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LANÇAMENTO
Pará recebe R$ 6 milhões em nova edição do PPSUS para fortalecer a pesquisa em saúde
O Ministério da Saúde lançou, no início de maio, a chamada pública da 8ª edição do Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS) no Pará. A iniciativa, voltada ao fortalecimento da pesquisa em saúde no Brasil, é coordenada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics). O evento foi realizado em parceria com a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), a Secretaria de Saúde Pública (Sespa) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Voltado para fortalecer a pesquisa em saúde no país, o PPSUS apoia a produção científica alinhada às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS), visando garantir que os resultados possam ser aplicados na prática, beneficiando diretamente a população. O Pará já participou de quatro edições anteriores do programa. Desta vez, vai receber um investimento recorde de R$ 6 milhões com recursos compartilhados entre o Ministério da Saúde, por meio do Decit, no valor de R$ 4,5 milhões, e do estado, por meio da Fapespa, que aportou R$ 1,5 milhão. O valor máximo por projeto é de até R$ 600 mil.
“O PPSUS é um chamado para que novas ideias possam colaborar com um sistema de saúde público mais forte. O programa tem a característica de olhar para os problemas específicos de cada estado e promover soluções. Nesta 8ª edição, o Pará está recebendo quase 50% do que já foi aportado nas outras quatro em que participou. Esperamos que os pesquisadores tragam propostas que colaborem com a saúde local”, ressaltou a coordenadora-geral de Fomento à Pesquisa em Saúde do Decit, Denise Lins.
O diretor-presidente da Fapespa, Marcel Botelho, afirmou durante o lançamento que, para promover a ciência, tecnologia e inovação, o edital do PPSUS deveria ser seguido como modelo Brasil afora. “Esse programa nacional atende as linhas de pesquisa, as carências de cada local e os recursos são grandes, conseguem contemplar boas propostas. A ciência foi negligenciada por um bom tempo e, agora, volta com força total”, afirmou Marcel.
Linhas de Pesquisa
Voltado para pesquisadores doutores com vínculo efetivo em instituições científicas ou de ensino superior sem fins lucrativos, o edital prioriza propostas que dialoguem diretamente com as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) no Pará. A seleção será baseada em critérios técnicos, relevância social e viabilidade de aplicação dos resultados na rede pública de saúde.
A chamada pública é resultado de uma construção coletiva, que envolveu gestores, profissionais do SUS, representantes da sociedade civil e a comunidade científica, a partir do levantamento de demandas de saúde mais urgentes. O objetivo é que os projetos aprovados resultem em produtos, processos ou soluções inovadoras com potencial de implementação na Atenção Primária à Saúde, especializada ou hospitalar.
Por meio da Oficina de Prioridades de Pesquisa do Pará (OPP), foram definidas 38 linhas de pesquisa, distribuídas em 5 eixos temáticos:
- Atenção à Saúde com Equidade e Integralidade no contexto estadual;
- Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde;
- Tecnologias e Economia em Saúde;
- Vigilância de Risco e Agravos à Saúde Individual e Coletiva com ênfase no controle de doenças, agravos e óbitos;
- Equidade de Gênero, Raça, Etnia no Sus e Especificidades Amazônicas.
Os projetos precisam ser enquadrados nas linhas de pesquisa definidas e as propostas devem ser submetidas até o dia 20 de junho de 2025. Os pesquisadores paraenses deverão submeter as propostas, obrigatoriamente, na plataforma Sistema de Informação de Ciência e Tecnologia em Saúde (SISC&T). Para isso, primeiro precisam atualizar seu cadastro no Sistema de Cadastro e Permissão de Acesso (SCPA).
Formação qualificada de saúde
Além do fomento à pesquisa, o PPSUS/PA também prevê a concessão de bolsas de Pós-Doutorado Júnior para os projetos aprovados, contribuindo para a formação de recursos humanos altamente qualificados em áreas da saúde. A coordenadora de Ciência e Tecnologia (CCT) da Diretoria Científica da Fapespa, Carina Silva, reforçou o papel estratégico do programa.
“A educação precisa caminhar junto com as necessidades do SUS. O PPSUS possibilita a aproximação entre a saúde, ciência e tecnologia e a comunidade científica. Essa articulação fortalece a política estadual de saúde e contribui para a formação de profissionais capacitados para atuar nas áreas mais prioritárias do estado”, destacou.
Parceiros estratégicos
O PPSUS é uma iniciativa de descentralização de fomento à pesquisa em saúde nas Unidades Federativas. O programa busca promover o desenvolvimento científico e tecnológico para atender às peculiaridades, especificidades e necessidades de saúde das populações locais e sua execução envolve parcerias nos âmbitos federal e estadual. O Departamento de Ciência e Tecnologia é o coordenador nacional, e o CNPq a instituição responsável pelo gerenciamento administrativo-financeiro do programa. Na esfera estadual, estão envolvidas as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAP) e as Secretarias Estaduais de Saúde (SES). As FAP executam o programa em nível estadual e atuam em parceria com as SES.
Janine Russczyk
Ministério da Saúde