Taxa de incidência
para cada 100 mil mulheres.
Impacto
por câncer em mulheres no Brasil.
Acomete também homens
Sintomas e sinais de alerta
De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Câncer de Mama, a recomendação atual é que os seguintes sinais e sintomas sejam considerados como de referência urgente:
Fatores de risco e prevenção
O câncer de mama tem seu prognóstico e tratamento definidos pela localização do tumor, idade da pessoa no momento do diagnóstico e estadiamento da doença. Também são considerados fatores de risco baseados em critérios histopatológicos, biológicos, moleculares e genéticos.
De forma geral, o prognóstico é mais favorável quando o câncer é diagnosticado e tratado precocemente, em comparação aos casos identificados em estágios mais avançados ou com metástases.
Outros fatores de risco estabelecidos incluem:
- Vida reprodutiva da mulher: menarca precoce, nuliparidade, primeira gestação a termo após os 30 anos, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal;
- Alta densidade do tecido mamário;
- Obesidade;
- Urbanização;
- Maior status socioeconômico.
A história familiar de câncer de mama também influencia o risco. Ele aumenta em 5,5% para mulheres com um parente de primeiro grau afetado e em 13,3% para aquelas com dois parentes de primeiro grau diagnosticados com a doença.
A identificação dos fatores de risco e o diagnóstico precoce são fundamentais. O encaminhamento rápido e adequado para o atendimento especializado torna a Atenção Primária à Saúde essencial para garantir melhores resultados no tratamento e no prognóstico dos casos.
Diagnóstico
Avaliação clínica
No diagnóstico, é fundamental realizar uma avaliação completa da paciente, incluindo exame físico detalhado.
O profissional deve observar possíveis sítios de doença, principalmente nas regiões:
- Axilares (região da axila)
- Cervical (região do pescoço)
- Supraclavicular (caroços acima da clavícula).
A ausculta pulmonar e a palpação do fígado, quadril e coluna também fazem parte do exame clínico direcionado, buscando sinais de metástases locorregionais ou sistêmicas.
Sinais e sintomas de metástase
Alguns sintomas podem indicar que o câncer se espalhou para outras partes do corpo:
- Dores musculoesqueléticas (nos ossos, músculos ou articulações) podem indicar metástases ósseas;
- Falta de ar aos esforços (dispneia) pode estar relacionada a metástases pulmonares;
- Sintomas neurológicos, como formigamento, dormência ou sensação de agulhadas na pele (parestesias), podem sugerir metástases cerebrais.
Protocolos de investigação
O diagnóstico do câncer de mama deve seguir os protocolos de investigação preconizados pelo INCA, conforme os parâmetros técnicos para detecção precoce da doença.
Esses protocolos se aplicam tanto a mulheres com menos de 30 anos quanto àquelas com 30 anos ou mais.
Biópsia
A biópsia é indicada em casos suspeitos de câncer de mama, quando são identificados:
- Achados anormais no exame físico
- Alterações na mamografia, ou
- Alterações em outros exames complementares, como a ultrassonografia mamária.
O principal objetivo da biópsia é obter material suficiente para o diagnóstico definitivo. Esse material permite a classificação da neoplasia e a avaliação de parâmetros essenciais para definir o melhor tratamento para cada paciente.
Tratamento
O tratamento do câncer de mama pode envolver diferentes abordagens, que variam conforme o tipo de tumor, o estadiamento da doença e as características de cada paciente.
As opções incluem cirurgia, reconstrução mamária, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia.
Tratamento cirúrgico
A cirurgia continua sendo o principal tratamento do câncer de mama e pode ser:
- Conservadora, quando é possível preservar parte da mama; ou
- Radical, quando há necessidade de remoção total.
O procedimento cirúrgico envolve:
- Intervenção na mama
(remoção do tumor e reconstrução); - Intervenção na axila
(avaliação e retirada de linfonodos).
As abordagens cirúrgicas podem ser parciais ou totais, dependendo das características clínicas do tumor e do prognóstico.
Com o avanço da medicina, os procedimentos tornaram-se menos invasivos e mais estéticos, sem comprometer os resultados de cura.
Radioterapia
A radioterapia (RT) faz parte do tratamento locorregional dos tumores de mama. Suas indicações variam conforme o estágio da doença e o tipo de cirurgia realizada. O objetivo é eliminar possíveis células tumorais remanescentes e reduzir o risco de recidiva.
Quimioterapia
- Impedir ou reduzir o risco de disseminação de células tumorais;
- Diminuir o tamanho do tumor;
- Impedir seu crescimento.
- Neoadjuvante (antes da cirurgia, para reduzir o tumor),
- Adjuvante (após a cirurgia, para eliminar células residuais), ou
- Paliativa (para controle da doença avançada e alívio de sintomas).
Embora eficaz, a quimioterapia pode causar efeitos colaterais, que devem ser monitorados e controlados pela equipe médica, de acordo com a tolerância individual de cada paciente.
Hormonioterapia
A hormonioterapia (também chamada de terapia hormonal ou terapia endócrina) é indicada quando o tumor apresenta positividade para os receptores hormonais de estrogênio (RE) e progesterona (RP), identificados pela imunohistoquímica.
O tratamento atua de duas formas:
- Bloqueando a ligação dos hormônios aos receptores das células tumorais, ou
- Reduzindo a produção de hormônios pelo organismo.
Para escolher o esquema mais adequado, são considerados fatores como o status menopausal da paciente e as contraindicações descritas em bula.

