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Artigo mapeia lacunas de conhecimento sobre polinizadores tropicais face às mudanças ambientais globais
Entender o quanto os polinizadores estão em declínio e, a partir daí, prever mudanças é essencial para definir prioridades e criar políticas que ajudem a reduzir os impactos negativos. No entanto, a falta de informações básicas sobre as espécies (distribuição, ecologia, parceiros de interação, etc) limita os avanços nesse sentido. Tal escassez de dados sobre as espécies é ainda mais crítica em regiões tropicais, que devem ser fortemente afetadas pelas mudanças climáticas nos próximos anos.
É o que busca mapear este artigo, publicado pela Sociobiology, em 2025, e liderado pela pesquisadora Luísa Carvalheiro, professora adjunta da Universidade Federal de Goiás e pesquisadora do Eixo Polinização Aplicada do INPol. Nele, é realizada uma breve avaliação do estado de conhecimento sobre as abelhas brasileiras, explorando as sete lacunas de conhecimento (Linneana, Wallaceana, Raunkiaeriana, Eltoniana, Prestoniana, Darwiniana e Hutchinsoniana) e o impedimento Keartoniano.
Foi descoberto, por exemplo, que a deficiência Lineana (relacionada à identificação de espécies) nas abelhas do Brasil é pelo menos cinco vezes maior que a dos países europeus com os maiores problemas desse tipo — com uma taxa de descoberta de espécies de 1% ao ano, chegando a 3% em algumas famílias. Também foi observado que mais da metade do território brasileiro (cerca de 57,5% das áreas analisadas) não tem nenhum registro conhecido de abelhas, e que a maioria das espécies tem menos de dez registros únicos, o que mostra a gravidade da deficiência de Wallace - falta de dados sobre distribuição geográfica.
Apesar das lacunas, existem informações disponíveis — embora dispersas ou de difícil acesso. Seria importante um esforço coordenado para reunir esses dados em bases únicas e padronizadas. Para isso, a colaboração entre pesquisadores e políticas que incentivem o compartilhamento de dados são fundamentais. Só assim seria possível preencher essas lacunas e tomar decisões mais assertivas voltadas à conservação dos polinizadores.
Leia o artigo completo em https://periodicos.uefs.br/index.php/sociobiology/article/view/11276/9654