Notícias
Gilberto Menezes Amado Filho é o autor mais produtivo do mundo na área de estudo sobre rodolitos
O artigo The scientific research on rhodolith beds: A review through bibliometric network analysis, publicado na Ecological Informatics 70 (2022) 101738, aponta que o pesquisador Gilberto Amado-Filho (JBRJ), mesmo três anos após seu falecimento, ainda lidera as publicações no mundo sobre estudo de rodolitos.
Rodolitos são nódulos calcários marinhos formados por algas incrustantes e que têm papel ativo no ciclo do carbono e do cálcio, sequestrando estes elementos e formando um talo rígido composto de carbonato de cálcio. Estes nódulos de alguns centímetros de diâmetro são encontrados formando grandes bancos, os bancos de rodolitos - habitats tridimensionais no fundo do mar com papel semelhante ao dos recifes coralíneos, pois servem como substrato para um sistema de elevada biodiversidade abrigando microorganismos, outras algas e diversas espécies de invertebrados, os quais, por sua vez, atraem vertebrados maiores, como peixes.
Nesse artigo, os autores fizeram um estudo de revisão com análise bibliométrica da literatura acadêmica relacionada ao tema, considerando as publicações feitas entre 1965 e 2022. Amado Filho está no topo da lista, com 36 estudos publicados e 1126 citações, quase o dobro de citações do segundo autor na lista.
Gilberto Menezes Amado Filho era pesquisador titular do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, foi Pesquisador Nível 1 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), membro do comitê assessor em oceanografia do CNPq e um dos coordenadores do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD), do CNPq. Era também Cientista do Estado e coordenador de área da FAPERJ. Pela descoberta de uma nova organela celular, ele recebeu, em conjunto com outros pesquisadores do JBRJ, o Prêmio Luigi Provazoli, reconhecimento nunca antes recebido por cientistas brasileiros.
Formado em Biologia Marinha (1985), fez mestrado no Museu Nacional e doutorado no Instituto de Biofisica Carlos Chagas Filho, na UFRJ. Foi diretor da Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT) e atuou em diversos Programas de Pós-Graduação, onde formou 19 mestres, 14 doutores e 14 pós-doutores.