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Seção Nacional marca preparação do Brasil para assumir a Presidência Pro Tempore da REAF
Créditos: Elio Rizzo/Ascom MDA
No próximo semestre, o Brasil assumirá a Presidência Pro Tempore (PPT) da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (REAF). Para marcar esse momento, Brasília recebe a 43ª Seção Nacional Brasileira da REAF. A abertura oficial do encontro ocorreu na manhã desta terça-feira (06) e contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira.
Em sua fala, Teixeira elencou questões voltadas ao avanço do diálogo entre Brasil e Argentina para o desenvolvimento agrícola, as diretrizes do PAC da Agricultura e o protagonismo da agricultura familiar na COP30. "A COP30 é uma oportunidade para repensarmos o modelo de produção de alimentos e o sistema agrícola, com base na sustentabilidade. Precisamos construir um novo sistema alimentar que promova saúde, inclusão e bem-estar. Por isso, queremos debater a COP30 em conjunto com os movimentos sociais", declarou. Ele ainda reforçou a importância da atuação dos movimentos sociais como articuladores junto aos demais movimentos dos países do Mercosul. "Na questão da REAF, os movimentos devem se articular com os movimentos argentinos e paraguaios para trazer maior compatibilidade", disse.
A Seção, que ocorre até amanhã na capital do país, contribui para a preparação do Brasil para a próxima PPT, além de ressaltar a importância do fortalecimento do diálogo entre os movimentos sociais e o Governo Federal na construção de estratégias para o fortalecimento da agricultura familiar com foco em mudanças climáticas, tecnologia, agroecologia, políticas de acesso à terra e combate à fome.
Durante a abertura, a secretária-executiva do MDA, Fernanda Machiavelli, relembrou os desafios na retomada do MDA e a inclusão da pasta nas agendas internacionais voltadas à agricultura familiar. "Hoje o MDA é envolvido em todos os processos de tomada de decisão, com uma relação de muita valorização do papel da agricultura familiar", disse. Ela ainda enumerou os resultados positivos obtidos a partir dos debates em que o MDA esteve presente, ampliando as discussões voltadas ao tema, como a participação do G20, no Fórum Global de Agricultura Familiar e no BRICS. "Nós vamos trabalhar para que a gente mantenha uma visão progressista do papel da agricultura familiar, que inclua povos e comunidades tradicionais, juventude, mulheres, e que tenha também essa percepção sobre a importância que nós temos, nossos modelos de produção para o enfrentamento às mudanças climáticas", concluiu, ao pontuar as expectativas para a Seção.
O secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia do MDA e presidente da 43ª Seção, Vanderley Ziger, destacou a importância de priorizar a construção de uma agenda sólida voltada à agricultura familiar. Para ele, a consolidação de uma agenda pautada por políticas públicas só é possível com a participação dos movimentos sociais. “A Seção Nacional faz sentido, porque temos aqui a participação dos movimentos sociais e dos demais representantes de alguns ministérios, o que permite ampliar as discussões sobre a agricultura familiar."
O evento de abertura também contou com a participação do secretário de Territórios e Sistemas Produtivos Quilombolas e Tradicionais do MDA, Edmilton Cerqueira, do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Aldrighi, da representante da Divisão de Mercosul Político e Social (DMS) do Ministério das Relações Exteriores, Geórgia Gomes, do representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, Jorge Mesa e de representantes dos seguintes movimentos sociais: Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE), União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e da sociedade civil.