Campanha Lava-Pés: Cuidados com os Pés Diabéticos
No dia 17 de abril, a Paróquia São Miguel Arcanjo, localizada na Mooca, em São Paulo (SP), recebe uma importante ação da Campanha Lava-Pés: Cuidados com os Pés Diabéticos, realizada por representantes de confederações e associações da área de saúde, instituições de educação e saúde, e organizações da sociedade civil com apoio do Ministério da Saúde. A iniciativa faz parte de um movimento nacional que busca conscientizar a população sobre os riscos associados à diabetes, doença que já atinge cerca de 20 milhões de brasileiros, o equivalente a 10,2% da população.
Durante o evento, pessoas com diabetes podem realizar avaliações do “pé diabético” e exames antropométricos, além de receber orientações sobre alimentação, saúde bucal e uso correto de medicamentos. Também é possível aferir a pressão arterial e medir a glicemia capilar. A campanha, que acontece até dia 24 deste mês, será realizada em diversas cidades do país e busca promover o cuidado integral com a saúde das pessoas com diabetes, além de focar na prevenção da amputação de membros inferiores resultantes do agravo da doença.
A iniciativa também possibilita o ensino da empatia em saúde no contexto das graduações da área, em diálogo com a prática do lava-pés que permite identificar feridas indolores e áreas com pouca sensibilidade, características da doença não controlada.
Diabetes mellitus é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina, da incapacidade e/ou da falta de insulina exercer adequadamente seus efeitos, caracterizando altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente. A doença não controlada pode provocar, a longo prazo, disfunções e falências de vários órgãos, principalmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos, estando associada ao alto risco de desenvolvimento de complicações.
Ações para o enfrentamento
O Sistema Único de Saúde (SUS) garante tratamento integral a pessoas com diabetes e já fornece gratuitamente dois tipos de insulinas humanas (NPH e regular), dois tipos de insulinas análogas de ação rápida e prolongada, além de medicamentos orais e injetável. Para ampliar o uso da insulina por pacientes com a doença, em novembro de 2024, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) recomendou a incorporação de insulinas análogas de ação rápida e prolongada também para pessoas com diabetes mellitus tipo 2.
Além disso, o governo federal anunciou a fabricação nacional da insulina glargina como parte do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Ministério da Saúde. O projeto envolve a produção nacional do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) pela Fiocruz (Unidade Bio-Manguinhos) e a ampliação da fabricação do produto final pela empresa de biofármacos Biomm. A estimativa é de que a produção de insulina poderá atingir 70 milhões de unidades anuais. Também foi anunciada a pretensão de implantar a primeira planta produtiva de IFA de insulina da América Latina no estado do Ceará.
Integrando as iniciativas para o enfrentamento da diabetes no SUS está a inserção do medicamento dapagliflozina na lista de produtos gratuitos do Programa Farmácia Popular, utilizado no tratamento da diabetes associada a doenças cardiovasculares.