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Agentes territoriais e comitês de cultura destacam força dos territórios no segundo dia do Encontro Regional no Centro-Oeste
Foto: Katú Leão
Oficinas temáticas, reuniões de alinhamento, conversas sobre as políticas públicas e programas do Ministério da Cultura (MinC), além de intervenções artísticas, marcaram o segundo dia do I Encontro Regional de Agentes Territoriais de Cultura do Centro-Oeste, em Goiânia (GO). Nesta quinta-feira (26), as atividades foram voltadas para troca de conhecimento e alinhamento dos trabalhos no âmbito do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC). Em clima de escuta e colaboração, os participantes compartilharam experiências e discutiram estratégias para fortalecer a presença da política cultural nos territórios.
Coordenadores dos Comitês de Cultura da região Centro-Oeste e dirigentes do MinC se reuniram para definir os próximos passos do programa e as ações conjuntas com os agentes territoriais. A secretária de Articulação Federativa e Comitês de Cultura, Roberta Martins, lembrou que o foco do programa é a formação dos bolsistas.
“O Programa é uma transição para a gente ter agentes territoriais pelo Brasil com formação. O que a gente está propondo é que o Estado chegue no território imediato. Quando a gente olha o agente territorial, é para dizer que existe uma profissão, uma pessoa que organiza a cultura no território dele”, explicou.
Para Rômulo Fraga, coordenador metodológico do Comitê de Cultura do Mato Grosso, a aproximação entre os agentes territoriais e os comitês é um dos ganhos do Encontro. “Estamos conhecendo os agentes mais de perto, e eles têm nos procurado para somar nas ações. Isso tem dado certo. Eles compartilham os projetos e conseguimos dar mais visibilidade a essas iniciativas”, avaliou.
Oficinas temáticas
Ao longo do dia, os agentes territoriais participaram de oficinas pensadas para compartilhar informações sobre políticas públicas. Entre as temáticas, Círculos de Cultura, Ativa Território, Identificação, Implementação e Certificação de Pontos de Cultura e Cultura em Jogo: construindo políticas públicas desde os territórios.
A agente territorial Tayana Duarte, saiu da oficina de Escuta Pública motivada. Artista de rua na cidade de Cáceres (MT), ela acredita que agora terá mais condições de levar o que aprendeu para sua comunidade. “Sempre atuei artisticamente, mas agora estou aprendendo a falar sobre políticas públicas. A comunidade está desesperançosa de viver da sua cultura, viver dos seus saberes. É importante a gente chegar e explicar que existem políticas que acolhem os saberes tradicionais, acolhem a cultura como ela é, sem a gente precisar se adequar a padrões”, avaliou.
Essa também foi a compreensão da Ana Quintslr, técnica de complexidade intelectual da Coordenação-Geral dos Comitês de Cultura, responsável por ministrar a oficina de Escuta Pública. “Eu senti que elas saíram com clareza da importância da participação social na construção das políticas públicas e com segurança para replicar esse conhecimento nos territórios. Muitas já estão planejando oficinas locais para compartilhar o que aprenderam”, relatou.
Políticas integradas
Após a formação nas oficinas temáticas, os agentes territoriais voltaram a se reunir para uma conversa ampla sobre os todos programas e políticas culturais em andamento no Ministério da Cultura e nas entidades vinculadas. Representando a Fundação Nacional de Artes (Funarte), a coordenadora da diretoria de Fomento e Difusão, Lenine Guevara, lembrou que artistas e agentes culturais não são apenas beneficiários das políticas, mas parte ativa da sua construção. “Os agentes artísticos são parte, são o meio pelo qual a arte acontece, pelo qual o direito à arte vai chegar ao território. O direito às artes, o direito à cultura é para toda a população e a gente precisa dessas pessoas para que isso se estabeleça”, lembrou.
O técnico em complexidade intelectual da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Adilson Silva, falou sobre a Política Nacional de Cultura Viva (PNCV); e o coordenador-geral da Diretoria de Assistência Técnica a Estados, Distrito Federal e Municípios, Binho Perinotto, levou informações sobre a Política Nacional Aldir Blanc.
Sobre o programa Territórios da Cultura, a coordenadora-geral de Articulação e Parcerias na Subsecretaria de Espaços e Equipamentos Culturais deu informações sobre os equipamentos que serão entregues na região. “No Centro-Oeste, são 23 Céus das Artes. Precisamos incentivar que as comunidades saibam que esses espaços são delas. Tem cineteatro com estrutura completa, pronto para receber apresentações, formações e encontros”, declarou.
No fim do dia, o grupo de agentes territoriais participou de atividades artísticas na Casa de Cultura da Juventude, sede do comitê de cultura de Goiás. A programação do Encontro segue até esta sexta (27).