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Migração de empréstimos mais caros para o Crédito do Trabalhador é responsável por diferença com taxas históricas
Levantamento realizado pela Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda com dados das 49 instituições financeiras que atuam no Programa Crédito do Trabalhador mostra que a taxa média das operações das instituições que já atuavam de forma relevante na modalidade de crédito consignado do setor privado foi de 2,76% a.m. em 12 de junho, valor abaixo das taxas de juros médias da modalidade apresentadas pelo Banco Central do Brasil nos meses anteriores à publicação da MP (2,9% a.m.).
Os bancos públicos ofertaram operações de Crédito do Trabalhador a uma taxa de juros média de 2,72% a.m., e os bancos de grande porte, que representam aproximadamente 46% do total de crédito concedido no programa, apresentaram uma taxa média de 2,75% a.m.
Já as instituições que aderiram à modalidade de consignado privado apenas com o Programa Crédito do Trabalhador apresentaram taxas mais elevadas, com média de 4,39% a.m. Em geral, são instituições representadas por financeiras e bancos de menor porte, com perfil histórico de atuação em modalidade de empréstimo pessoal sem garantia para clientes com maior perfil de risco de crédito, a taxas de juros mais elevadas.
A taxa média dessas instituições novatas na modalidade de consignação em folha salarial é substancialmente inferior às taxas médias das demais operações de empréstimo pessoal sem garantia, com valores superiores a 6% a.m. e podendo chegar à faixa dos 15% a.m.
Os resultados confirmam as expectativas de que o Programa Crédito do Trabalhador promoveria a maior inclusão financeira e democratização do crédito com a ampliação do acesso dos trabalhadores à modalidade de consignação em folha salarial, permitindo que os trabalhadores substituíssem suas operações de empréstimo pessoal, cheque especial e parcelamento do cartão de crédito por operações de crédito a taxas de juros mais baratas.
A ampliação de acesso ao crédito pode ser observada com o aumento no volume de concessão do crédito em 3,5 vezes o valor médio de concessões dos 12 meses anteriores ao início do Programa. Anteriormente à publicação da MP, a média mensal de contratações era de R$ 1,6 bi, que passou para R$ 5,6 bilhões em abril de 2025.
Esses resultados estão em linha com estudos recentes que indicam que 35% dos contratos do Crédito do Trabalhador foram feitos com instituições consignatárias que não tinham convênios com empregadores no modelo anterior.
TABELA 1:
Comparação entre instituições antigas e novas entrantes*
|
|
Qtde. |
Operações no Crédito do Trabalhador |
Taxa de juros (mai/2025) |
Benchmark |
|
Instituições Antigas |
8 |
48% |
2,76% a.m. |
2,9% a.m.** |
|
Instituições Novas |
41 |
52% |
4,39% a.m. |
6,2% a.m. *** |
* Instituições classificadas como novas são aquelas que não atuavam no consignado anteriormente à vigência da MP ou que possuíam carteira ativa pouco significativa em fev/2025.
* Média da taxa de juros do consignado privado entre dez/2024 e fev/2025.
*** Média da taxa de juros das operações de crédito pessoal.
TABELA 2:
Grandes números Crédito do Trabalhador
|
Volume contratado |
R$ 15,6 bilhões |
|
Quantidade trabalhadores |
2,65 milhões |
|
Ticket médio |
R$ 5.547,57 |
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Média de parcelas |
18 parcelas |
Fonte: Dataprev (12/06/2025)
