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REAF/MERCOSUL
Manaus recebe 43ª REAF MERCOSUL com foco em agricultura familiar, Amazônia e mudança climática
Ministro Paulo Teixeira lê a carta de Manaus em reunião de alto nível da Reaf/Mercosul. Foto: Homero Lacerda
Entre os dias 1 e 4 de setembro de 2025 acontece em Manaus a 43ª Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (REAF MERCOSUL), sob a presidência pro tempore do Brasil. O encontro reúne representantes de governos, organismos internacionais e organizações de agricultores familiares do Mercosul Ampliado, além da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), em uma agenda marcada pela cooperação regional e pelo debate sobre o papel estratégico da agricultura familiar frente às mudanças climáticas.
A reunião abre nesta terça-feira (2 de setembro), com o painel “Soluções e desafios para uma agenda de desenvolvimento inclusivo e sustentável na Amazônia”, seguido da Reunião de Ministros e Altas Autoridades da Agricultura Familiar da REAF MERCOSUL e da OTCA, espaço de diálogo político que busca consolidar posições conjuntas rumo à COP30, que será realizada em novembro em Belém (PA), além da abertura oficial ao final do dia.
Para o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, o encontro será preparatório para a COP30, que será realizada em Belém/PA, no mês de novembro. “Estamos preparando a COP30, em Belém, e debatendo com os países vizinhos, como os países poluidores devem financiar a manutenção das florestas de pé, o desenvolvimento dos povos atingidos pelas mudanças climáticas, o modelo ideal de agricultura para a Floresta Amazônica, que proteja o extrativismo sustentável e a recuperação de áreas degradadas na região amazônica, com o Programa Florestas Produtivas”, afirma. “Quem mora na Amazônia merece e tem o direito ao desenvolvimento. Por isso, a COP30 tem que ser o momento do debate, colocar esse tema das Florestas Produtivas, a importância da agricultura familiar para a soberania alimentar e a importância de uma agricultura regenerativa que possa recuperar o meio ambiente”, conclui o ministro.
De acordo com o secretário técnico da REAF, Lautaro Viscay, a realização do encontro em Manaus evidencia a conexão entre Amazônia, agricultura familiar e negociações internacionais, colocando a agricultura familiar e a produção de alimentos saudáveis no centro. “A REAF em Manaus coloca a agricultura familiar no centro das respostas climáticas no marco da COP30. Então, essa semana panamazônica, com a REAF participando, permite, primeiro, um conjunto de consensos e propostas onde a agricultura familiar, a reforma agrária, os temas vinculados à questão da conservação de ecossistemas, as três convenções de biodiversidade, o decênio da agricultura familiar são colocados nessa semana, e na Reunião Especializada, como respostas, contribuições concretas para a mitigação climatológica, num processo de adaptação e central”, acrescenta Lautaro.
A programação inclui debates sobre acesso à terra, agroecologia, mudanças climáticas, igualdade de gênero e juventude rural, além da apresentação do Plano de Ação da REAF para a COP30, do Plano Clima Brasil e de iniciativas de intercâmbio regional em agroecologia.
A expectativa é que o encontro reforce os compromissos da Cúpula Amazônica de Belém realizada em 2023, conectando-os à agenda da Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural (CIRADR+20), que ocorrerá na Colômbia em 2026. Também está prevista a elaboração de uma posição conjunta dos países sul-americanos para a COP30, destacando a agricultura familiar como ator central na adaptação, mitigação e transição agroecológica.
"É um momento de grande responsabilidade e oportunidade para o Brasil: ao assumir a Presidência Pro Tempore da REAF, reforçamos nosso compromisso com a cooperação regional e com o protagonismo da agricultura familiar. Esta seção nacional nos permite fortalecer a construção coletiva de uma agenda que une movimentos sociais, governo e parceiros internacionais em torno de políticas públicas estruturantes para o setor, com foco em sustentabilidade, agroecologia e justiça social”, completa o secretário da agricultura familiar e agroecologia do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Vanderley Ziger.