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SAÚDE COM CIÊNCIA
Vacinas na gravidez: saúde garantida
Foto: Internet
Não é de hoje que circulam pelas redes sociais posts e vídeos que afirmam que gestantes vacinadas contra a covid-19 têm complicações de saúde. A desinformação da vez cita que há um aumento de hemorragia pós-parto e da condição de útero flácido após vacina. A narrativa é falsa.
A verdade é que desinformações que envolvem gestantes e a vacina contra a covid-19 visam apenas gerar desconfiança e não possuem nenhum respaldo científico.
Vamos aos fatos
Dados coletados desde o início das imunizações indicam que as vacinas são seguras e eficazes para proteger gestantes contra covid-19 – doença que traz enormes riscos para grávidas e puérperas.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), como os sistemas imunológicos mudam durante a gravidez, as gestantes ficam mais vulneráveis a infecções respiratórias como a covid-19.
Se ficarem doentes, elas tendem a desenvolver sintomas mais graves e o tratamento pode exigir hospitalização mais longa em unidades de terapia intensiva, necessidade de suporte respiratório e tem maior probabilidade de morte em comparação com pessoas não grávidas da mesma idade e etnia.
Atualmente o Programa Nacional de Imunizações, recomenda a administração de uma dose da vacina a cada gestação.
Proteção dupla
Vacinas protegem vidas e, durante a gravidez, elas agem em dose dupla, garantindo proteção à saúde da gestante e do bebê.
Mulheres grávidas ficam mais suscetíveis ao adoecimento e complicações quando contaminadas por agentes infecciosos, já que o sistema imunológico sofre diversas alterações. Mesmo neste cenário, há muitas desinformações sobre a vacinação da gestante e a segurança das vacinas, o que gera receio e redução na adesão à vacinação.
Adicionalmente, bebês têm risco de complicações associadas à doença, incluindo insuficiência respiratória e outras complicações graves, logo a transferência de anticorpos (IgG) maternos para o feto é um benefício adicional da vacinação de gestantes.
Pesquisas
Estudo do Instituto de Saúde Materna e Perinatal de Oxford (OMPHI), da Universidade de Oxford, publicado na revista The Lancet, em 2023, mostra que a vacinação contra covid-19 fornece proteção eficaz contra o aumento do risco de complicações na gravidez.
A pesquisa foi realizada em 41 hospitais de 18 países, incluindo o Brasil, com participação do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, vinculado à Rede Ebserh/MEC (HU-UFMA/Ebserh/MEC).
Coordenada por pesquisadores da área perinatal da Universidade de Oxford, a pesquisa avaliou o impacto da variante Omicron da covid-19 em resultados maternos e neonatais, fornecendo informações robustas e baseadas em evidências sobre seus efeitos na gravidez.
A investigação evidenciou o risco aumentado de formas graves da covid-19 para mulheres grávidas infectadas e sintomáticas, e a importância da vacinação.
Estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz Bahia também demonstrou que a vacinação contra a covid-19, em todos os trimestres da gravidez, independentemente do tipo de vacina, é segura e não aumenta o risco de resultados adversos no nascimento ou de óbito. A pesquisa contou com base de dados e coautoria da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Os pesquisadores avaliaram a segurança das vacinas contra covid-19 de plataforma de vírus inativado (CoronaVac) e de mRNA (Pfizer) durante a gravidez, observando se a imunização poderia estar associada a problemas no nascimento do bebê e na mortalidade neonatal. Os resultados do estudo foram publicados no International Journal of Epidemiology, da Universidade de Oxford (UK), no dia 10 de setembro de 2023.
Desinformação
Antes de passar Fake News para frente nos grupos de amigos e família, vale conferir a informação em site de órgãos oficiais como o Ministério da Saúde. Saúde é coisa séria, e vacinas são seguras para gestantes.
Fontes
As referências usadas nesta matérias são as seguintes:
Vacinas e gravidez: uma combinação que garante saúde
Vacina contra a covid-19 em gestantes não apresenta risco para bebês
Gestantes que tomam CoronaVac transmitem anticorpos contra Covid-19 ao bebê, apontam estudos de caso