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Coexistência de plantas polinizadas por beija-flores no Itatiaia
Essa edição do Vida de Pesquisador vai até os campos de altitude do Parque Nacional do Itatiaia trazer a pesquisa do Lucas Benício, doutorando pelo Programa de Ecologia, Evolução e Biodiversidade da UNESP.
Nos campos de altitude, as plantas polinizadas por beija-flores, em geral, florescem ao mesmo tempo, e acabam compartilhando as mesmas espécies, escassas na região. O trabalho busca explorar, de forma experimental, os mecanismos ecológicos e evolutivos da coexistência das plantas, e se há uma relação de cooperação ou competição entre elas.
A questão é que as flores frequentemente recebem pólen heteroespecífico, ou seja, pólen de outras espécies, o que pode atrapalhar o sucesso reprodutivo, e consequentemente diminuir a produção de sementes. Isso pode variar em relação ao quanto uma planta tem flores parecidas ou diferentes, isso é, se as flores podem depositar seu pólen no mesmo local do corpo do polinizador ou em locais diferentes.
O estudo investiga como a morfologia floral, em especial o comprimento do pistilo (que é o órgão reprodutor feminino da flor) influencia a tolerância a esse pólen estranho. A morfologia pode prever o local de deposição de pólen no corpo do polinizador. Para isso, são realizados experimentos que “imitam” o recebimento de pólen de seis espécies, com morfologia parecida e diferente, em relação à Buddleja speciosissima. O principal objetivo é entender a coexistência entre essas plantas, se elas se toleram bem ou não.
As espécies são encontradas, em campo, e ensacados seus botões florais - com saquinhos de organza, para evitar a visitação do beija-flor. No dia seguinte, quando os botões florescem, são retirados e transportados para a execução do experimento. É depositada a mesma proporção de pólen da receptora e de uma doadora no órgão reprodutor feminino da espécie receptora. Aguarda-se 24 horas para a chegada do pólen no ovário. Esse caminho deixa um rastro, chamado de tubo polínico, pintado de azul utilizando alinina. Com isso, é possível contabilizar a quantidade de tubos formados por flor, utilizando um microscópio com fluorescência.
No link ao lado, o vídeo dessa pesquisa https://www.instagram.com/p/DSCv288Ecr0/

