Tecnologia é essencial para enfrentar a crise

12.02.2009 |PORTO GENTE | Editoria: Economia | Assunto: Certificação digital

Investir em informatização é uma necessidade mesmo em tempos de dificuldades econômicas. A afirmação foi feita pelo diretor-presidente do Instituto Nacional da Tecnologia da Informação (ITI), Renato da Silveira Martini, durante palestra ontem na Câmara Americana de Comércio de Porto Alegre (Amcham-Poa), que discutiu a busca da digitalização no contexto da crise financeira.

Segundo Martini, nos últimos anos o Brasil passou por um grande crescimento na área de tecnologias de informação voltadas para os processos de digitalização das atividades de empresas e órgãos governamentais. O diretor-presidente citou o Rio Grande do Sul como um dos estados que lideram esse processo, sendo um dos pioneiros na aplicação das novas tecnologias.

Entre os avanços feitos pelo Brasil nessa área, Martini destacou as aplicações de "governo eletrônico", como na Receita Federal. "Hoje, quase a totalidade dos contribuintes brasileiros declara o imposto de renda eletronicamente", ressaltou. Outro campo que teve grandes avanços foi o da certificação de pessoas físicas e jurídicas. Hoje, o País possui em torno de 10 milhões de certificados digitais e cerca de mil autoridades de registro.

No entanto, para o diretor-presidente do ITI, mais importante do que o número de certificações é a ampliação que estão sofrendo as suas possíveis aplicações. "Tudo aquilo que você tem que passar num balcão, enfrentar fila, assinar e dar uma carimbada, passa para um portal na internet. Isso inclui processos de credenciamento, pedidos de novos documentos, tudo que faz com que percamos tempo e apenas movimenta papel", destacou. De acordo com Martini, a quantidade de aplicações para certificados digitais deverá ser ampliado em até 50% nos próximos dois anos. A causa desse crescimento é econômica. "O uso da certificação digital acaba reduzindo em até 60% os custos burocráticos das empresas", aponta.

Devido a estas vantagens, o diretor acredita que as empresas e órgãos governamentais continuarão investindo nos processos de digitalização mesmo com a crise. "A desmaterialização de procedimentos e o uso intensivo de tecnologia é extremamente econômico, e ajuda nos negócios de empresas públicas e privadas", explica.

Martini acredita que as empresas não devem retrair em seus investimentos a tecnologia nos momentos de crise. "Elas precisam investir de forma mais racional para ter resultados favoráveis em seu modelo de negócios, e quem faz esse serviço de melhorar procedimento e racionalizar uma organização é a informática", lembrou.

Se para as empresas e governos a informatização de processos se tornou uma necessidade, o maior desafio enfrentado agora na área é expandir os serviços de certificação digital para as pessoas físicas. "No entanto, para as pessoas comuns usarem esse processo elas terão que ter não só aplicações para ele, mas a estrutura essencial que é o computador e a conexão à internet", apontou.

Fonte: Jornal do Comércio