Notícias
AFIRMASUS
No mês da Consciência Negra, programa inicia atividades para oferecer cuidado a populações vulnerabilizadas
As atividades do Programa Nacional de Apoio à Permanência, Diversidade e Visibilidade de Estudantes na Área da Saúde (AfirmaSUS) foram iniciadas nesta terça-feira (18), em Salvador, considerada a cidade mais negra fora da África. A iniciativa visa promover ações integradas que aproximem os serviços de saúde dos territórios, com foco na valorização dos saberes locais e na oferta de cuidados resolutivos e humanizados para populações socialmente vulnerabilizadas.
O processo seletivo escolheu 124 projetos, com 25% reservados para propostas de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas da Amazônia Legal, como forma de demarcar estrategicamente a região, reconhecida por sua diversidade sociocultural e desafios específicos.
“O AfirmaSUS possibilita que as distintas realidades dos territórios sejam respeitadas e atendidas. E, a partir daí, promove o enfrentamento às iniquidades e assimetrias com abordagem interseccional no SUS. Além de contribuir com a educação em saúde de maneira crítica e inclusiva, pois considera a diversidade numa perspectiva interseccional e intercultural”, aponta o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Felipe Proenço.
A largada inicial do AfirmaSUS na cidade de Salvador e no mês de novembro — período marcado por comemorações que destacam as lutas da população negra no país — confirma o compromisso do Ministério da Saúde, a partir da coordenação da SGTES, com as populações que enfrentam barreiras de acesso, violências institucionais e práticas discriminatórias nos serviços de saúde. Esses fatores produzem assimetrias sociais expressas em indicadores como baixa cobertura vacinal, alta mortalidade materno-infantil, maior prevalência de doenças crônicas e restrito acesso à atenção integral em saúde.
“Nós sabemos que, entre as mulheres pretas, a mortalidade materna é o dobro da verificada em outras populações. E qual é o motivo da dificuldade de atendimento às populações vulnerabilizadas quando procuram o serviço de saúde? Por que elas não se sentem acolhidas nesse serviço? Sabíamos que precisávamos de respostas e ações concretas. Por isso, a nossa resposta para melhorar esse cenário é enfrentar essas questões, garantindo que essas populações ingressem nas universidades, sigam e possam atuar fortalecendo o SUS e atendendo bem as populações vulnerabilizadas. E o AfirmaSUS é esse grande compromisso assumido, que estamos celebrando aqui juntos hoje.”
Na oportunidade, o secretário da SGTES também destacou o papel central das políticas afirmativas, que têm transformado as universidades e impulsionado mudanças necessárias. “As políticas afirmativas têm sido centrais, inclusive, para pensar essa necessidade de trabalhadores e trabalhadoras do SUS que representem o povo brasileiro e o que é o nosso país. Essa é uma iniciativa que tem mudado as universidades e tem conseguido garantir o direito à educação e trazer esse debate para o povo brasileiro”, destacou o secretário.
Nádia Conceição
Ministério da Saúde