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Sob liderança brasileira, Mercosul avança na agenda da diversidade cultural
Foto: Filipe Araújo / MinC
A Comissão de Diversidade Cultural do Mercosul encerrou 2025 com um conjunto expressivo de entregas e definiu sua agenda para o próximo ano. Na manhã desta quarta-feira (26), a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC), Márcia Rollemberg, presidiu a reunião realizada no Memorial do Legislativo do Rio Grande do Sul com participação de pontos focais presenciais e on-line.
No encontro, Argentina, Brasil, Paraguai, Chile, Colômbia e Peru reafirmaram um princípio comum: a diversidade cultural segue no centro da integração regional. A adesão da Bolívia ao bloco marcou um dos momentos mais significativos da sessão. “Esse é um passo que amplia alianças, fortalece a cooperação e aproxima ainda mais o bloco”, destacou Márcia.
A Comissão aprovou encaminhamentos voltados ao fortalecimento das políticas culturais no Mercosul, com ênfase em ampliar cooperações estratégicas com instâncias do Mercosul e mais além, como a Secretaria-Geral Iberoamericana (Segib), o Instituto Iberoamericano de Línguas Indígenas (IIALI) e os programas Iber, com destaque para o IberCultura Viva.
Entre as deliberações, destacou-se a necessidade de fortalecer as ações de memória e comunicação das ações empreendidas. “Precisamos garantir que nossas publicações, links e registros estejam organizados e acessíveis. Isso assegura continuidade, transparência e memória”, sustentou Márcia.
O encontro também aprovou a manutenção dos Cadernos da Diversidade, cuja edição de número cinco é dedicada aos Povos Indígenas e Originários. Em formato digital e com possibilidade de atualizações, a publicação retoma o calendário editorial do Mercosul Cultural e reforça o compromisso do bloco com as culturas originárias, suas narrativas e lutas.
A Comissão definiu ainda o tema do Caderno 6: Diversidade Cultural e Justiça Climática, conectando cultura, território e emergência climática, e alinhando o Mercosul às agendas socioambientais que atravessam o continente.
Participação e perspectivas
No encerramento do encontro, Márcia Rollemberg destacou a relevância dos consensos alcançados: “pactuamos iniciativas fundamentais. A aprovação destes encaminhamentos viabiliza políticas públicas e direitos culturais. Há uma compreensão crescente, no mundo, sobre a centralidade da diversidade cultural, e ainda temos muito a avançar para garantir esses direitos de forma plena. Saúdo o Paraguai, que assume a Presidência Pro Tempore.”
Para Luisa Angela Caro Díaz, representante do Ministério das Culturas, das Artes e dos Saberes da Colômbia, a última reunião sob a presidência do Brasil foi especialmente produtiva. “Falamos sobre políticas de incidência, articulação, alianças de trabalho e cooperação. Esta Comissão é transversal e tem grande importância por isso.”
Moyra Holzapfel Peña, representante do Ministério da Cultura, das Artes e do Patrimônio do Chile, reforçou a relevância da articulação regional. “É fundamental fortalecer a diversidade cultural e este espaço de encontro e cooperação técnica.”
IberCultura Viva e Teia
Na reunião, Márcia apresentou um vídeo institucional do IberCultura Viva, programa que preside, e a Comissão aprovou o aprofundamento da colaboração entre as agendas. Ela também convidou as delegações a participarem da próxima edição da Teia, o maior encontro dos Pontos de Cultura do Brasil, que será realizada entre 24 e 29 de março de 2026, em Aracruz (ES).
Luisa Angela Caro Díaz, representante colombiana, ressaltou a relevância do enfoque. “Creio que o conceito de Cultura Viva deve ocupar um lugar de destaque na Comissão. Em nosso país, já estamos avançando para integrar este termo, que traduz a cultura de base de nossos territórios”, afirmou.
Sobre a Comissão
A Comissão da Diversidade Cultural do Mercosul (CDC) é um órgão do Mercosul Cultural responsável por promover a valorização, o intercâmbio e a proteção da diversidade cultural na região. Composta por representantes dos países membros e associados, atua por meio de reuniões, seminários, oficinas e publicações que fortalecem políticas culturais e ampliam a cooperação regional.
Integram a CDC os países membros Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, agora acompanhados pela Bolívia, além dos países associados Chile, Colômbia, Equador e Peru.