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SAÚDE COM CIÊNCIA
Eventos adversos da vacina da Pfizer contra covid-19
Foto: Internet
Se você recebeu uma mensagem que afirma que a Pfizer divulgou uma lista com eventos adversos da vacina contra a covid-19, estes esclarecimentos são para você. A postagem quer gerar medo na população. A maior parte dos eventos adversos citados na lista divulgada nas redes sociais não está relacionada à vacina contra a covid-19 da Pfizer. Dos problemas de saúde mencionados na postagem, apenas três aparecem efetivamente na bula da vacina da farmacêutica utilizada no Brasil: miocardite (infecção das fibras do coração), pericardite (inflamação do revestimento externo do coração) e paralisia facial aguda.
A ocorrência de problemas de saúde após a vacinação não significa, necessariamente, que a vacina foi a causa. Muitas vezes, os eventos supostamente atribuíveis à vacinação ou imunização (ESAVI) acontecem por outros motivos que precisam ser investigados com cuidado. Na maioria dos casos, a avaliação médica e epidemiológica mostra que o problema de saúde teria ocorrido mesmo sem a vacina, ou está relacionado a outras causas já conhecidas.
Onde consultar informações sobre ESAVI
A maioria das bulas estão disponíveis para consulta no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, as farmacêuticas responsáveis por cada vacina também costumam manter uma cópia do arquivo em sites institucionais. Neste momento, as especificações da Comirnaty, vacina produzida pela Pfizer, estão disponíveis, na página da Pfizer.
Ao receber notícias como estas verifique as informações nas bulas oficiais. As bulas de todas as vacinas e medicamentos dispõe de uma lista de eventos adversos que podem ocorrer após a vacinação. Além disso, consulte o site do Ministério da Saúde e da Anvisa, que dispõem de informações atualizadas sobre o monitoramento da segurança das vacinas em uso no Brasil: https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/esavi
É importante saber que existem diferentes vacinas da Pfizer. Atualmente, está em uso a vacina Comirnaty JN.1. Não está mais disponível a Comirnaty Bivalente BA.4/BA.5, nem Comirnaty XBB.
O que diz a bula
No caso específico das vacinas contra a covid-19 desenvolvidas pela Pfizer, os eventos adversos descritos em bula são divididos por faixa etária, em tipo de reação e frequência. Há as muito comuns, que ocorrem em 10% dos indivíduos vacinados; as comuns, que ocorrem em 1% a 10% dos vacinados; as incomuns, que ocorrem em 0,1% a 1% dos vacinados; as raras, que ocorrem em 0,01% a 0,1% dos vacinados; as muito raras, que ocorrem em menos de 0,01% dos vacinados; e, por fim, as chamadas desconhecidas, que os números não podem ser estimados a partir dos dados disponíveis.
Entre as muito comuns e comuns, estão aquelas que são mais conhecidas como dor de cabeça, diarreia, dor nas articulações, dor muscular, dor e inchaço no local da injeção, cansaço, calafrios e febre, náusea, vômito e vermelhidão no local da injeção.
Em reações raras, aquelas que ocorrem em 0,01% a 0,1% dos vacinados, consta a paralisia facial aguda. E nas muito raras (que ocorrem em menos de 0,01% dos vacinados) estão a miocardite e a pericardite. Quando associadas com esta vacina, a miocardite e a pericardite podem ocorrer em até 7 dias, sendo mais frequentes após segunda dose, em homens de 18 a 24 anos, em especial quando o intervalo entre as doses é menor do que o recomendado pelo Ministério da Saúde. Esses eventos têm uma característica benigna e resolução rápida com o tratamento adequado.
Sobre a vacina da Pfizer
A vacina da Pfizer contra a covid-19, também conhecida como Comirnaty, se baseia na tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), tecnologia inovadora que fez toda a diferença na luta contra a doença durante a pandemia.
Apesar de a tecnologia de RNA mensageiro ser estudada há décadas, a aplicação dela só teve repercussão mundial quando foi utilizada para a produção em tempo recorde de vacina contra a covid-19. O mRNA não entra dentro do núcleo das células e, portanto, não é capaz de realizar qualquer modificação genética no organismo. Essa vacina vai ensinar a célula a célula a produzir antígenos que irão estimular o sistema imunológico a reconhecer e combater a infecção pelo SARA-CoV-2, vírus responsável pela covid-19. Rapidamente o corpo degrada e elimina os componentes da vacina que não ficam acumulados no organismo.
Segurança
Todas as vacinas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Anvisa foram submetidas a testes, pesquisas e processos rigorosos que atestaram sua segurança e eficácia. Além disso, todas as vacinas em uso no país, incluindo as ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), passam por um rígido processo de avaliação de qualidade pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz, instituição responsável pela análise de qualidade dos imunobiológicos.
Chamado para ação!
Fuja da desinformação. Procure sempre informações em sites oficiais como o do Ministério da Saúde ou o da OMS.
Fontes:
As referências usadas nesta matéria são as seguintes:
É falso que a vacina da Pfizer tem veneno de cobra
Fake news sobre vacinas: entenda os perigos da desinformação
Anvisa esclarece sobre risco de miocardite e pericardite pós-vacinação
Não houve morte por miocardite em decorrência de vacinas contra a Covid-19 no Brasil
Acesse as bulas das vacinas contra a Covid-19
Ministério da Saúde reforça: vacinas são seguras e importantes contra Covid-19