Primeira transmissão em cores na TV brasileira completa 53 anos

Há 53 anos, a televisão no Brasil ingressava em uma nova era. O desfile da Festa Nacional da Uva, em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, foi a primeira transmissão em cores no país. A Globo exibiu o cortejo, integrante da programação do evento, que atualmente conta com apoio da Lei Rouanet, em 19 de fevereiro de 1972. As imagens foram cedidas pela TV Difusora, de Porto Alegre, com colaboração técnica da TV Rio e apoio das TVs Gaúcha, Piratini e de Caxias. A apresentação, com narração de Cid Moreira, durou cerca de uma hora e fez história. Em 31 de março do mesmo ano houve a oficialização do novo padrão de transmissão colorida no Brasil, o PAL-M.

A cor ajudou na popularização do veículo de comunicação no país, atraindo mais telespectadores. No entanto, devido ao custo elevado dos equipamentos, as transmissões eram raras nesta primeira fase.

Em 1973 chegou a vez das novelas ganharam cores. A pioneira foi “O Bem Amado”, de Dias Gomes, um marco da teledramaturgia brasileira. O avanço tecnológico ganhou força em 1974, com a exibição da Copa do Mundo, o que fez aumentar as vendas de aparelhos de TV. Três anos depois, as atrações em preto e branco desapareceram das grades das emissoras.

Festa da Uva

A primeira Festa da Uva ocorreu em 1931 e tinha como objetivo promover a exposição da fruta e o intercâmbio de experiências entre os produtores da região. Depois, passou a enaltecer a cultura italiana, bem como o progresso da comunidade e a ligação com a terra, costumes e tradições, tornando-se um dos maiores eventos temáticos do país.

Em 2024, a 34ª Festa Nacional da Uva captou mais de R$ 3,1 milhões de recursos via Lei Rouanet para a sua concretização. Ao longo de 18 dias, atraiu cerca de 400 mil pessoas em uma programação que incluiu shows com artistas nacionais e desfiles. Durante a edição foram distribuídas 120 toneladas de uva aos visitantes.

O evento é realizado a cada dois anos. A próxima será de 19 de fevereiro a 8 de março de 2026.

"A Lei Rouanet é muito mais do que um mecanismo de incentivo — ela é a ponte entre o potencial criativo do Brasil e a realidade de milhares de projetos que transformam vidas. Por meio dela conseguimos não apenas apoiar o setor produtivo cultural, mas também construir identidade, gerar emprego e movimentar a economia. É um instrumento de inclusão sociocultural, que permite que vozes das periferias, das comunidades tradicionais e dos artistas independentes ecoem em todo o país”, afirma o secretário substituto de Economia Criativa e Fomento Direto (Sefic) do Ministério da Cultura (MinC), Deryk Santana.

Ele salienta a importância das mudanças na Instrução Normativa da Lei feitas pela Pasta. “A partir delas, a Rouanet se tornou uma ferramenta de democratização e nacionalização do acesso à cultura e de valorização da nossa diversidade, que é o maior patrimônio do Brasil”.

Festa das Colheitas

Também incentivada pela Lei Rouanet, a Festa das Colheitas ocorre de 7 a 23 de março deste ano. O valor autorizado pelo Ministério da Cultura (MinC) para captação em 2025 foi de R$ 1,5 milhão (R$ 1.592.741,16).

O evento gratuito e bianual também homenageia os trabalhadores rurais. Na programação, apresentações artísticas de dança, música, teatro e grupos folclóricos.

Contempla ainda vivências culturais, como oficinas de artesanato e de jogos coloniais, além de exposição e venda de artesanato. O foco da edição deste ano será a curadoria e a experiência do público, incentivando o turismo cultural e criativo e a sustentabilidade.