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SAÚDE COM CIÊNCIA
Câncer e alimentação: o que é fato e o que é fake
Foto: Internet
A alimentação tem impacto direto na nossa saúde. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), uma nutrição inadequada é responsável por cerca de 20% dos casos da doença no Brasil. Mas afinal, quais alimentos estão ligados ao risco de câncer? E o que fazer para reduzir esse risco?
Menos consumo, mais saúde
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o INCA, as carnes processadas — como salsicha, presunto, bacon e linguiça — são consideradas cancerígenas e estão associadas, principalmente, ao câncer de intestino. Além disso, o consumo excessivo de carnes vermelhas, especialmente quando preparadas em altas temperaturas (churrasco e frituras), pode liberar substâncias químicas, que têm potencial carcinogênico.
O alerta da OMS baseou-se em relatório da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês). As carnes processadas estão agora classificadas no grupo 1 de carcinogênicos. Significa que já há evidência suficiente de sua ligação com o aumento do risco de câncer, e as coloca no mesmo patamar de carcinógenos conhecidos, como tabaco, amianto e fumaça de óleo diesel.
Outros alimentos que podem estar relacionados ao desenvolvimento de câncer incluem alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, salgadinhos, doces e alimentos industrializados em geral. Esses alimentos geralmente contêm altos níveis de açúcar, gorduras trans e aditivos químicos, que podem ser prejudiciais à saúde e aumentar o risco de câncer.
Anote aí
Veja cinco exemplos de alimentos associados ao risco de câncer:
1. Carnes processadas – bacon, presunto, salsicha e linguiça formam nitrosaminas (compostos orgânicos químicos classificados como potencialmente cancerígenas) no estômago e substâncias mutagênicas (agentes que causam alterações no material genético das células).
2. Frituras – o preparo em altas temperaturas aumenta o estresse oxidativo e a inflamação.
3. Refinados – açúcar e farinha branca em excesso estão ligados ao crescimento de células cancerosas.
4. Bebidas alcoólicas e gaseificadas – ricas em açúcar e aditivos que podem causar inflamação.
5. Enlatados – muitas embalagens contêm Bisfenol A (BPA), substância associada a desequilíbrios hormonais e alterações no DNA.
É importante ressaltar que o consumo desses alimentos não garante necessariamente o desenvolvimento de câncer, mas pode aumentar as chances, especialmente quando aliado a outros fatores de risco, como tabagismo, sedentarismo e predisposição genética.
Isso significa que vou ter câncer se consumir esses alimentos?
Não. O consumo não garante que a doença vai aparecer, mas aumenta as chances quando somado a outros fatores de risco, como tabagismo, sedentarismo, obesidade e predisposição genética.
O que ajuda a proteger contra o câncer?
Uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes, verduras, cereais integrais, castanhas, feijões e outras leguminosas, junto com a redução de ultraprocessados, contribui na prevenção e auxilia no tratamento do câncer. Quer uma dica? Quanto mais colorida for sua refeição, mais saudável ela é. E lembre-se: não existem alimentos milagrosos que podem curar o câncer. Além disso, manter o peso adequado e ser fisicamente ativo são atitudes fundamentais.
É possível evitar o câncer apenas com alimentação?
Segundo o INCA, uma dieta saudável não só ajuda na prevenção como também auxilia durante e após o tratamento. A recomendação é consumir pelo menos cinco porções (400g) de vegetais por dia, sendo duas de frutas e três de legumes ou verduras sem amido, como cenoura, tomate e couve-flor.
Quer saber mais?
O INCA disponibiliza em seu site uma área dedicada à alimentação e câncer. Lá é possível conferir dicas práticas, mitos e verdades, publicações e vídeos sobre o tema. O espaço também orienta pacientes que já tiveram câncer sobre como manter hábitos que reduzem o risco de retorno da doença. Acesse o site do INCA e confira.
Fontes
As referências usadas nesta matéria são: