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SAÚDE COM CIÊNCIA
Vacinas da Covid-19 são seguras e não provocam síndrome pós-vacinação
Franklin Paz/MS
Mensagem enganosa enviada em grupos de aplicativos de mensageria e divulgada nas redes sociais afirma que as vacinas contra a covid-19 estariam provocando doenças crônicas por meio de uma suposta “Síndrome Pós-Vacinação contra a covid-19 (SVP)”.
Segundo a publicação, pessoas vacinadas com doses de reforço estariam apresentando sintomas persistentes por mais de um ano. Também são citados dados enganosos sobre aumento de atendimentos médicos entre adolescentes vacinados, com a justificativa de que a proteína spike permaneceria no organismo. Nada disso é verdade.
Vamos aos fatos
Não existe qualquer síndrome reconhecida pela ciência chamada de “Síndrome Pós-Vacinação contra a covid-19” ou “Síndrome pós-spike”. A expressão vem sendo usada de forma enganosa por grupos que divulgam desinformação sobre vacinas.
Como já esclareceu o podcast Fake News Não Pod, da Universidade de São Paulo (USP), não há qualquer base científica para essa associação. A proteína spike utilizada nas vacinas de RNA mensageiro, atua induzindo a resposta imune, e rapidamente é degradada pelo organismo após o processo de imunização, não permanecendo ativa no corpo.
Além disso, os sintomas descritos como “efeitos da vacina”, como fadiga, queda de cabelo, confusão mental ou dores musculares, são semelhantes aos da chamada “covid longa” — condição reconhecida oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como possível após a infecção pelo coronavírus, e não após a vacinação.
O que se percebe é que os dados usados para sustentar a existência da “síndrome pós-vacinação” visam apenas prejudicar a confiança em uma das medidas mais eficazes de combate à pandemia: as vacinas.
Proteína spike
Além disso, vale reforçar que é falso afirmar que a proteína spike permanece no organismo, sendo produzida permanentemente após a vacinação. O RNA usado nas vacinas se degrada rapidamente, geralmente em torno de 30 dias, conforme evidenciado por estudos. Apenas neste período, o corpo fabrica cópias da proteína spike, o suficiente para treinar o sistema imunológico e promover a resposta imunológica, que permite ao organismo reconhecer e reagir de forma mais rápida e eficiente frente ao vírus da covid-19.
Por isso, alegações de que a proteína spike das vacinas causa danos ao corpo não têm base científica. Ela é apenas uma proteína de superfície do vírus, que, graças às vacinas, ensina o corpo a reconhecer e se defender da doença.
Segurança
As vacinas utilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) contra a covid-19 foram aprovadas pela OMS e passam por rigorosos testes antes de serem liberadas ao público. Elas são aprovadas pelas principais agências reguladoras do mundo, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, e a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, com base em dados robustos que comprovam sua segurança e eficácia. Além disso, elas são constantemente monitoradas quanto a sua qualidade, efetividade e segurança.
Eventos adversos
O Ministério da Saúde reforça que a maioria dos eventos adversos das vacinas contra a covid-19 são, em sua maioria, leves e passageiros, durando poucos dias após a vacinação. Entre os eventos mais comuns estão dor no local da injeção, febre baixa, dor de cabeça ou mal-estar, sintomas que desaparecem em poucos dias. Casos graves são extremamente raros e monitorados pelas autoridades de saúde.
As vacinas são seguras, passaram por rigorosos testes antes de serem aprovadas e seguem sendo a melhor forma de prevenir formas graves da covid-19. Espalhar desinformação sobre efeitos inexistentes prejudica campanhas de imunização e coloca vidas em risco.
Fontes
As referências usadas nesta matéria são:
Fake News Não Pod #88: Não existe a síndrome pós-spike causada pela vacina da covid-19
Covid-19: Ministério da Saúde garante que os efeitos adversos da vacina são leves