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SAÚDE COM CIÊNCIA
Prisão do diretor da AstraZeneca na China não tem relação com vacina contra Covid-19
Foto: Internet
Publicação sobre a prisão de Leon Wang , vice-presidente executivo internacional e presidente da AstraZeneca China tem sido utilizado como Fake News. Segundo a publicação, a prisão representa uma avaliação global sobre a conduta e as decisões de grandes corporações e governos durante a pandemia de covid-19.
Vamos aos fatos?
É verdade que Leon Wang foi detido na China no final de outubro. O fato foi amplamente noticiado pela imprensa internacional e brasileira. A própria empresa divulgou, em seu site, no dia 30 de outubro, um comunicado à imprensa, no qual ressaltou que: “Leon Wang, vice-presidente executivo internacional e presidente da AstraZeneca China, está cooperando com uma investigação em andamento pelas autoridades chinesas. Nossas operações na China continuam sob a liderança do atual gerente geral da AstraZeneca China. Se solicitada, a AstraZeneca cooperará totalmente com a investigação”.
A AstraZeneca afirmou ainda que acompanhava a investigação, mas que os casos eram individuais e que a empresa, com sede no Reino Unido, não foi questionada.
Como pode ser verificado, é falso que a prisão do executivo e de outros funcionários tenha relação com a produção de vacina contra a Covid-19. Não há nenhuma afirmação de autoridades chinesas, da empresa AstraZeneca ou da imprensa internacional que relacione a prisão do executivo à vacina.
Na mídia
A agência de notícias econômicas Bloomberg, por exemplo, informou que a empresa é alvo de duas investigações, uma relacionada à coleta de dados de pacientes que poderia violar a proteção da privacidade e outra por importar um medicamento de combate ao câncer de fígado não aprovado no país.
Já a agência de Notícias Reuters destacou que a detenção tem relação com uma fraude de seguros nas vendas da empresa de medicamento contra o câncer de pulmão.
O jornal The Gardian, do Reino Unido, noticiou que a polícia chinesa deteve cinco funcionários atuais e ex-funcionários da AstraZeneca como parte de uma investigação sobre possíveis violações relacionadas à privacidade de dados e à importação de medicamentos não licenciados .
Lembre-se: a vacina é segura
A Organização Mundial da Saúde (OMS), além das principais agências reguladoras, como FDA nos Estados Unidos, EMA no Reino Unido, e Anvisa no Brasil, atestaram a segurança da vacina COVID-19 da AstraZeneca.
Após autorização de uma vacina, as autoridades de saúde realizam a farmacovigilância (monitoramento da segurança das vacinas) para detectar, avaliar, compreender, comunicar e prevenir qualquer problema relacionado à vacinação. Isso permite a identificação de Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização (ESAVI) raros e inesperados, e a implementação de medidas adequadas para mitigar riscos.
A vacina fabricada pela empresa AstraZeneca/Oxford, desenvolvida no início da pandemia, e produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi extremamente importante para o controle dos casos e redução de óbitos por covid-19 no Brasil e no mundo, salvando milhares de vidas.
Após o início da vacinação, inclusão de novas vacinas e a queda progressiva e intensa de hospitalizações e mortes pela doença, o uso das vacinas de vetor viral, como a AstraZeneca, foi limitada para os grupos com melhor perfil de segurança em dezembro de 2022, conforme Nota Técnica n.º 393/2022. No momento, o Ministério da Saúde distribui apenas vacinas de vetor viral contra covid-19, devido à disponibilidade das produtoras e recomendações da Câmera Técnica Assessora de Imunizações (CTAI).
Combate à desinformação
As vacinas contra a Covid-19 são alvo frequente de desinformação. Por isso, é preciso atenção: cheque os conteúdos antes de repassá-los a outras pessoas, verifique as fontes e desconfie de textos sensacionalistas. Lembre-se: vacinas salvam vidas!
Fontes
As referências usadas nesta matéria são as seguintes:
- Presidente da AstraZeneca China atualmente sob investigação
- É enganoso falar que Reino Unido irá indenizar pessoas por reações à vacina AstraZeneca
- Entenda o efeito colateral raro da vacina da AstraZeneca contra covid-19
- Sobre a recomendação de uso da vacina AstraZeneca/Oxford
- Nota Técnica 393/2022
- Fiocruz esclarece sobre vacina covid-19