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COOPERAÇÃO GLOBAL
Brasil reforça liderança internacional na NDC Partnership em reunião do Comitê Diretor em Roma

- Reunião do Comitê Diretor da NDC Partnership. Foto: NDC Partnership
O Brasil participou, entre os dias 1 e 2 de outubro, em Roma, da Segunda Reunião de 2025 do Comitê Diretor da Parceria NDC (NDC Partnership na sigla em inglês). O grupo reúne cerca de 200 países em torno de uma iniciativa global que busca fomentar o alcance dos compromissos climáticos assumidos pelos países participantes no âmbito do Acordo de Paris. O Brasil participa do comitê diretor, ao representar os países em desenvolvimento, na qualidade de copresidente (co-chair), ao lado da Dinamarca. O encontro reuniu representantes de governos, instituições internacionais e bancos multilaterais de desenvolvimento, para definir os rumos da cooperação global voltada à elaboração e implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) em relação ao Acordo de Paris.
Criada em 2016, durante a COP 22 em Marrakesh, a NDC Partnership reúne governos, organismos multilaterais, bancos de desenvolvimento, sociedade civil e setor privado. O objetivo é apoiar os países na elaboração, ampliação da ambição de suas NDCs, além de auxiliá-los a transformar compromissos climáticos em políticas, planos e investimentos concretos.
A reunião em Roma priorizou a aprovação do novo Programa de Trabalho 2026–2030 e estratégias de engajamento com parceiros implementadores, como o Banco Mundial (WB), o World Resources Institute (WRI), o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB), e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). As discussões abordaram a importância de reforçar o papel da NDCP como plataforma de coordenação para apoio técnico e financeiro às políticas climáticas nacionais.
Como copresidente, o Brasil conduziu os debates e contribuiu para decisões estratégicas sobre a nova fase da iniciativa, cuja prioridade é a implementação de NDCs, reforçando a necessidade de fortalecer o apoio aos países em desenvolvimento e ampliar o financiamento climático disponível.
O Ministério da Fazenda (MF) e o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) representaram o país na reunião, articulando com parceiros multilaterais estratégias para expandir os recursos destinados à iniciativa, hoje concentrados majoritariamente em doações de países desenvolvidos.
Durante as discussões, o Brasil apoiou a diversidade de instrumentos de financiamento inovadores que podem ser implementados por países para alcançar as NDCs, incluindo plataformas de país para ação climática, mercados regulados de carbono, taxonomias sustentáveis e iniciativas como o Tropical Forest Forever Facility (TFFF), mecanismos já incluídos no Plano de Transformação Ecológica do Brasil.
A presença do Ministério da Fazenda em coordenação com o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima simboliza uma nova etapa na atuação do Brasil, marcada pela integração entre agenda climática, política fiscal, industrial e de desenvolvimento sustentável. O país tem enfatizado que o enfrentamento da crise climática deve caminhar lado a lado com a promoção de investimentos produtivos, a geração de empregos verdes e o fortalecimento de cadeias industriais sustentáveis — princípios também expressos no Plano de Transformação Ecológica, no Plano Clima e na Nova Indústria Brasil.
Durante a reunião, também foi confirmada a presença da Parceria NDC na COP30, que será realizada em Belém, Pará, em novembro de 2025. A coalizão terá seu próprio pavilhão, que pode ser utilizado pelos países-membros.
Com a atuação na NDCP, o Brasil reafirma seu papel de liderança global na mobilização por um financiamento climático justo e acessível e pela convergência entre ambição climática e desenvolvimento econômico sustentável. A missão em Roma também contribui para o fortalecimento da articulação entre países do Sul Global e para a preparação política e institucional da COP 30, consolidando o protagonismo brasileiro como país-sede e articulador de consensos multilaterais.