Além de recompensar por florestas em pé, TFFF deve incentivar a restauração, diz Garo Batmanian

Semana do Clima em Nova Iorque e o mundo está com os olhos voltados para o setor ambiental. O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Garo Batmanian, está na comitiva brasileira que participa da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas e eventos paralelos, e detalhou o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF). A iniciativa partiu do governo brasileiro e será oficialmente lançada na 30ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima (COP30), programada para novembro, em Belém (PA).
 
O TFFF será um fundo internacional que prevê o pagamento, a países com florestas tropicais, de até 4 dólares por hectare conservado. Para atrair e incentivar a adesão, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, garantiu que o governo brasileiro fará o primeiro aporte: “o Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o primeiro país a se comprometer com investimento no fundo com um bilhão de dólares. Por isso, convido todos os parceiros presentes a apresentarem contribuições igualmente ambiciosas para que o TFFF possa entrar em operação na COP30, em novembro, na Amazônia sul-americana”.
 

Foto: Fernando Donasci/MMA.

De acordo com Garo Batmanian, o dinheiro será destinado a programas de governo que já estejam em funcionamento. “Enquanto muitos se concentram em reduzir o desmatamento, o TFFF foca nos países que já controlaram o desmatamento — que têm taxas abaixo da média mundial. Então, se eles controlaram o desmatamento é porque têm políticas eficazes e devem ser recompensados por isso. Agora precisamos financiá-las para continuar, talvez dobrar de escala e expandir. Essa é a lógica do TFFF: oferecer financiamento aos países que já fazem o dever de casa, para que continuem e ampliem o que estão fazendo — reduzindo ainda mais e mantendo a floresta no longo prazo”, afirmou Batmanian.
 
RESTAURAÇÃO
O diretor do Serviço Florestal Brasileiro acrescentou que o TFFF foi desenhado de forma a contar hectares de floresta. Isso significa que o fundo não vai ponderar iniciativas como a área plantada por si só, a preservação da fauna ou a geração de carbono (o que também não exclui que o país continue sendo beneficiário de programas tipo REDD - Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal), mas a existência de cobertura florestal.
 
Garo Batmanian reforçou que o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre pode ser um agregador de iniciativas, como a restauração. “Se houver um projeto de restauração ancorado em carbono, em 10 ou 15 anos as a cobertura florestal será grande o bastante para que a imagem de satélite a identifique como floresta. E o país, então, poderá ser recompensado por isso”, comentou Garo Batmanian. “É uma forma de incentivar a restauração e a cadeia de produção da restauração é das que mais geram empregos no setor florestal”, acrescentou o diretor-geral do SFB.

Texto: Serviço Florestal Brasileiro • Mais informações: ascom@florestal.gov.br • (61) 3247-9511