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Amílcar Tanuri - Nota de Pesar
O virologista Amílcar Tanuri - Foto: Leo Martins - Agência O Globo
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lamenta o falecimento do virologista, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq, Amílcar Tanuri, na última sexta-feira, 26, aos 67 anos.
Membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Tanuri chefiava o Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ, era pesquisador associado da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e coordenador da área de Ciências Biológicas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro Carlos Chagas Filho (FAPERJ).
As pesquisas do professor Tanuri envolviam a área de Genética, com ênfase em Genética Molecular e Microorganismos. Ele estudava em especial os temas HIV-1, diversidade genética e subtipos de HIV, resistência do vírus às drogas. Além disso, também desenvolvia pesquisas sobre o vírus da zika e da microcefalia. Devido à expertise, desde o ano de 2000 Tanuri era consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a rede de pesquisa sobre a resistência do HIV, vírus da AIDS, aos medicamentos (HIV ResNet).
Nascido em 1958, no Rio de Janeiro, Tanuri iniciou o curso de medicina, na UFRJ, em 1977, seguindo no mestrado e no doutorado na mesma instituição. Ele se especializou em genética molecular na Universidade de Sussex, na Inglaterra, e fez pós-doutorado no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), em Atlanta, nos Estados Unidos.
Tanuri foi o primeiro servidor da UFRJ a ser vacinado contra a covid-19. Ele tentava elucidar a resposta imune de pacientes brasileiros à infecção pelo novo coronavírus. Junto com sua equipe, procurou fazer com que o processo de imunização fosse mais seguro e duradouro, por meio de técnicas de edição ultra precisa do DNA. A técnica edita o código genético da covid-19 para torná-lo menos virulento e responsivo aos antivirais.
Tanuri faleceu por complicações no coração, devido à diálise. Enlutado, o CNPq se solidariza a seus familiares, amigos e colegas.