Financiamento sustentável de transição é tema de evento conjunto da reunião do G20 no Rio

Fernando Haddad chamou atenção para a disparidade entre desenvolvidos e os emergentes em relação ao destino dos investimentos sustentáveis – Foto Diogo Zacarias

A presidência brasileira da Trilha de Finanças do G20 e os Emirados Árabes Unidos — que presidem a COP-28 —  realizaram evento conjunto na quarta-feira (24/7), no Rio de Janeiro. O evento, chamado “Tornando o Financiamento Sustentável Disponível, Acessível e Barato”, teve a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que abordou a necessidade de que economias emergentes e de baixa renda possam ter acesso a financiamento para seus planos de transição.

Haddad, mencionando a importância da reunião do G20 e do evento com a COP-28, apontou como o cenário atual é marcado por uma disparidade entre países desenvolvidos e emergentes em relação ao destino dos investimentos sustentáveis. “Nos reunimos em um momento crítico. A urgência para agir contra a mudança do clima nunca foi tão grande. A emergência climática requer uma resposta global. As decisões que tomarmos ressoarão globalmente. Precisamos desbloquear todo o potencial do capital público e privado. Sabemos que ao acesso continua sendo um desafio. Fortalecer a capacidade desses países permite direcionar os investimentos para onde eles são mais necessários”, disse.

O ministro apresentou aos presentes o Plano de Transformação Ecológica (PTE) e lembrou das iniciativas brasileiras no G20 para mudanças nos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento e pela facilitação do acesso a fundos verdes. “O Plano é uma concretização de nosso compromisso com os acordos de Paris e os ODS [Objetivos do Desenvolvimento Sustentável] da ONU. Pretendemos gerar oportunidades econômicas, criar empregos sustentáveis e bem-estar a nossos cidadãos”, disse.

Convergência de agendas

Secretária de Assuntos Internacionais da Fazenda e coordenadora da Trilha de Finanças do G20, a embaixadora Tatiana Rosito também esteve no encontro e destacou a convergência entre a agenda brasileira e a da COP-28. “Essa parceria é muito poderosa. Isso torna necessárias as relações de alinhamento entre esses foros. O processo de construir esse alinhamento entre fluxos financeiros e ambições climáticas é um dos principais desafios da atualidade”, pontuou Rosito.

A embaixadora destacou também que o tema do evento seria um dos pontos principais da reunião de ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20, que se inicia nesta quinta-feira (25. “No G20, já foi bastante reconhecida a necessidade de aproveitar este impulso. Acreditamos que algumas das principais entregas vão assimilar uma nova forma de abordar a relação entre a questão climática e seu financiamento. Isso estará no centro da reunião ministerial”, complementou.

Além de representantes dos Emirados Árabes Unidos, o ministro das Finanças do Azerbaijão, que presidirá a COP-29, esteve presente. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima brasileira, também participou do evento. O Brasil sediará a COP-30, fazendo que a troika deste fórum estivesse representada no evento.