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FLORESTAS PRODUTIVAS
Fundo Socioambiental CAIXA recebe 88 projetos relacionados ao Programa Florestas Produtivas
A CAIXA divulga, nesta terça-feira (21), o resultado da primeira etapa do processo de seleção de projetos do edital de Agricultura Regenerativa do Fundo Socioambiental (FSA) CAIXA, lançado em parceria com Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no âmbito do Programa Nacional de Florestas Produtivas. As 88 propostas apresentadas superaram as expectativas das duas instituições e revelam o sucesso da estratégia de engajamento, com realização de lives e uso da nova plataforma Bússola Social para inscrições de projetos adquirida pela CAIXA.
A seleção de projetos valoriza a agricultura regenerativa por meio de práticas que restauram a terra em vez de esgotá-la, o modelo recupera e revitaliza ecossistemas e a saúde do solo. Ela busca um ciclo positivo, onde a produtividade aumenta enquanto a biodiversidade, a saúde do solo e a resiliência do sistema são melhoradas.
As florestas produtivas são uma alternativa eficaz para a restauração e o reflorestamento, pois combinam a recuperação ambiental com a viabilidade econômica. Ao gerar renda para as comunidades locais, elas incentivam o uso sustentável da terra em vez de práticas degradantes, como o avanço da agricultura sobre áreas de floresta.
O vice-presidente em exercício de Sustentabilidade e Cidadania Digital da CAIXA, Jean Benevides, destaca que a utilização de florestas produtivas na agricultura regenerativa traz vantagens ecológicas e socioeconômicas. “Por um lado, a receita gerada pela extração de frutos, madeira certificada, castanhas e outras matérias-primas, além do ecoturismo, gera renda para as comunidades e cobrem os custos da operação. Por outro, ajudam a conservar a biodiversidade, a ciclagem de nutrientes, a polinização e a proteção de recursos hídricos, beneficiando o meio ambiente e a agricultura local. Isso sem falar no sequestro de carbono, auxiliando do combate às mudanças climáticas", enfatiza Jean.
Semeando esperança
O edital destinará R$ 50 milhões a projetos voltados à agricultura regenerativa e recuperação de áreas degradadas, no "Arco do Desmatamento", região que engloba o Acre, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Rondônia. Esses estados possuem uma alta concentração de agricultores familiares e assentamentos da reforma agrária, tornando-se áreas prioritárias para a implementação das ações. As instituições que forem selecionadas devem aplicar os recursos integralmente na execução do projeto, na região definida.
Para o secretário de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do MDA, Moisés Savian, o edital demonstra o compromisso da CAIXA. “Existe uma grande demanda na sociedade para o desenvolvimento das florestas produtivas. O resultado da parceria é uma verdadeira aliança pelo meio ambiente", destaca Savian.
A partir de agora, as propostas passarão para a etapa de avaliação e seleção. Primeiro serão analisados aspectos relativos à elegibilidade do projeto e da instituição, para certificar que atendem todas as exigências do edital. A etapa seguinte será a avaliação técnica do projeto, realizada por um comitê de especialistas da CAIXA e do MDA. Cada projeto aprovado na etapa final receberá até R$ 5 milhões. Todos os estados devem ter ao menos um projeto apoiado pelo FSA. O resultado final, com a indicação dos projetos que receberão o apoio, deve ser divulgado durante a COP 30, em Belém do Pará, no próximo mês de novembro.
Para acompanhar todas as etapas de seleção e outras informações sobre o Fundo Socioambiental CAIXA, basta acessar aqui.
Resumo do Edital 001 - Agricultura Regenerativa - Parceria FSA CAIXA e MDA
- Projetos inscritos: 88
- Valor médio: R$ 4.187.777,19
- Valor total solicitado nos projetos: R$ 368.524.393,13
- Valor do Chamamento: R$ 50.000.000,00
Entenda a Agricultura Regenerativa
Florestas produtivas são uma alternativa eficaz para a restauração e o reflorestamento, pois combinam a recuperação ambiental com a viabilidade econômica. Ao gerar renda para as comunidades locais, elas incentivam o uso sustentável da terra em vez de práticas degradantes, como o avanço da agricultura sobre áreas de floresta.
- Sistemas Agroflorestais (SAFs): Combinam árvores (nativas ou exóticas) com culturas agrícolas e, em alguns casos, com a criação de animais na mesma área. É uma estratégia eficiente para recuperar áreas degradadas e pode envolver espécies como açaí, cacau e cupuaçu.
- Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): Neste sistema, árvores, culturas agrícolas e animais são integrados de forma sinérgica, aumentando a produtividade e a qualidade do solo, o que reduz a pressão para abrir novas áreas.
- Silvicultura de espécies nativas: Consiste no plantio exclusivo de árvores nativas, com o objetivo de produzir madeira ou produtos não madeireiros, como frutos e sementes. A exploração é feita de forma sustentável, garantindo a regeneração da floresta.
- Manejo florestal sustentável: Envolve a extração de árvores maduras de forma controlada, abrindo clareiras que favorecem o crescimento de árvores jovens. A área explorada é deixada para regenerar por um período, assegurando a saúde da floresta a longo prazo.
Benefícios das florestas produtivas para a restauração
A utilização de florestas produtivas na restauração traz vantagens ecológicas e socioeconômicas:
- Viabilidade econômica: A receita gerada pela venda de produtos como madeira certificada, frutos, castanhas e outras matérias-primas ajuda a cobrir os custos de implantação e manutenção do reflorestamento, tornando o processo financeiramente atrativo para produtores rurais.
- Serviços ecossistêmicos: Além da produção, essas florestas promovem a conservação da biodiversidade, a ciclagem de nutrientes, a polinização e a proteção de recursos hídricos, beneficiando o meio ambiente e a agricultura local.
- Geração de renda: A produção sustentável cria oportunidades de emprego e melhora a qualidade de vida das comunidades que dependem diretamente dos recursos florestais, oferecendo uma alternativa à exploração predatória.
- Sequestro de carbono: Ao restaurar áreas degradadas com árvores, a floresta produtiva atua como um sumidouro de carbono, ajudando a mitigar as mudanças climáticas.
- Reabilitação do solo: O plantio de árvores e outras espécies contribui para a recuperação da estrutura e fertilidade do solo, especialmente em terras que foram intensamente degradadas.
A agricultura regenerativa e as florestas produtivas são cruciais para o futuro do planeta e para a redução das desigualdades sociais, pois oferecem soluções integradas que fortalecem ecossistemas, combatem as mudanças climáticas e promovem a inclusão social e econômica.
Combate às mudanças climáticas
- Sequestro de carbono: A agricultura regenerativa aumenta a matéria orgânica no solo, que atua como um reservatório de carbono, retirando o CO₂ da atmosfera. As florestas produtivas também contribuem significativamente para esse sequestro.
- Melhora da saúde do solo: Práticas regenerativas, como o plantio direto e a rotação de culturas, evitam a erosão e aumentam a fertilidade, diminuindo a necessidade de fertilizantes sintéticos.
- Aumento da biodiversidade: Ao criar ecossistemas agrícolas diversificados, essas abordagens oferecem habitat para diversas espécies de flora e fauna, tornando os sistemas mais resilientes a pragas e doenças.
Resiliência e segurança hídrica
- Melhor retenção de água: A saúde do solo regenerado aumenta sua capacidade de reter água, o que torna os sistemas agrícolas mais resistentes a secas.
- Serviços ecossistêmicos: As florestas produtivas, especialmente em sistemas agroflorestais, ajudam a regular o ciclo da água, protegendo bacias hidrográficas e garantindo o abastecimento para as comunidades.
Impactos sociais e econômicos
- Redução das desigualdades sociais
- Geração de renda: Ao integrar a produção de alimentos e produtos da sociobiodiversidade (como açaí, cacau e castanha) com a recuperação de áreas degradadas, as florestas produtivas geram trabalho e renda para agricultores familiares, comunidades indígenas e extrativistas.
- Segurança alimentar e nutricional: A agroecologia, que se baseia em princípios regenerativos, promove a produção de alimentos saudáveis e nutritivos, aumentando a disponibilidade e o acesso a produtos de qualidade para as comunidades.
- Fortalecimento de comunidades
- Incentivo à agricultura familiar: Políticas públicas e linhas de crédito, como o Programa Nacional de Florestas Produtivas, apoiam agricultores familiares na transição para práticas mais sustentáveis e na recuperação de áreas degradadas.
- Resiliência e autonomia: A diversificação da produção em sistemas agroflorestais e a redução da dependência de insumos externos fortalecem a autonomia das comunidades e as tornam menos vulneráveis a flutuações de mercado.
Como a integração funciona
A sinergia entre a agricultura regenerativa e as florestas produtivas, muitas vezes manifestada em sistemas agroflorestais (SAFs), é a chave para alcançar esses resultados. Nesses sistemas, árvores (floresta) e culturas agrícolas são cultivadas juntas, criando um ecossistema mais produtivo e resiliente.