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Premiação
Vencedoras do 1º Prêmio Mulheres e Ciência recebem premiação em Brasília
- Foto: - Marcelo Gondim
As vencedoras do 1º Prêmio Mulheres e Ciência receberam suas premiações nesta quarta-feira (12), em Brasília. A cerimônia contou com a presença da ministra da Ciência e Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão. Iniciativa do MCTI e do CNPq, o prêmio contou com as parcerias do Ministério das Mulheres, do British Council e do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF).
Lançada com o objetivo de valorizar e reconhecer a contribuição das mulheres para o avanço da ciência no Brasil, a premiação promove a diversidade, pluralidade e equidade de gênero e visa incentivar a maior participação feminina nas carreiras de Ciência, Tecnologia e Inovação.
A ministra Luciana Santos lembrou a importância do Dia Internacional da Mulher e a opressão que o público feminino ainda sofre nos tempos atuais. Segundo ela, a cerimônia é um marco para o compromisso com mudanças estruturais que precisam ser feitas para que a ciência possa ser plural, diversa e acessível a todas.
Luciana Santos destacou que, embora as mulheres sejam mais da metade dos bolsistas do CNPq, essa proporção não se mantém quando se fala em posições de liderança. Por isso, a ministra afirma ser necessário reconhecer a tripla jornada exercida pelas mulheres e garantir o apoio e estímulo por meio de editais, como o Meninas Mulheres na Ciência - que investe investe R$ 100 milhões em mais de 5 mil bolsas voltadas à atração e permanência de meninas nas ciências exatas, engenharias e computação. “É uma honra estar entre tantas mentes brilhantes que inspiram novas gerações. Esse é um dos nossos papéis”, concluiu, enaltecendo as agraciadas.
De acordo com o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, é muito importante ver que a sociedade e a academia estão reconhecendo o trabalho das mulheres. “Esse prêmio serve de farol para nossas meninas, mostrando que sim podem produzir”, disse.
O British Council no Brasil foi representado pela diretora de Engajamento Cultural, Diana Daste; e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, pela diretora no Brasil, Estefanía Laterza de los Ríos.
Confira as fotos da premiação.
Inspirações para as jovens cientistas
Os prêmios individuais - sobretudo os da categoria Trajetória, voltada a pesquisadoras com idade a partir de 46 anos - geraram comoção na plateia. A professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB) Débora Diniz Rodrigues, agraciada da área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes, foi aplaudida ao afirmar que “a ciência que fazemos é sobre as mulheres, para as mulheres e para o bem viver”.
Também sob aplausos, Mariângela Hungria, contemplada na área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, destacou que já chegou a ser ameaçada de morte por indústrias químicas quando defendia o uso de biodefensivos na agricultura. “Hoje somos líderes mundiais no uso de produtos biológicos”, comemorou. Ela enfatizou todo o apoio que recebeu do CNPq em sua carreira. “Pude persistir graças a um investimento público em algo que os financiadores acreditaram”, concluiu.

- A pesquisadora Camila Cherem, Ribas, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), recebeu o prêmio da Diretora de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política, Andreza Silva Xavier.
Premiada da área de Ciências da Vida, Camila Cherem Ribas disse que espera que esse tipo de premiação nos leve a um momento em que a sociedade não precise de prêmios para reconhecer minorias. “Mas ainda estamos longe disso”, lamentou. Também falou sobre a visibilidade que a premiação dá a regiões discriminadas, como o Norte. “Eu quero que esse reconhecimento mostre a importância de fazer ciência na Amazônia”, disse.
Novos talentos
Contemplada da área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes, Marina Alves Amorim exaltou o trabalho de todas as mulheres que estiveram ao seu redor. “ Acho que esse prêmio é um reconhecimento também ao trabalho dessas mulheres que me formaram”.
Contemplada da área de Ciências da Vida na categoria Estímulo, Mariana Emerenciano de Sá disse que se sente orgulhosa de hoje poder ser farol a novas cientistas e fez uma homenagem às mulheres que a incentivaram a permanecer na Ciência. Mulher negra, ela chama atenção ao fato de esse público ainda ser minoria em posições de destaque. “ A gente ainda olha ao redor num prêmio e vê poucas pessoas negras num pais com mais de 50% de negros”.
Patrícia Takako Endo, agraciada na área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias disse que é uma honra representar não só a Universidade de Pernambuco (UPE), mas também todo o Agreste de Pernambuco. “Esse prêmio é uma construção de uma jornada conjunta de todas nós”, comemorou.Instituições premiadas
Vencedora da categoria Mérito Institucional, a Universidade Federal Fluminense (UFF) foi a primeira do Brasil a inserir políticas de apoio à maternidade em seus editais. A professora Erika Frasão dedicou o prêmio a todas as comissões que têm trabalhado conjuntamente em prol da equidade.
Já a Universidade Federal do Ceará (UFC) criou em 2023, a divisão de Equidade, Diversidade e Inclusão e incentivos para alunas. A vice-reitora da UFC destacou que todos os projetos são uma construção coletiva e a premiação é “Visibilização e inspiração”.
Flávia Santos, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) que conquistou o prêmio por ter uma infraestrutura com fraldários salas de amamentação e assessoria de gênero, por exemplo, destacou que o IFRS é uma instituição muito jovem e já tem representatividade. “ A gente vem fazendo a diferença dentro da equidade de gênero”, disse.

- A pesquisadora Mariana Emerenciano Cavalcanti de Sá, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), recebeu o troféu do presidente do CNPq, Ricardo Galvão.

- A pesquisadora Marina Alves Amorim, da Fundação João Pinheiro (FJP), recebeu o prêmio da diretora de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, Andreza Silva Xavier.

- As pesquisadoras Érika Elizabeth Vieira Frazão e Paula Land Curi, representantes da Universidade Federal Fluminense, receberam o prêmio da representante da CAF, Estefanía Laterza de los Ríos.




