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BIP celebra um ano com entrada de fundos e avanços na mobilização de investimentos para a transformação ecológica
A Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP) celebra seu primeiro ano de operação com um marco estratégico: a entrada de fundos de investimento em participações voltados aos setores prioritários da transição ecológica. A iniciativa é coordenada pelo Ministério da Fazenda, no âmbito do Novo Brasil - Plano de Transformação Ecológica, em parceria com os ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e de Minas e Energia (MME). A nova etapa amplia o escopo da BIP, que passa a conectar não apenas projetos, mas também fundos em fase de captação com uma rede robusta de instituições financeiras, fortalecendo a mobilização de capital privado para soluções sustentáveis que aceleram a transição verde brasileira.
“A entrada de fundos de investimento na BIP representa um avanço decisivo na mobilização de capital privado para a transformação ecológica do Brasil”, ressaltou a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa. “Ao conectar gestores comprometidos com setores estratégicos da transição, como bioeconomia, energia limpa e mobilidade sustentável, a plataforma fortalece a capacidade do país de atrair recursos em escala e acelerar soluções que geram impacto ambiental e social positivo.”
A BIP foi criada em 2024 com o objetivo de expandir os investimentos na transformação ecológica do Brasil rumo à descarbonização da economia, ao uso sustentável dos recursos e à melhoria da qualidade de vida da população.
A governança da plataforma é assegurada por um Comitê Gestor Interministerial, presidido pelo Ministério da Fazenda e integrado pelos demais ministérios setoriais, garantindo coerência estratégica e articulação transversal das políticas públicas relacionadas à transformação ecológica. Além de membros dos quatro ministérios que a coordenam, o comitê inclui representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), atuando como secretariado da plataforma, coordenando a comunicação externa, o apoio administrativo e o relacionamento com instituições financeiras.
A experiência do BNDES em financiamento de longo prazo e estruturação de grandes projetos é um diferencial estratégico para viabilizar investimentos robustos e sustentáveis. A plataforma também recebe o apoio de parcerias importantes como a Bloomberg Philanthropies e a Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ), além de operar em estreita colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo Verde para o Clima (GCF).
O trabalho conjunto com parceiros internacionais amplia o alcance e o impacto da plataforma, ao passo em que a liderança permanece com o governo brasileiro, que concebeu a iniciativa e a implementa no contexto do Plano de Transformação Ecológica.
“A BIP expressa a visão integrada do Brasil sobre como mobilizar capital em larga escala para a transformação ecológica”, destacou a Secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito. “Ao estruturar uma plataforma nacional que conecta políticas públicas, bancos multilaterais, instituições financeiras de desenvolvimento e o setor privado — nacional e internacional —, o país cria um instrumento que reforça a eficiência no uso de crédito concessional e amplia a capacidade de atrair investimentos para projetos estratégicos e desafiadores. É também um exemplo de como mecanismos de redução de risco podem ser utilizados de forma inteligente para acelerar investimentos sustentáveis alinhados à nossa agenda de planejamento econômico e climático", avaliou.
Projetos selecionados
Desde seu lançamento, a BIP estruturou um pipeline com 15 projetos selecionados, que somam cerca de US$ 22,6 bilhões em investimentos potenciais. Esses projetos foram apresentados a uma rede de aproximadamente 60 instituições brasileiras e internacionais, incluindo bancos comerciais, fundos de private equity e venture capital, organismos multilaterais e instituições financeiras de desenvolvimento. Juntos, os projetos têm potencial de reduzir cerca de 15 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano e capturar mais de 100 milhões de toneladas de CO₂ ao longo de seus ciclos de vida, por meio de ações como reflorestamento e uso de tecnologias de baixo carbono.
Ao longo de seu primeiro ano, a BIP consolidou sua estrutura operacional e de governança, definiu critérios técnicos de seleção e qualificação de projetos e fundos, e articulou-se com iniciativas complementares, como o Acelerador de Transição Industrial (ITA Brasil), o Hub de Descarbonização da Indústria, o Hub de Hidrogênio, a Nova Indústria Brasil (NIB) e o Nature Investment Lab (NIL) no Brasil.
A Plataforma também atua para reduzir riscos financeiros e viabilizar investimentos até a decisão final (FID), como mecanismos de garantias e instrumentos de capital catalítico. Além disso, desenvolve caminhos para facilitar o acesso do setor privado a ferramentas de mitigação de risco e cofinanciamento, otimizando o uso de capital público e ampliando o impacto de cada real investido.
“Mobilizar capital privado em larga escala é essencial para concretizar a transição do Brasil para uma economia mais sustentável e resiliente. A GFANZ apoia o desenvolvimento da BIP desde 2023, e esta próxima fase ajudará a desbloquear novas oportunidades para o investimento privado”, disse a vice-presidente da Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ) e chefe do secretariado do mesmo órgão, Mary Schapiro. “Ao acelerar os investimentos em energia limpa, indústria e mobilidade, e soluções baseadas na natureza, o Brasil pode impulsionar o crescimento econômico, fortalecer comunidades em todo o país e servir de modelo para outros países que estão trabalhando para avançar.”
Com as bases consolidadas, a BIP inicia seu segundo ano como plataforma nacional de referência para investimentos climáticos e ecológicos. Ao reunir governo, instituições financeiras e gestores de projetos em um modelo coordenado e transparente, o Brasil se afirma como líder internacional na construção de soluções financeiras inovadoras para a transição climática — um compromisso que o país levará à COP 30 em Belém, como parte de sua estratégia para um futuro de baixo carbono, inclusivo e resiliente.
Saiba mais sobre o Novo Brasil
O Novo Brasil - Plano de Transformação Ecológica é a estratégia brasileira coordenada pelo Ministério da Fazenda para promover a transição para uma economia de baixo carbono, ao mesmo tempo em que aproveita os ativos e vocações do país na indústria, agricultura, energia renovável, infraestrutura, bioeconomia, ciência e tecnologia para construir um novo ciclo de desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Faz parte da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) brasileira e se estrutura em um amplo conjunto de ações e meios de implementação financeiros, fiscais, regulatórios e administrativos para o alcance das metas.