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Brasil ganha protagonismo no cenário internacional antidopagem nos dez anos da ABCD
Foto: Abelardo Mendes Jr/ Ministério da Cidadania
A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) completa dez anos nesta terça-feira (30.11) com várias marcas a celebrar. Somente em 2021, a entidade retomou a conformidade perante a Convenção Antidopagem da Unesco, atualizou o Plano de Educação, acompanhou a entrada em vigor do novo Código Brasileiro Antidopagem, além de alcançar a meta de zero caso de resultado analítico adverso durante os Jogos de Tóquio.
Durante os últimos anos, o Brasil tem ganhado protagonismo internacional por sua atuação em esferas como as sessões contra a dopagem no esporte da Unesco. Em outubro, a delegação brasileira participou da 8ª Convenção dos Estados Partes (COP 8).
“Fomos muito atuantes, participamos das discussões em vários momentos. A gente não pode deixar de ter essa presença ativa e com respaldo técnico. Essa é uma condição para o Brasil se manter em evidência e atingir a missão de ser referência”, avaliou a secretária nacional da ABCD, Luisa Parente.
A participação ratificou a condição do país como importante ator na promoção do Jogo Limpo. Antes da COP 8, o Brasil se manteve em conformidade junto à Convenção Internacional Contra a Dopagem no Esporte da Unesco. O monitoramento é realizado a cada dois anos, tendo como referência o preenchimento do questionário ADLogic. Em todos os critérios de avaliação, o país obteve notas quatro e cinco, numa escala em que o cinco é a nota máxima.
“O ADLogic mede a atuação dos países em suas políticas e legislação no enfrentamento à dopagem e com relação ao trabalho de educação e informação. Estamos satisfeitos com o resultado e vamos trabalhar para avançar mais e ter nota máxima em todas as avaliações”, projetou o diretor técnico da ABCD, Anthony Moreira.
As parcerias com entidades estrangeiras também ajudaram no bom desempenho do país e na missão da ABCD de defender o Jogo Limpo pelo mundo. Um exemplo é o Acordo de Cooperação Técnica com a Agência Internacional de Testes (ITA), assinado em setembro, e que resultou na capacitação de 18 Oficiais de Controle de Dopagem brasileiros.
“A Certificação ITA me capacita a trabalhar em qualquer lugar do mundo, em grandes eventos e em eventos internacionais. Como responsável por capacitar os agentes no Brasil, o curso apresenta uma metodologia minuciosa que certamente agregará na forma como aplicamos nosso treinamento por aqui”, afirmou a coordenadora geral Científica da ABCD, Adriana Taboza.
A aproximação com entidades correspondentes nos diferentes países também foi uma tônica da atuação recente da ABCD. Com a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) foi firmada uma parceria para ampliar a cooperação entre os programas e monitoramentos antidopagem dos dois países. A entidade brasileira ainda fez acordos com Angola e Moçambique e disponibilizou em português uma série de documentos da Agência Internacional Antidopagem (AMA-WADA) para essas nações lusófonas.
Meta zero
Para garantir os valores do esporte, a ABCD realizou 2.766 testes para detectar o uso de substâncias ou métodos proibidos em praticantes de 23 modalidades no primeiro semestre deste ano. Parte do Grupo Alvo de Testes (GAT), as delegações do Brasil nos Jogos de Tóquio tiveram 290 atletas testados (153 olímpicos e 137 paralímpicos), ao longo de 792 missões.
“Estabelecemos como meta zero caso de dopagem nas Olimpíadas e Paralimpíadas. Os atletas que tiveram suspensão provisória decretada no período anterior, ou durante os Jogos de Tóquio, haviam sido testados antes da competição. Fomos elogiados pela Agência Mundial Antidopagem pela atuação, inclusive recebemos um ofício de congratulação da WADA”, revelou o diretor executivo da ABCD, Fernando Nardes.
As delegações brasileiras que foram competir em Tóquio receberam capacitação online composta por 12 tópicos obrigatórios sobre direitos, responsabilidades, riscos atrelados ao uso de substâncias e valores do esporte. O conteúdo fica disponível de forma gratuita e permanente, já que a atuação da ABCD se dá durante todo o ano em diversos eventos e competições pelo país e em todas as esferas e níveis esportivos, com ações educativas e distribuição de material informativo.
Live Especial
Para celebrar os dez anos da entidade, a ABCD promoveu, nesta terça-feira (30.11), uma Live especial. O encontro virtual contou com a participação da atual secretária nacional da ABCD, Luisa Parente, e do chefe de gabinete da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Diego Tonietti, além de dois convidados: Marco Aurélio Klein e Rogério Sampaio
Klein foi o primeiro secretário nacional da ABCD e permaneceu à frente do órgão até as vésperas da abertura dos Jogos Rio 2016. Rogério Sampaio liderou a ABCD entre julho de 2016 e julho de 2017. Os dois relembraram histórias do processo de criação da entidade e falaram sobre os desafios que enfrentaram.
Atualmente, Marco Aurélio Klein é integrante do comitê de especialistas para aprovação de projetos do Fundo de Combate à Dopagem da Unesco. Rogério Sampaio, campeão olímpico no judô nos Jogos de Barcelona 1992, é diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania