Estado quer adotar software livre

24.08.2007 
O primeiro passo para a implantação do software livre no Governo do Estado foi dado ontem com a assinatura de um protocolo de intenções de cooperação técnica com o Serpro

Um protocolo de intenções de cooperação técnica, assinado ontem entre a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e o Serviço de Processamento de Dados (Serpro), cria as condições administrativas e políticas para a implantação do software livre. Com isso o Governo do Estado passa a trabalhar o fim da dependência tecnológica dos fornecedores de software. A economia será de milhões de reais. No caso do Paraná, onde projeto semelhante foi desenvolvido, o governo economizou R$ 200 milhões.

´´Além da vantagem econômica, por deixar de pagar royalties, o mais importante é o domínio da tecnologia´´, diz o presidente do Serpro, Marcos Vinicius Ferreira Mazoni, que proferiu palestra sobre a experiência do software livre nos governos do Paraná, Rio Grande do Sul e no Serpro para Gerentes de Tecnologia da Informação do Governo do Ceará. Adiantou que tem uma economia que não se calcula como a de poder se apropriar dessa tecnologia e realizar outros projetos como a informatização da rede pública das escolas e outros que jamais faria com o software privado.

A assessora de estratégias de Tecnologia da Informação da Seplag, Lícia Viana Bezerra, disse que o governo está começando a definir as políticas de uso do software livre que tem o apoio do vice-governador Francisco Pinheiro, da secretária Silvana Parente e do chefe da Casa Civil, Arialdo Pinho. Ela adianta que o governo estadual vai adotar o software livre, até o final deste ano, em três áreas: automação de escritório - substituindo world, excel e power point -, de segurança (antivírus) e no ambiente de colaboração, que pega correio eletrônico (e-mail) e agenda corporativa. ´´Os técnicos da Etice (Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará) já estão estudando e adaptando o software livre Expresso para o governo do Ceará´´. comenta, adiantando ele foi desenvolvido na Alemanha e está disponivel no Brasil para ser adaptado.

Durante o encontro, a secretária do Planejamento e Gestão, Silvana Parente, anunciou a assinatura de resolução pelo Conselho Superior de Tecnologia da Informação sobre o uso dessas ferramentas livres. O vice-governador Francisco Pinheiro salientou, durante o evento, que é preciso que todos se convençam de que as soluções do software livre são viáveis e funcionam. ´´O governo está empenhado para que essa idéia saia do protocolo para a prática´´, disse.

Como um dos precursores dos sistemas de informática em softwares livres no Brasil, Mazoni afirma que o software livre é uma inovação institucional e não somente uma tecnologia. ´´É uma oportunidade de se construir uma infra-estrutura digital global´´.

E-MAIS

Software Livre (Free Software) é o software disponível com a permissão para qualquer um usá-lo, copiá-lo, e distribui-lo, seja na sua forma original ou com adaptações, seja gratuitamente ou com custo. Em especial, a possibilidade de modificações implica em que o código fonte esteja disponível. Se um programa é livre, potencialmente ele pode ser incluído em um sistema operacional também livre. E importante não confundir software livre com software grátis porque a liberdade associada ao software livre de copiar, modificar e redistribuir, independe de gratuidade. Existem programas que podem ser obtidos gratuitamente mas que não podem ser modificados, nem redistribuídos. Por outro lado, existe a possibilidade de uso não-gratuito em todas as categorias listadas no que segue. Há uma cópia da definição de software livre pela Free Software Foundation publicada na página http://www.fsf.org/philosophy/free-sw.pt.html .

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