Jardim Botânico do Rio lança guia ilustrado sobre a flora do Mona Cagarras

A riqueza da flora do Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras está reunida no Mona Cagarras - Guia ilustrado da flora símbolo do arquipélago, lançado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Na publicação, os pesquisadores Luiz Berri e Massimo Bovini e descrevem 15 espécies relevantes ao monumento natural, oferecendo ao leitor a dimensão do espectro florístico que habita as ilhas. Há mais de uma década, Bovini e colaboradores pesquisam a flora do Mona Cagarras, e o guia surge como um dos principais frutos desse trabalho.

As espécies retratadas são nativas da Mata Atlântica, entre elas a Alcantarea glaziouana. Ameaçada de extinção, é uma das maiores bromélias do mundo, chegando a vários metros de altura, podendo ser vista à distância nos costões do Estado do Rio de Janeiro. Outro destaque é a Neoregelia cruenta, conhecida como bromélia-tanque por abrigar quantidade abundante de água de chuva. É valiosa para as ilhas, onde não há nascente de água potável. Sua comercialização quase a fez desaparecer do litoral do Rio de Janeiro.

O guia, que contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), também traz ilustrações botânicas para o leitor colorir. Produzido com rigor acadêmico, a obra tem linguagem acessível e menos técnica. A versão digital está disponível gratuitamente para download no site do JBRJ. A edição impressa será lançada em breve.

A seleção das espécies seguiu os critérios de ameaça de extinção, cartão-postal, raridade, beleza, expressão econômica, restauração e espécie invasora, altamente presente no Mona.

Criado há 15 anos, o Mona Cagarras tem sido um pilar na preservação dos remanescentes do ecossistema da Mata Atlântica. Localizado a cinco quilômetros da praia de Ipanema, é composto por quatro ilhas (Palmas, Comprida, Cagarra e Redonda), duas ilhotas (Filhote da Cagarra e Filhote da Redonda) e mais uma área de 10 metros de área marinha ao redor de cada uma delas.