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Brasil terá economia muito mais arrumada em 2026, diz Haddad
Em 2026, o Brasil estará com uma economia mais arrumada do que a herdada no início do atual governo. Em entrevista à GloboNews, nesta terça-feira (7/1), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que este é o plano da equipe econômica: entregar um cenário fiscal e econômico melhor, sem subterfúgios ou medidas artificiais. A estratégia envolve combate a privilégios e respeito aos direitos constitucionais, buscando um equilíbrio fiscal capaz de impulsionar o crescimento sem penalizar a população de baixa renda.
“Vamos entregar uma economia muito mais arrumada do que a que herdamos. Essa é a minha missão como ministro da Fazenda: melhorar o cenário econômico e fiscal, sem maquiagem, sem contabilidade criativa, sem calotes e sem vender estatais a preço de banana para favorecer grupos econômicos”, afirmou Haddad.
“Nós estamos em um mundo mais complicado; não dá para negar isso. Então a economia estará bem, mas nós temos que cuidar da nossa democracia, das nossas instituições e da integridade das pessoas. Isso é muito desafiador, mas eu acredito que o Brasil está bem-posicionado”, afirmou o ministro quando se referia ao enfrentamento de um cenário externo complexo.
O plano da equipe econômica tem sido implementado em etapas, com um conjunto de medidas que já passaram pelo Congresso e outras previstas para este ano, como a discussão sobre a Reforma da Renda, a tributação de Big Techs e a implantação do pilar 2 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que garante que empresas de grupos multinacionais estejam sujeitas a uma taxação mínima efetiva.
O Ministério da Fazenda projeta um crescimento de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, com cenário de déficit primário de 0,1%, desconsiderando os efeitos do Rio Grande do Sul. Mesmo com os impactos das dívidas do Estado, segundo Haddad, o resultado permanece abaixo das previsões iniciais do mercado - 0,37% do PIB.
“Entregar o resultado primário não é uma operação matemática complexa; é uma equação política complexa. Você tem Congresso, Judiciário, Executivo e você tem que harmonizar os poderes em torno desse objetivo. Voltar a ter sustentabilidade das contas públicas vai nos permitir crescer mais, com mais distribuição de renda”, afirmou.
Durante a entrevista, o ministro relembrou que, no ano anterior, o compromisso era reduzir o déficit para menos de 1%, mas os pagamentos de precatórios e dívidas herdadas do governo anterior elevaram esse índice para mais de 2%. Ainda assim, o esforço fiscal do Brasil foi reconhecido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como um dos mais significativos do mundo.
Haddad reforçou que a estratégia de ajuste é equilibrada, buscando manter o crescimento econômico e evitar retrocessos na distribuição de renda e na geração de empregos. Segundo ele, nos últimos dois anos, o país registrou um crescimento acumulado de 7% e criou 3,5 milhões de novos postos de trabalho, resultado que reflete a recuperação da renda dos trabalhadores e a consistência da política econômica. “O resultado de emprego e crescimento é bom, mas nós temos que olhar para as outras variáveis. Você tem que olhar os dados e não deixar o carro sair dos trilhos”, disse.
Segundo ele, apesar de eventuais críticas, o Brasil tem avançado de maneira consistente ao longo do tempo. “Nós entregamos uma reforma tributária após 30 anos de espera, uma modernização do contrato de seguros, o programa Desenrola Brasil e o novo Marco de Garantias”, exemplificou. Ele ressaltou a implementação de um amplo pacote de reformas microeconômicas que visam melhorar o ambiente de negócios no Brasil e o conjunto de programas voltados para a transformação ecológica, iniciativa essencial para atrair mais investimentos em uma área sensível e estratégica.