REAF reúne lideranças no Rio de Janeiro para troca de experiências e construção de políticas para fortalecer a agricultura familiar

A Reunião Especializada da Agricultura Familiar do Mercosul (REAF) reuniu lideranças sul-americanas nesta quarta-feira (22) para aprofundar o debate sobre políticas agroecológicas, clima e diversidade. O evento, sediado no Rio de Janeiro, contou com a participação da secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli, que inaugurou os trabalhos e deu início a uma série de reuniões de grupos temáticos.

Entre os temas centrais discutidos pelos representantes dos países membros da REAF destacaram-se as reflexões sobre mudanças climáticas, agroecologia, desigualdades na agricultura familiar e as contribuições desse setor para a transformação dos sistemas agroalimentares. Líderes sul-americanos se empenharam em buscar soluções inovadoras para enfrentar os desafios da agricultura familiar na região.

As rodadas de debates que se estenderam ao longo do segundo dia do encontro, têm como objetivo gerar relatórios e encaminhamentos que irão contribuir para a construção de políticas públicas na regiao. O diálogo sobre desigualdades não se limitou apenas às condições socioeconômicas, mas também abordou o papel crucial de afrodescendentes, indígenas, jovens e mulheres na transformação dos sistemas agroalimentares e na mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Um dos momentos importantes da agenda foi a reunião de coordenadores nacionais da REAF, que contou com a presença de representantes de países como Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, e Chile, que definiram estratégias para ampliar a visibilidade da agricultura familiar nos debates mundiais sobre clima, tendo em vista COP 30, que será no Brasil em 2025.

Luiz Beduschi, oficial de políticas e Desenvolvimento Social da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), destacou o protagonismo da REAF e reforçou o compromisso da FAO em apoiar as iniciativas do governo brasileiro para a transformação dos sistemas agroalimentares. "A Food and Agriculture Organization reconhece e valoriza o papel da REAF na construção de políticas inovadoras para a agricultura familiar e o desenvolvimento rural e sustentável", afirmou Beduschi.

Débora Guimarães, diretora de Programa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), enfatizou a importância da REAF como espaço de troca de experiências sobre políticas de acesso à terra e território. "Além disso, o espaço pode promover o aprimoramento de políticas para os países que compõem esse grupo", destacou Guimarães, reforçando o comprometimento do Incra com o fortalecimento da agricultura familiar.

Sobre a REAF no Brasil

No contexto brasileiro, a realização da REAF sinaliza o comprometimento do governo com o diálogo e o fortalecimento da agricultura familiar a nível regional. Este evento marca a retomada do protagonismo do Brasil no cenário regional, evidenciando a disposição do governo em debater temas cruciais com os demais membros do Mercosul e com as organizações da agricultura familiar. A REAF no Brasil se consolida como um espaço estratégico para impulsionar políticas voltadas para a sustentabilidade e o desenvolvimento rural, com o objetivo de pautar a COP 30 que será realizada 2025.