Brasil tem quatro novos projetos aprovados junto aos Fundos de Investimento Climático

No primeiro trimestre de 2025, o Brasil teve quatro novos projetos aprovados junto aos Fundos de Investimento Climático (Climate Investment Funds – CIF), com recursos provenientes da Janela do Futuro (Futures Window) do seu Fundo de Tecnologia Limpa (Clean Technology Fund - CTF). Eles totalizam mais de US$ 160 milhões para o país.

Esse montante representa uma inflexão importante no acesso brasileiro ao fundo: até dezembro de 2024, o país havia aprovado cerca de US$ 90 milhões no âmbito do CIF. Com a entrada dos recursos do Programa de Integração de Energia Renovável (REI) no início de 2025 (US$ 70 milhões), o total de recursos aprovados alcançou US$ 160 milhões — cifra que, agora, mais que dobra com as novas aprovações.

Os projetos aprovados serão executados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

As iniciativas fortalecem o protagonismo do Brasil na agenda climática global e refletem o esforço coordenado do país para ampliar e acelerar seu acesso a financiamento climático internacional. O Ministério da Fazenda, por meio da sua Secretaria de Assuntos Internacionais, tem exercido papel central nesse processo, como ponto focal do CIF no Brasil e articulador das estratégias que têm viabilizado a captação crescente de recursos do fundo.

A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, embaixadora Tatiana Rosito, destacou a importância estratégica das novas aprovações: “Esses projetos reforçam o papel do Brasil como líder na agenda climática global e demonstram a capacidade do país de mobilizar financiamento internacional para impulsionar uma transição energética justa e inclusiva, com benefícios concretos para a população e para o meio ambiente”, afirmou.

“A conquista também reflete o trabalho conduzido pelo Ministério da Fazenda, que atua como interlocutor oficial junto à governança do CIF. Desde 2023, a pasta tem liderado uma agenda proativa para ampliar a participação brasileira no fundo, buscando alinhar os instrumentos financeiros disponíveis às prioridades nacionais de transformação ecológica”, completou Rosito.

Além das aprovações recentes na Janela do Futuro, o Brasil teve aprovado, em fevereiro de 2025, seu Plano de Investimento no Programa Natureza, Povos e Clima (NPC), com recursos da ordem de US$ 47 milhões. Foi ainda um dos quatro países convidados a elaborar um Plano de Investimento no Programa de Descarbonização da Indústria, com potencial de acesso a até US$ 250 milhões. Essas iniciativas demonstram a rápida escalada do engajamento brasileiro com o CIF, ampliando o volume e a diversidade de recursos mobilizados para apoiar a transformação ecológica do país.

As novas aprovações dialogam diretamente com os objetivos da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica – BIP, lançada pelo Ministério da Fazenda em 2023. A BIP busca articular políticas públicas e instrumentos financeiros para ampliar a escala e a efetividade dos investimentos voltados à transformação ecológica no Brasil. Os quatro novos projetos representam avanços concretos na implementação dessa agenda, ao mobilizar recursos em áreas estratégicas como descarbonização industrial, energias limpas e inovação tecnológica, com foco em desenvolvimento regional e inclusão social.

Confira os projetos aprovados 

Programa de Financiamento à Descarbonização da Indústria (Prodecarb)

Com US$ 30 milhões do CIF e cofinanciamento de US$ 500 milhões do BIRD, o Prodecarb visa fomentar a descarbonização e o desenvolvimento sustentável da Região Nordeste e do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. O programa apoiará o financiamento de tecnologias de transição para matrizes energéticas e cadeias industriais de baixo carbono, além de ampliar a capacidade de geração e transmissão de energia renovável.  O BNB atuará como intermediário financeiro, com foco na atração de investimentos privados para a expansão de cadeias de valor de energia verde na região.

Programa BNDES-BIRD de Apoio à Descarbonização das Cadeias Energéticas e Industriais

Com US$ 60 milhões do CIF e US$ 1 bilhão em financiamento do BIRD, o BNDES criará uma nova linha de crédito no valor total de US$ 1,06 bilhão para projetos de infraestrutura e tecnologias de baixo carbono nos setores energético e industrial, destravando investimentos de pioneiros (early movers) e promovendo novos mercados verdes.

Programa Acelerador de Energia Limpa na Amazônia

Coordenado pelo BID, o programa regional destina-se a promover uma transição energética justa na região amazônica, assegurando acesso universal à energia limpa, descarbonização de sistemas elétricos, tecnologias emergentes e soluções sustentáveis para transporte e cozinha limpa. O valor total do programa é de US$ 153 milhões, para operações no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, sendo estimada a canalização de até US$ 70 milhões em projetos elegíveis para o Brasil.

Programa Regional de Transição Energética do IDB Invest (ETRP)

Com US$ 75 milhões do CIF, o programa regional tem como meta busca promover investimentos do setor privado em energias limpas, eficiência energética e inovação tecnológica na América Latina e no Caribe. A iniciativa prevê alavancar até US$ 950 milhões em financiamento investimentos totais na região.

 Conheça o Novo Brasil

O Novo Brasil - Plano de Transformação Ecológica é a estratégia brasileira coordenada pelo Ministério da Fazenda para promover a transição para uma economia de baixo carbono, ao mesmo tempo em que aproveita os ativos e vocações do país na indústria, agricultura, energia renovável, infraestrutura, bioeconomia, ciência e tecnologia para construir um novo ciclo de desenvolvimento sustentável e inclusivo.

Faz parte da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) brasileira e se estrutura em um amplo conjunto de ações e meios de implementação financeiros, fiscais, regulatórios e administrativos para o alcance das metas.