Graziela Barroso é uma das homenageadas pela coleção dos Correios “Mulheres Pioneiras das Ciências Brasileiras"

A botânica Graziela Maciel Barroso, uma das primeiras mulheres a se destacar no meio científico do Brasil, é uma das sete cientistas homenageadas pelos Correios com uma coleção especial de selos postais. A coleção ‘Mulheres Pioneiras das Ciências Brasileiras’ entrou em circulação no último dia 24 de novembro, em celebração ao Dia Mundial da Ciência, e retrata, além de Graziela Barroso, as cientistas Bertha Lutz, Carolina Bori, Enedina Alves Marques, Marcia Barbosa, Maria Deane e Sonia Guimarães.

Primeira mulher a fazer concurso para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, na década de 1940, Graziela Barroso é autora da obra "Sistemática de angiospermas do Brasil”, referência internacional sobre o assunto. Entre outros prêmios, a pesquisadora recebeu a Medalha de Botânica do Milênio (1999).

A emissão dos Correios é composta por sete selos que seguem a mesma identidade visual: o rosto de cada cientista emoldurado pelo “espelho de Vênus”, ícone que simboliza o gênero feminino. Seus nomes aparecem em destaque, dispostos em diferentes planos entre os demais elementos gráficos, se sobrepondo entre si, como se cada selo fosse um pequeno pôster. Impulsionando a força feminina em terrenos anteriormente ocupados por homens, o fundo é composto por uma retícula inspirada também no símbolo da mulher.

Para representar parte das conquistas de cada cientista, foram usadas imagens relacionadas às suas obras. No selo de Graziela Barroso, a cor predominante é verde, e há ilustrações de elementos botânicos, objetos de sua pesquisa, e dentre eles a espécie Dorstenia grazielae. Com arte de José Carlos Braga, as técnicas usadas foram ilustração com grafite, ilustração vetorial e pintura digital.

Cada um dos selos tem tiragem de 96 mil unidades – cada folha contém 12 – e o valor facial é de 1º porte de carta. Eles estão disponíveis na loja online e por meio de encomenda nas agências dos Correios.

Graziela Maciel Barroso, natural de Corumbá (MS), nasceu em 11 de abril de 1912. Contrariando as convenções de gênero, próprias da época, Graziela foi efetivada para o cargo de naturalista no Jardim Botânico em 1946. A partir de então, passou a exercer as suas atividades profissionais na área da Sistemática Vegetal, principalmente na linha de Taxonomia, que objetiva a identificação científica de plantas, e em Morfologia. 

A pesquisadora atuou intensamente por cerca de 60 anos na Botânica, e contribuiu para a formação de botânicas e botânicos que atuaram e ainda atuam em diferentes locais do Brasil. Pouco antes de morrer em 2003, foi eleita para a Academia Brasileira de Ciências, mas a condecoração foi post-mortem. Mais de 25 espécies vegetais são homenageadas com seu nome, como a Diatenopteryx grazielae.