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Elas na Física

As físicas brasileiras, sua busca para atrair mulheres para as Ciências Exatas e para fazer valer suas vozes
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Publicado em 03/11/2023 17h37 Atualizado em 03/11/2023 17h48

A premiação da cientista francesa Anne L’Huillier com o Nobel de Física em 2023 foi motivo de comemoração para as mulheres pesquisadoras que trabalham nessa área do conhecimento, ao mesmo tempo em que ressaltou o caráter global da disparidade de representatividade de gênero na Física. Contemplada por seus métodos experimentais que auxiliaram o estudo da dinâmica eletrônica na matéria, L’Huillier foi a quinta mulher a receber o prêmio na área de Física, aumentando uma estatística que continua incipiente. Dos 224 laureados com o Nobel de Física até agora, apenas 2,2% são mulheres. Apreciada do ponto de vista nacional, a atuação de mulheres na área de Física no Brasil permanece tímida, em comparação ao número de homens que trabalham na área. Segundo o último levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) entre seus associados, em 2018, as mulheres correspondem a 32% do total de membros dessa comunidade. Contudo, embora menos numerosas, elas têm se responsabilizado pelo apoio ou pela criação de iniciativas para atrair mulheres para a carreira científica, bem como pela afirmativa de que, sim, é possível ser mulher e ter uma carreira em áreas das Ciências Exatas. 

De acordo com a Diretora de Análise de Resultados e Soluções Digitais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a física e professora Débora Menezes, a discussão de gênero na área da Física, como em outros campos das Ciências Exatas, tornou-se uma pauta permanente. “Quando eu era estudante, isso era um não assunto. Ninguém falava disso. O que eu acho que está mudando é que isso virou assunto. Alguns homens se sentem, talvez, mais constrangidos de dizer coisas que eram ditas sem nenhum problema vinte anos atrás. Isso facilita um pouco. E as meninas estão mais empoderadas, elas reclamam, porque elas sabem que são ouvidas”, diz Menezes. Como professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ela foi uma das organizadoras do relatório final do grupo de trabalho sobre questões de gênero instituído pela SBF e que produziu, em 2018, as últimas estatísticas sobre a participação de mulheres nessa área do conhecimento no Brasil. Menezes também coordena o canal do YouTube Mulheres na Ciência e seu parceiro no TikTok. “Quando você diz para as mulheres, para as meninas, que elas são capazes, e elas querem fazer aquilo, elas fazem. Eu espero que daqui a alguns anos esse percentual de mulheres que aguente ficar na ciência aumente”, diz ela.

A movimentação de mulheres da Física para atrair a atenção de meninas para as Ciências Exatas e para celebrar o trabalho desenvolvido por pesquisadoras que contribuíram de forma relevante para a área, mas que nem sempre são lembradas, tornou-se evidente durante a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2023, que terminou em Brasília dia 22 de outubro. No estande das Meninas na Ciência, montado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, na capital federal, as professoras do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Elis Sinnecker e Thereza Paiva promoviam o projeto Tem Menina no Circuito, que este ano completa dez anos de existência. Criado pelas  duas, junto com a professora Tatiana Rappoport, também do Instituto de Física da UFRJ, o Tem Menina no Circuito atua em escolas públicas de comunidades de baixa renda do estado do Rio de Janeiro, oferecendo atividades apenas para meninas, em oficinas que unem elementos de artesanato com componentes da eletrônica convencional, levando aspecto lúdico e criativo para um contexto de ciência. 

As professoras Theresa e Elis levaram o projeto Meninas no Circuito durante a SNCT, em Brasília
As professoras Theresa e Elis levaram o projeto Meninas no Circuito durante a SNCT, em Brasília

O objetivo é empoderar as meninas e as jovens mulheres que participam do projeto. “As nossas monitoras que vão às escolas são meninas como elas, então elas conseguem se ver naquela menina que está na universidade de Física. Então aquilo já é uma inspiração”, afirma a professora Elis Sinnecker, ao refletir sobre a dificuldade de trazer mulheres para as áreas de Exatas, em especial para a Física. Em 2022, o projeto foi contemplado com prêmio internacional 2022 Science Outreach Winner, concedido pela revista Nature, em parceria com a empresa francesa Estée Lauder. 

O projeto Meninas no Circuito mostra temas da física de forma lúdica
O projeto Meninas no Circuito mostra temas da física de forma lúdica

A exposição “Se liga, são elas na Física”, em cartaz na Casa da Ciência, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é outra iniciativa das professoras do Instituto de Física da UFRJ. Com entrada gratuita, a mostra foi aberta durante a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e se estenderá até 30 de junho de 2024. A exibição foi financiada pelo CNPq e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e conta com diversos experimentos interativos, todos apresentando pesquisas de mulheres que, ao longo da História, revolucionaram a forma de vermos o mundo por meio da Física. Para a professora Elis Sinnecker, coordenadora do Museu Interativo da Física da UFRJ (LADIF) e uma das organizadoras do evento, um dos cuidados na estruturação da mostra foi o de escolher mulheres que tiveram estudos importantes na área, mas que não são tão conhecidas. “A gente procurou mulheres de todos continentes, procurou mulheres que, desde muito antigamente, estavam envolvidas com ciência e são nomes que não aparecem. Então, a gente conta um pouco da história e, como se fosse elas, apresentando aquele experimento que está relacionado com algo que elas desenvolveram lá atrás”, explica a professora. 

Exposição apresenta experimentos de mulheres da física
Exposição apresenta experimentos de mulheres da física

Ao ressaltar pesquisadoras proeminentes, mas que não são lembradas com frequência ou que quase caíram no esquecimento, a exposição “Se liga, são elas na Física” também fomenta a discussão sobre a invisibilidade da mulher nas grandes descobertas da área. Coordenadora do LADIF junto com a professora Elis Sinnecker, a bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, professora Miriam Gandelman, afirma que a mostra abrange diversas cientistas importantes para a área da Física, mas quase nenhuma é conhecida. “Se você visitar a exposição, talvez só tenha ouvido falar da Marie Curie”, diz ela. Para a professora Elis Sinnecker, é preciso divulgar o trabalho de mulheres de todas as épocas para que elas sejam lembradas, conhecidas, pesquisadas. “Eu acho que a Marie Curie alcançou algo que nem homens alcançam em geral. Ela ganhou dois prêmios Nobel. Então é um feito. As outras, tem algumas que, por exemplo, desenvolveram coisas, mas não ficaram à frente da pesquisa. Os homens tomaram aquela pesquisa e ganharam o prêmio Nobel e assim por diante”, afirma Sinnecker, que atribui esse fato mais ao contexto da  época em que essas pesquisadores viveram. Segundo ela, hoje a situação é diferente.

Entre as cientistas brasileiras citadas em “Se liga, são elas na Física”, está Neusa Amato, integrante da primeira geração de físicas do Brasil e que teve seu pioneirismo quase ignorado pela história. Uma das contribuições de Amato para a física de partículas no Brasil foi a manutenção do Laboratório de Emulsões Nucleares do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF).  A mostra também salienta o trabalho desenvolvido pela matemática alemã Emmy Noether, contemporânea de Einstein. Noether tornou-se conhecida por ter trabalho fundamental nos campos da física teórica e da álgebra abstrata, mas não mereceu o devido reconhecimento durante a vida e permaneceu anos esquecida pelos livros de História. Além dela, a física norte-americana Eunice Newton Foote é uma das profissionais mencionadas em “Se liga, são elas na física”. Foote mediu o efeito do vapor de água e do dióxido de carbono (CO2) no aquecimento de gases, concluindo que o fenômeno poderia afetar o clima terrestre no que, na atualidade, é conhecido como efeito estufa. “Acho que ficou esquecida um século”, comenta a professora Miriam Gandelman. 

Ainda durante a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no estande do CNPq, a professora do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB), Adriana Ibaldo, demonstrava experimentos, como sorvete utilizando nitrogênio líquido, ao mesmo tempo em que promovia seu projeto “Atraindo Meninas e Jovens Mulheres do DF para a Carreira em Física”. Contemplado pelas Chamadas CNPq 13/2018 e CNPq/FAPDF 31/2018, o projeto existe desde 2013 e tem, entre seus objetivos, realizar pesquisas sobre o impacto das tecnologias de gênero na representatividade das mulheres na Física, verificando como esse fator pode afetar as escolhas profissionais de meninas e mulheres; discutir conceitos da Física em um ambiente lúdico, promovendo o interesse pela matéria entre estudantes do Ensino Médio e Fundamental;  além de divulgar a ciência de forma acessível e com qualidade. “O projeto foi o primeiro de toda a área de Exatas na UnB e também um dos primeiros de Brasília a ser contemplado em editais que são exclusivos para mulheres na ciência. E aí eu pude estabelecer gênero como uma linha de pesquisa na área de Ciências Exatas”, afirma a professora Adriana Ibaldo. “A gente quer encontrar subsídios para entender primeiro o porquê existem tão poucas mulheres na área”, completa ela.

A Profª Adriana Ibaldo movimentou o estande do CNPq na SNCT em Brasília
A Profª Adriana Ibaldo movimentou o estande do CNPq na SNCT em Brasília

Segundo a professora, hoje existem dois grandes cortes que dificultam o acesso das mulheres à área de Exatas. O primeiro acontece no período escolar, quando poucas meninas se interessam pela Física. O segundo, por sua vez, ocorre no estabelecimento da carreira. “A gente quer entender por que isso acontece, para fornecer dados para orientar políticas públicas e ações afirmativas, no intuito de buscar receptividade de gênero na área de Física”, diz a professora, lembrando o complexo conjunto de fatores que influenciam essa escolha. “Em primeiro lugar, a gente tem a questão da divisão sexual do trabalho que ainda é passada para as crianças, desde pequenas. Então a área de ciências não é vista como uma área própria para mulheres, embora a gente esteja em 2023”, lamenta a professora. Além disso, ela lembra que, ao longo dos anos, com a chegada da puberdade, muitos alunos vão perdendo o interesse por ciências. “A gente está tentando entender por que esse fenômeno acontece”, completa ela. O projeto da professora Adriana Ibaldo já atendeu 1.700 alunos, em um raio de 200 quilômetros, envolvendo 14 escolas e uma biblioteca pública, além de ter tido uma pesquisa nacional aprovada na Plataforma Brasil. O estudo, intitulado “Construção das identidades das mulheres na física”, é desenvolvido em parceria com a UFRJ, com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e com a Universidade norte-americana do Colorado Boulder.

A percepção delas

O relatório de 2018 do grupo de trabalho criado pela SBF para discutir questões de gênero traçou um perfil dos seus sócios, observando que falta diversidade àquela sociedade. Seus membros, em sua maioria, são homens (68%), brancos (61%), heterossexuais (88%) e da região Sudeste (59%). O documento, além disso,  apontou a vulnerabilidade socioeconômica como uma dificuldade para a permanência na carreira e mostrou números preocupantes sobre eventos de assédio sexual e moral em ambientes de trabalho, sobretudo envolvendo pessoas de grupos minoritários. 

Uma porcentagem de 32% das físicas que responderam ao questionário proposto  afirmou ter sofrido assédio sexual, problema que afetou apenas 2% dos homens. No caso do assédio moral, 52% das mulheres manifestaram ter sofrido esse tipo de violência, um número muito maior do que o confessado pelo grupo do sexo masculino, de 31%. Sexo e gênero foram apontados como o maior motivo das dificuldades para a progressão na carreira. Consta do relatório, ademais, que 60% dos homens e 40% das mulheres envolvidos no Ensino Superior tinha filhos. A interpretação dos organizadores do documento é a de que essa diferença sugere que as mulheres tiveram de renunciar à maternidade, mais do que os homens à paternidade. 

Ao comentar o perfil bastante homogêneo traçado para o típico físico brasileiro, a professora Adriana Ibaldo observa que ele tem todos os privilégios devido à sua condição de sexo, raça, classe social e mesmo orientação sexual. De acordo com a professora, devido à disparidade existente com relação às mulheres, as poucas que optam pela área tem uma série de problemas, que  variam desde a falta de oportunidades pelo simples fato de serem mulheres até questões como violência de gênero dentro das universidades e instituições. ”A discriminação é elevadíssima. As mulheres que tentam ficar na área sofrem diferentes exclusões. Se eu fosse homem, eu podia me dar ao luxo de ser medíocre na Física. A gente tem de trabalhar o triplo para ter 1/3 do reconhecimento. Isso é absurdo. Os homens não passam pelas mesmas situações. Muitas vezes, pelo simples fato de eles serem homens, já têm acesso garantido”, afirma. 

As professoras Elis Sinnecke, Miriam Gandelman e Thereza Paiva, por sua vez, citam a influência do ambiente ou da educação para explicar a distância das mulheres da Física ou das Ciências Exatas. Enquanto Sinnecke lembra que as diferenças entre homens e mulheres são estimuladas até nos diferentes tipos de brinquedos presenteados a crianças, Gandelman lembra estudos segundo os quais desde o início da escolaridade e mesmo em casa, as meninas são menos estimuladas à investigação e à observação da natureza. Paiva, por sua vez, ressalta as responsabilidades atribuídas comumente às mulheres para refletir sobre a pouca quantidade de mulheres nas Ciências Exatas. “Desde muito cedo os pais e a sociedade decidem dar papéis às mulheres. Então, a mulher deve cuidar da casa, cuidar dos filhos, cuidar do irmão. Colocar a mulher no papel de cuidadora, que pode ser também, mas não só”, afirma a professora. 

Para a professora Débora Menezes, uma questão importante é o chamado “efeito tesoura”, observado   à medida que elas progridem na carreira. “A gente consegue perceber que elas são poucas conforme o tempo passa. A área da Física é uma área particularmente dura, né? Tem algumas mulheres que dizem que saem da área porque não se sentem suficientemente amparadas pela estrutura que a área oferece”, diz Menezes. Embora diga que tem uma visão mais positiva – ela foi presidente da SBF até abril de 2023 -  a professora admite que o ambiente masculinizado de sua área de conhecimento meio que ajuda a normatizar situações que não seriam normais em outros contextos. “Piadinhas de mau gosto, assédio moral que as pessoas não percebem que se trata de assédio. Que acham que são coisas corriqueiras”, cita. Para ela, as mulheres que se encontram na Física hoje em dia protestam muito mais do que quando ela própria era estudante. “Quando você presta atenção, você identifica essas situações de uma forma mais contundente”, afirma. 

 

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