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Palestra abre debate sobre o uso da Inteligência Artificial no DNIT
A inteligência artificial está cada vez mais inserida no nosso cotidiano, seja em processos básicos do dia a dia ou em memes que circulam na internet. Neste contexto, a Diretoria de Infraestrutura Rodoviária (DIR) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) promoveu, nesta quinta-feira (10), uma palestra sobre o uso da ferramenta nas rotinas da autarquia.
“Apesar de que, na minha percepção, tenhamos um grande desconhecimento sobre como ela funciona e o que, de fato, ela é, é muito importante começarmos a introduzir a inteligência artificial não apenas no serviço público, mas na vida”, disse Vinicius Santana Gomes, servidor da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda do Distrito Federal e especialista no assunto.
"O que não te contaram sobre inteligência artificial: ferramentas práticas para ganhar horas no seu dia” foi o tema da palestra de Vinicius, que abordou benefícios, riscos e desafios do uso das plataformas nas rotinas de trabalho.
Em sua fala, o palestrante apontou alguns exemplos de como a IA já está sendo usada pelo GDF, como, por exemplo, na análise de contratos de licitação, e falou sobre a capacidade que a ferramenta tem para avaliar detalhes que, às vezes, possam passar batidos por nós.
A tendência é que o uso bem feito da IA no serviço público permita a otimização de processos, a automação de tarefas repetitivas e uma melhor gestão de documentos. "Por meio do que chamamos de análise preditiva, podemos prever demandas e necessidades da população, permitindo uma alocação mais eficiente dos recursos", disse.
Para ele, então, é importante que os profissionais comecem, o quanto antes, a fazer uso da IA no seu dia a dia. “A ferramenta só se torna conhecida se vocês a usarem [...] Por isso a gente precisa, de alguma forma, internalizar isso pra gente. Muito em breve, vai ser um requisito para que estejamos dentro da sociedade, do ponto de vista profissional”.
Começar a alinhar a tecnologia com o que temos de conhecimento é uma das chaves para aprimorar os resultados daquilo que é pedido às inteligências artificiais. Vinicius explica que, para melhores resultados, é preciso conversar com as ferramentas como se estivéssemos falando com um ser humano.
“Se você falar frases soltas, que não fariam sentido e sem contexto, de maneira que um ser humano não te entenderia, ela também vai te responder de forma equivocada”, aponta.
Outra dica dada por ele para a obtenção de melhores resultados é configurar as ferramentas para o modo “racional”, ou seja, que pensa/reflete sobre o que está sendo pedido. São versões que já existem nas plataformas mais utilizadas, mas que, geralmente, estão escondidas.
Para a diretora de Infraestrutura Rodoviária substituta, Maria Helena Ferrer, se olharmos para o mapeamento das rotinas da autarquia, nos deparamos com uma série de processos repetitivos que nos abrem uma janela de oportunidades para o uso da IA dentro das nossas demandas. “Esse primeiro momento visa quebrar paradigmas e a resistência inicial à ferramenta. A ideia aqui é desmistificar a inteligência artificial, usando exemplos simples e objetivos sobre como podemos incorporá-la ao nosso dia a dia”, completou.
Riscos e Desafios
Observar as limitações da inteligência artificial é um dos desafios apontados por Vinicius. Por isso, é importante ficar de olho na data de corte, na falta ou na incapacidade de absorver alguns dados, além da falta de memória de longo prazo e das "alucinações" que podem ser geradas pelas plataformas.
São desafios, ainda, a capacitação dos profissionais, a resistência às mudanças que a IA pode trazer e o entendimento do que ela significa. “Um dos pontos mais importantes é compreendermos o que a inteligência artificial é, de fato, e como ela pode nos beneficiar. Só assim conseguiremos usá-la e termos resultados satisfatórios”, destacou.
Quando o assunto são os riscos do uso no serviço público, o palestrante aponta a importância de limitar o uso de documentos restritos e sigilosos e de informações estratégicas, em função dos riscos de que esses dados acabem sendo vazados.
Além de servidor do GDF, Vinicius Santana Gomes é especialista em inteligência artificial, palestrante em eventos internacionais, como Campus Party, e também em órgãos nacionais como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) e Escola de Governo do Distrito Federal (EGOV). Possui certificações pelas universidades de Stanford e Pensilvânia, nos Estados Unidos, Google e IBM. Atua no desenvolvimento de soluções com IA generativa, automação de processos e é professor de IA para o setor público no DF, com foco em tornar a tecnologia acessível e demonstrar como a inteligência artificial pode gerar resultados concretos no dia a dia das pessoas.

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