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Observatório Nacional celebra 198 anos rumo ao bicentenário
O Observatório Nacional (ON), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), celebra neste 15 de outubro seus 198 anos de atividades ininterruptas dedicadas ao avanço da ciência no Brasil. Criado em 1827, apenas cinco anos após a independência do país, o ON consolidou-se como uma das mais antigas e respeitadas instituições científicas nacionais, com trajetória marcada por inovação, formação de recursos humanos e produção de conhecimento de excelência.
Ao longo de quase dois séculos, o Observatório Nacional tem sido protagonista na pesquisa e desenvolvimento nas áreas de Astronomia, Geofísica e Metrologia em Tempo e Frequência, campos em que atua com reconhecimento nacional e internacional. Além de conduzir pesquisas de ponta, a instituição também forma novas gerações de cientistas em seus programas de pós-graduação e iniciação científica, mantém a responsabilidade pela geração e disseminação da Hora Legal Brasileira e promove a divulgação e popularização da ciência, aproximando o conhecimento da sociedade.
Em seu 198º aniversário, o ON reafirma sua missão de contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico do país, ao mesmo tempo em que volta o olhar para o futuro.
“Graças ao fortalecimento de parcerias estratégicas, ao desenvolvimento de pesquisas básicas e aplicadas de ponta e à formação contínua de mestres e doutores altamente qualificados, o Observatório Nacional tem conseguido não apenas preservar, mas ampliar sua relevância científica e institucional. Essa trajetória de quase duzentos anos reflete uma combinação única de tradição e renovação, que mantém o ON na vanguarda da pesquisa e da produção de conhecimento no país. Dessa forma, continuaremos inspirando novas gerações de cientistas e retribuindo para a sociedade, com resultados científicos relevantes e desenvolvimento e inovação tecnológica, o investimento que nos financia. Que os próximos anos sejam de ainda mais descobertas e realizações. Rumo aos 200 anos!”, afirmou o diretor do ON, Dr. Jailson Souza de Alcaniz.
No ano de 2025, o ON deu as boas-vindas aos novos servidores aprovados em concurso público que passaram a integrar os quadros de analistas, tecnologistas e pesquisadores da instituição.

Além disso, este ano, o ON teve três projetos de infraestrutura científica contemplados pelo edital PROINFRA 2025, o que representa um ponto estratégico para o ON, já que viabiliza a consolidação e implementação de projetos de grande relevância institucional. São eles: Modernização da Infraestrutura Instrumental da Rede Sismográfica Brasileira (INFRA-RSBR); Laboratório Multiusuário em Computação Astronômica e Geofísica (LAMAG) e Infraestrutura para a Astronomia do Observatório Nacional (INFRAST).
Como parte das celebrações por seu 198º aniversário, o ON realizou a instalação de novos letreiros de identificação e placas de sinalização em seu campus com o objetivo de valorizar o patrimônio e melhorar a comunicação visual da instituição. Também foi realizada uma live no canal do ON no YouTube para relembrar a trajetória da instituição, desde sua criação, em 1827, até os dias atuais. Participaram da transmissão ao vivo o diretor do ON e a gestora da Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência, Dra. Josina Nascimento.

As áreas do ON e o caminho para os 200 anos
Com o olhar voltado para o bicentenário, gestores das coordenações e divisões do Observatório Nacional compartilham as principais conquistas do último ano e os desafios em andamento, destacando como cada área contribui para fortalecer a atuação da instituição e ampliar seu impacto científico e social.
COAST amplia parcerias internacionais e consolida projetos
De acordo com a gestora da Coordenação de Astronomia e Astrofísica (COAST), Dra. Simone Daflon, o último ano foi marcado por importantes avanços científicos e pela consolidação de parcerias internacionais. A COAST reúne pesquisadores, alunos de pós-graduação e iniciação científica, além de colaboradores voluntários, que atuam em diversas frentes de pesquisa em astronomia observacional e astrofísica teórica.
Entre os principais projetos liderados ou com participação do ON, destacam-se o IMPACTON/OASI — Iniciativa de Mapeamento e Pesquisa de Asteroides nas Cercanias da Terra —, que desde 2011 realiza observações regulares no sertão de Itaparica (PE), e os levantamentos fotométricos J-PAS, J-PLUS e S-PLUS, dedicados ao mapeamento do universo local e distante. Esses levantamentos tiveram liberações de dados significativas em 2026, indicando o bom andamento dos projetos. Neste ano, também teve início na área da astrofísica estelar o Projeto OCEANS (Overcoming Challenges in the Evolution and Nature of Massive Stars), dedicado ao estudo de estrelas de alta massa, com a participação de 15 instituições.
Para os próximos anos, a COAST se prepara para integrar iniciativas de grande porte, como o espectrógrafo ANDES, que fará parte do Extremely Large Telescope (ELT), e o projeto PLANETS, voltado para o estudo de exoplanetas a partir de um telescópio de 1,8 metros na Espanha.
Como parte das comemorações deste aniversário especial, a COAST pretende executar a reforma do pavilhão da centenária Luneta Equatorial de 46 cm, que já conta com recursos aprovados pela FINEP.

- Grande Luneta Equatorial de 46 cm
Geofísica evolui acompanhando desafios atuais de monitoramento e pesquisa
De acordo com o gestor da Coordenação de Geofísica (COGEO), Dr. Fábio Vieira, o último ano foi marcado por um processo de fortalecimento e modernização das atividades geofísicas do ON em resposta aos desafios contemporâneos. Entre os principais avanços do último ano, destacam-se:
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Modernização dos Observatórios Magnéticos: O Observatório de Tatuoca (PA) vem sendo modernizado para garantir maior eficiência na geração e aproveitamento dos dados do campo magnético, enquanto o Observatório de Vassouras (RJ) passou por revitalização, reafirmando sua relevância no registro e na pesquisa de dados geomagnéticos. Ambos estão integrados ao INTERMAGNET, contribuindo para o monitoramento global e padronizado do campo magnético da Terra.
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Modernização dos Laboratórios: Os laboratórios de Gravimetria, Petrofísica e de Paleomagnetismo, Cicloestratigrafia e Mineralogia Magnética estão sendo aprimorados, fortalecendo a infraestrutura de pesquisa, a capacidade de realização de ensaios e a formação de recursos humanos.
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Avanços em Gravimetria: O Laboratório de Gravimetria foi designado como Laboratório Primário do País na grandeza gravidade terrestre e reconhecido pelo Sistema Interamericano de Metrologia (SIM), consolidando sua referência internacional.
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Pool de Equipamentos Geofísicos: O ON vem ampliando seu acervo de instrumentos de alta precisão, aumentando a capacidade de realização de campanhas em diversos métodos geofísicos.
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Expansão do Monitoramento Sísmico: A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) passa por modernização e inicia sua expansão para a região offshore (RSBR-Mar), ampliando a cobertura para áreas costeiras e oceânicas.
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Integração com o Setor Produtivo e P&D: O ON vem ampliando sua atuação em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica, aproximando-se do setor produtivo e fortalecendo a interface entre ciência aplicada, indústria e inovação, contribuindo para a transição energética e o uso sustentável dos recursos naturais.
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Formação e Capacitação: O lançamento do Curso de Geofísica com Drones, o primeiro do gênero no Brasil, reforça o compromisso do ON com a formação de novos especialistas e a difusão de tecnologias emergentes.
“Esses avanços demonstram que o ON vem respondendo de forma contínua e estratégica aos desafios atuais de monitoramento, inovação e soberania científica, fortalecendo o papel do país na pesquisa geofísica de ponta e na prestação de serviços essenciais”, completou Fábio.

Precisão, rastreabilidade e inovação marcam o trabalho da Divisão de Serviços da Hora Legal Brasileira
De acordo com o gestor da Divisão de Serviços da Hora Legal Brasileira (DISHO), Dr. Ricardo Carvalho, o último ano foi marcado por avanços importantes na consolidação da infraestrutura nacional de tempo e frequência. A divisão, responsável por gerar, conservar e disseminar a Hora Legal Brasileira (HLB), manteve e aperfeiçoou seus sistemas, garantindo a precisão e a confiabilidade que sustentam há quase quatro décadas o sincronismo de instituições públicas, financeiras e científicas em todo o país.
Entre as realizações mais relevantes, destaca-se a nova auditoria interna do Sistema Integrado de Gestão da Qualidade do Observatório Nacional (SIGQON), que abrange o Laboratório Primário de Tempo e Frequência (LPTF) da DISHO. Essa auditoria reforça o compromisso da instituição com a melhoria contínua dos processos e com a manutenção dos mais altos padrões de qualidade e rastreabilidade metrológica. O LPTF é auditado regularmente desde 2004 e é designado pelo Inmetro como o Laboratório Primário das grandezas Tempo e Frequência no Brasil.
A disseminação da Hora Legal Brasileira segue sendo realizada por múltiplos canais — incluindo a hora falada, sincronismo público, serviços via web e certificação de tempo —, assegurando amplo acesso à informação horária oficial e apoiando setores estratégicos como a B3, o Banco Central e diversas instituições públicas e privadas.

Gestão administrativa fortalece infraestrutura do ON
Segundo o gestor da Coordenação de Administração (COADM), Luiz Carlos Pereira da Silva, a área tem desempenhado um papel fundamental no fortalecimento da infraestrutura e no suporte às atividades científicas e institucionais do ON.
“A gestão administrativa tem contribuído para fortalecer a infraestrutura da instituição, buscando aproximar os servidores da atividade-fim para juntos administrarmos contratações, aquisições, segurança, limpeza, manutenção predial e a gestão das pessoas que exercem suas atividades no ON”, destaca.
A COADM atua de forma integrada por meio de quatro serviços:
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SERHU – responsável pela gestão de pessoas e apoio aos servidores em assuntos como folha de pagamento, aposentadoria e pensões;
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SEMAP – cuida do controle patrimonial e das aquisições de bens, conduzindo processos de licitação e compras;
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SELOG – administra o campus, abrangendo segurança, limpeza, conservação, manutenção predial e de viaturas, além das contratações de serviços;
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SEFIN – realiza os pagamentos e o controle orçamentário, garantindo transparência e conformidade.
Com essa estrutura, a coordenação assegura o funcionamento eficiente da instituição e o apoio contínuo às atividades de pesquisa, ensino e prestação de serviços do ON.
Programas de Pós-graduação formam novas gerações de cientistas
Conforme destacou o gestor da Divisão de Programas de Pós-graduação (DIPPG/ON), Dr. Jorge Márcio Carvano, o programa de Pós-Graduação do ON, instituído em 1973, tem contribuído de forma decisiva para formar novas gerações de cientistas.
Ao longo desses quase 52 anos de existência, os programas já formaram 157 mestres e 136 doutores em Astronomia e 149 mestres e 72 doutores em Geofísica, muitos deles ocupando cargos de destaque na iniciativa privada e em instituições de pesquisa de renome nacional e internacional, inclusive no próprio ON.
A divisão mantém contato com agências de fomento, coordena atividades acadêmicas e gerencia espaços educacionais. Também atua na gestão de bolsas, no relacionamento com fontes de financiamento e no apoio à iniciação científica para estudantes de graduação.

Comunicação científica valoriza trabalho do ON
De acordo com a gestora da Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência (DICOP/ON), Dra. Josina Nascimento, o último ano foi marcado pela ampliação das estratégias de divulgação científica e fortalecimento da comunicação institucional. Responsável por tornar o conhecimento produzido pelo ON acessível à sociedade, a DICOP atua em diversas frentes, com ações presenciais e virtuais.
Entre as principais realizações do último ano, destacam-se o lançamento das páginas oficiais do ON no LinkedIn, com foco na interação com pesquisadores, estudantes e profissionais de ciência e tecnologia, e no Spotify, que amplia o alcance da instituição junto ao público mais jovem e traz um novo formato aos conteúdos: em áudio. Também neste mês de outubro, celebramos os 10 anos do Ciência no Rádio (veja vídeo de celebração), uma parceria com a Rádio MEC dedicada à difusão científica. A DICOP também pretende lançar em breve o podcast “PodObservar” (em áudio e vídeo) que trará conversas com convidados internos e externos sobre ciência e tecnologia.
No campo digital, a DICOP segue fortalecendo o site institucional com notícias e conteúdos diversos e as redes sociais do ON. Além disso, dá prosseguimento ao Programa “Céu em sua Casa: observação remota”, que transmite imagens do céu em tempo real a partir de diferentes regiões do Brasil. Já no âmbito presencial, segue participando de eventos como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), o Festival da Ciência e a Reunião Anual da SBPC, entre outros. Com relação às iniciativas voltadas à popularização da ciência e ao engajamento do público com a astronomia, a DICOP segue expandindo os Projetos AstroEducadores, Olhai pro Céu e AstroNasaBrasil.

A DICOP também vem implementando novas ações estratégicas voltadas à preservação de acervos, sustentabilidade, transparência ativa e acessibilidade. A divisão segue à frente da gestão da biblioteca e dos acervos físicos e digitais do ON, garantindo o acesso e a preservação do patrimônio científico e histórico da instituição.
“Nosso compromisso é fortalecer a ligação entre a pesquisa científica e a sociedade, tornando o conhecimento produzido no ON cada vez mais acessível e inspirador”, destacou Josina.

Tecnologia da Informação moderniza infraestrutura do ON
De acordo com o gestor da Divisão de Tecnologia da Informação e Comunicação (DITIN), Dr. Jorge Mansur, a área tem atuado de forma estratégica para modernizar a infraestrutura tecnológica do Observatório Nacional e garantir suporte eficiente às atividades científicas e administrativas.
Entre as principais ações estão a ampliação do Centro de Processamento de Dados (CPDON), melhorias na conectividade e segurança da informação, e o desenvolvimento de plataformas digitais, como o AcessaON, que moderniza a gestão de acessos e amplia a transparência. A DITIN também avança em automação de dados científicos e na criação de soluções inovadoras, como a Aurora, inteligência artificial dedicada à divulgação científica e ao combate à desinformação.
Em, 2025, a DITIN também foi contemplada no edital da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) para o Projeto Rede de e-Ciência (infraestrutura de alta velocidade que conecta grandes projetos de pesquisa no Brasil), consolidando mais um importante avanço na modernização da infraestrutura tecnológica da instituição.
“Essas ações fortalecem a infraestrutura tecnológica, a governança da informação e o impacto social e científico do ON”, destaca o Dr. Jorge Mansur.

Compromisso com o futuro da ciência
A poucos anos de completar dois séculos de existência, o Observatório Nacional reforça seu compromisso com a produção de conhecimento científico de qualidade, a formação de novos pesquisadores e a oferta de serviços estratégicos para o desenvolvimento do país.
O ON segue rumo ao bicentenário preparado para enfrentar os desafios científicos e tecnológicos das próximas décadas, contribuindo para um Brasil mais inovador, sustentável e conectado ao futuro, mantendo-se fiel à sua missão de “realizar pesquisa, desenvolvimento e inovação em Astronomia, Geofísica e Metrologia em Tempo e Frequência, formar pesquisadores em seus cursos de pós-graduação, capacitar profissionais, coordenar projetos e atividades nestas áreas e gerar, manter e disseminar a Hora Legal Brasileira."