Nota de pesar: Hermeto Pascoal

Com pesar, o Ministério da Cultura (MinC) recebe a notícia da morte do multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal neste sábado (13), aos 89 anos. Três vezes ganhador do Grammy Latino, ele honrou o Brasil com seu talento e carisma.

A habilidade musical surgiu cedo, aos 10 anos. Com 14,Hermeto já tocava em rádios ao lado do irmão, José Neto. Passou pelo Rio de Janeiro e no início dos anos 1960, mudou-se para São Paulo, onde conheceu Heraldo do Monte, guitarrista com quem dividiu os palcos no grupo Quarteto Novo, criado para acompanhar Geraldo Vandré. Mas foi ao lado do percussionista Airto Moreira e sua mulher, Flora Purim, que seguiu para os Estados Unidos. Lá, gravou discos e ficou amigo do trompetista Miles Davis -  que o classificou como “o músico mais impressionante do mundo”.

Panelas, brinquedos, regadores, entre outros objetos, viraram instrumentos musicais nas mãos de Hermeto, que era autodidata e só começou a escrever partituras aos 41 anos.

Em 2023, recebeu o título de doutor honoris causa da Juilliard, escola de artes que incluiu as músicas de Hermeto em seu currículo. A mesma honraria foi concedida pelas universidades federais da Paraíba e de Alagoas.

Seu último trabalho, Pra você, Ilza, foi lançado no ano passado e homenageada Ilza Souza Silva, sua companheira de 1954 até sua morte, em 2000. O disco foi eleito pela APCA um dos melhores álbuns brasileiros de 2024.

Hermeto deixa seis filhos, 13 netos e dez bisnetos, além de uma legião de fãs e admiradores, com os quais o Ministério da Cultura se solidariza.