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Curta-metragem apoiado pelo CNPq é premiado no Festival de Cinema de Gramado
Imagem do filme Jeguatá Xirê - Foto: festivaldecinemadegramado.com
O curta-metragem animado Jeguatá Xirê, produzido com apoio da Chamada de Apoio a Museus e Centros de Ciência e Tecnologia e a Espaços Científico-Culturais de 2022, foi premiado na categoria “Desenho de Som” no 53º Festival de Gramado, que terminou em 23 de agosto.
Com argumento criado pelo bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, membro do Comitê Assessor de Divulgação Científica e professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Alan Alves Brito, o filme tem a direção do autor, da roteirista e diretora Ana Moura, e do publicitário e artista de animação Marcelo Freire.
Com pouco mais de sete minutos, Jeguatá Xirê mostra o céu como um arquivo de narrativas. Em cada estrela ou sombra, ressoam histórias que guiam sonhos e lutas. “Seguimos o rastro de uma serpente cósmica que dissolve fronteiras e traça novos caminhos. Entre cantos ancestrais, corpos e pensamentos brilham como constelações insurgentes”, revela a sinopse.
O filme faz parte da exposição Cosmologias e Cosmopolíticas Afropindorâmicas, também financiada pela mesma chamada pública do CNPq e que é desenvolvida no âmbito do projeto "Cosmologias africanas, afro-brasileiras e indígenas: relações céu-terra como mobilizações cosmopolíticas da memória", coordenado pelo professor Alan Brito. O projeto também faz parte da tese “Cosmopolíticas da Educação das Relações Étnico-Raciais”, do segundo doutorado de Brito, em andamento na área de Educação, na UFRGS.
Autor de artigos, livros de ciências e literatura, educação e divulgação em ciências, Alan Brito foi agraciado pelo CNPq com o Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica em 2022, na categoria Pesquisador e Escritor. Um de seus livros foi finalista do Prêmio Jabuti 2020. Ele é pró-reitor de Ações Afirmativas e Equidade da UFRGS e membro da Equipe Pedagógica do Curso Nacional de Formação de Professores e Gestores da CAPES/MEC/SECAI para a Educação das Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola. Seu trabalho em pesquisa é voltado para temas como a evolução química de diferentes populações estelares da Via Láctea, educação e divulgação de Astronomia e Física, incluindo questões de(s)coloniais, interculturais, étnico-raciais, de gênero e suas intersecções nas ciências.
Ana Moura, por sua vez, é diretora e roteirista. Dirigiu Flora (2023), curta-metragem que mostra a rotina tranquila e solitária de uma idosa. Sonhadora, em uma certa manhã, Flora tem sua rotina alterada por um fato estranho e, a partir daí, uma série de novas situações se desdobram, até um desfecho inusitado. O curta é uma produção da Bactéria Filmes e Sala Filmes. Moura também foi assistente de direção de Virgínia e Adelaide, filme dirigido pelos cineastas Yasmin Thayná e Jorge Furtado. A obra, de 2025, apresenta a vida e obra de duas mulheres que marcaram a história da psicanálise no Brasil e ajudaram a construção do método criado por Sigmund Freud para entender a mente humana: Virgínia Leone Bicudo e Adelaide Koch. Ana Moura, da mesma forma, integra o núcleo Objetivas-APTC de Combate ao Assédio no Audiovisual do RS.
Marcelo Freire, também diretor de Jeguatá Xirê, é realizador audiovisual e comunicador social, atuando em projetos como a Universidade Aberta do SUS, o filme Konhun Mág, o Unimúsica (UFRGS) e os movimentos sociais Emancipa Comunidades e União Nacional por Moradia Popular. É co-fundador da CAPIM - Centro de Assessoria em Práticas Interdisciplinares e Mutirões.
O CNPq tem atuado no financiamento da popularização da ciência em museus e centros de ciência e tecnologia e espaços científico-culturais por meio de chamadas públicas específicas. Em 2009, lançou a Chamada CNPq/SECIS/MCT /Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa nº 064/2009. Já em 2013, lançou a Chamada MCTI/CNPq/SECIS nº 85/2013 - Apoio à criação e ao desenvolvimento de Centros e Museus de Ciência e Tecnologia. Em 2022, também publicou a Chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 39/2022, no âmbito da qual o curta Jeguatá Xirê foi financiado. Mais uma chamada nesse sentido está prevista para ser publicada no próximo ano.