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SAÚDE COM CIÊNCIA
Vacina contra Covid-19 é segura para crianças e não causa morte súbita
Foto: divulgação/MS
Novamente circula nas redes sociais um boato alarmante: o de que a vacina contra a Covid-19 poderia provocar morte súbita em crianças — uma síndrome trágica que ocorre, geralmente, durante o sono do bebê e cuja causa não é identificada nem mesmo em autópsias. Essa afirmação é falsa e tem causado medo e desconfiança em relação à segurança das vacinas.
O fato é que não há qualquer evidência científica que relacione casos de morte súbita em crianças — ou em pessoas de qualquer faixa etária — à vacinação. Pelo contrário, estudos e dados oficiais comprovam que os imunizantes são seguros, eficazes e essenciais para proteger a saúde dos pequenos.
O boato ganhou força com vídeos e postagens sensacionalistas, muitas vezes feitos por grupos antivacina. No entanto, relatórios do Ministério da Saúde mostram que não houve aumento de eventos adversos graves, como infartos ou convulsões, após a vacinação infantil.
O que é morte súbida
A síndrome da morte súbita infantil é rara e ainda pouco compreendida. Ela ocorre de forma inesperada, geralmente durante o sono. A pessoa pode ter sintomas, como dor ou desconforto no peito e palpitações. Esses sinais aparecem horas ou até dias antes da morte súbita.
No caso da vacina pediátrica contra a Covid-19, os efeitos adversos graves são extremamente raros. As reações mais comuns são leves, como dor no local da aplicação e febre passageira — exatamente como ocorre com outras vacinas.
Segurança das vacinas
As vacinas são as principais formas de prevenção contra doenças graves. Todos os imunizantes passaram por testes extensivos nas várias fases clínicas, e só foram aprovados após comprovarem segurança e eficácia.
Além da autorização da Anvisa no Brasil, as vacinas foram aprovadas por agências internacionais de grande rigor científico, como a FDA (Food and Drug Administration- Estados Unidos) e a EMA (European Medicines Agency- União Europeia). Além disso, no Brasil, a qualidade das vacinas é rotineiramente avaliada pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).
Monitoramento constante
O Ministério da Saúde mantém ainda uma política pública de vigilância constante, que acompanha e investiga possíveis reações adversas às vacinas na chamada fase IV de monitoramento — ou seja, após a liberação para uso. É assim que são identificados eventos raros, como os ESAVI (Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização).
O ESAVI é qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação, não possuindo necessariamente uma relação causal com o uso de uma vacina.
No último boletim de monitoramento da segurança das vacinas contra a Covid-19 realizado pelo Ministério da Saúde, não consta qualquer confirmação de que as vacinas causem morte súbita, infarto, problemas neurológicos, catatonias musculares ou crises convulsivas em crianças.
Com base nesse monitoramento, é possível afirmar que:
- A maioria das reações adversas após a vacina não tem relação causal comprovada com o imunizante, e sim coincidem com condições clínicas anteriores da pessoa vacinada;
- Complicações graves são extremamente raras, geralmente leves e reversíveis;
- O benefício da vacinação supera amplamente os riscos;
- As vacinas reduzem significativamente a ocorrência da doença e de mortes por Covid-19.
Evidências científicas
Além disso, um estudo publicado na renomada revista científica Nature reforça que não há aumento da mortalidade cardíaca ou geral nas 12 semanas após a vacinação contra a Covid-19. Em contrapartida, a própria infecção pelo vírus da Covid-19 pode provocar efeitos colaterais graves, inclusive em crianças, como danos neurológicos e cardiovasculares.
Verifique antes de compartilhar
Lembre-se sempre: antes de repassar qualquer informação sobre saúde, verifique a fonte, o conteúdo e desconfie de promessas fáceis e textos sensacionalistas. Procure fontes oficiais e busque a afirmação em sites confiáveis, como o do Ministério da Saúde.
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Fontes
As referências usadas nesta matéria são as seguintes:
Existe relação entre vacinas e mal súbito?
Vacinas não causam síndrome da morte súbita infantil
Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE)