalta que os efeitos adversos mais comuns das vacinas contra a Covid-19 são leves e temporários, desaparecendo em poucos dias com cuidados simples, como hidratação e repouso. Em alguns casos, medicamentos isentos de prescrição podem ser úteis para controle dos sintomas. Entre eles, podem ocorrer cansaço, dor de cabeça, febre, calafrios, diarreia, dores musculares, ínguas e inchaço no local da aplicação. Casos graves são extremamente raros.
O que é e para que serve o carvão ativado
O carvão ativado é, de fato, um produto utilizado na medicina – mas em contextos muito específicos. Ele é essencial em emergências hospitalares para tratar intoxicações agudas por via oral, quando atua adsorvendo substâncias tóxicas no trato gastrointestinal, reduzindo sua absorção pelo organismo e facilitando a eliminação pelas fezes.
Portanto, o uso do produto é indicado apenas em situações de ingestão acidental de medicamentos, alimentos ou produtos químicos. Não há qualquer evidência de que o carvão ativado tenha efeito sobre vacinas no organismo. Até porque, considerando que as vacinas não são produtos tóxicos, este uso não possui nem fundamentação teórica.
Segurança das vacinas
As vacinas contra a Covid-19 utilizadas no mundo foram aprovadas pela OMS e aplicadas em bilhões de pessoas. Todas as vacinas passam por todas as fases de teste exigidas e, após a liberação para a população, elas continuam sendo monitoradas.
As vacinas utilizadas no Brasil e ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) são eficazes e seguras e possuem autorização de uso pela Anvisa. Além disso, elas passam por um rigoroso processo de avaliação de qualidade pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Combate à desinformação
É fundamental desconfiar de conteúdos sem fonte ou que apresentam uma fonte duvidosa ou desconhecida. Não compartilhe informações de saúde sem checar a veracidade em canais oficiais. A disseminação de conteúdos falsos pode colocar vidas em risco ao afastar pessoas da vacinação, uma das ferramentas mais eficazes de prevenção de doenças e que salva milhões de vidas todos os anos.
Anota aí: vacinas contra a Covid-19 são seguras, eficazes e não precisam de qualquer tipo de detox.
Fontes
As referências usadas nesta matéria são:
FGV - É falso protocolo de “desintoxicação” após vacina contra Covid-19
Não há necessidade de desintoxicação após tomar vacina
Ministério da Saúde esclarece informações falsas sobre "detox vacinal"