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CONCESSÕES FLORESTAIS
25 lideranças indígenas participam de dia de campo sobre manejo florestal sustentável
Foto: Ascom/SFB.
Apresentar as etapas do manejo florestal, compartilhar conhecimento mútuo e aproximar a comunidade indígena das concessões florestais federais – afinal, muitos dos povos/etnias moram exatamente em torno das Florestas Nacionais (Flonas) brasileiras. Esse foi um dos objetivos do dia de campo realizado em 10 de setembro, na Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia.
Vinte e cinco lideranças indígenas tiveram a oportunidade de visitar unidades de produção florestal em áreas manejadas – todas de forma sustentável. Ao chegar na unidade manejada há 17 anos, foi possível comprovar que a concessão funciona, deixando evidente que a retirada foi de baixo impacto, como reforça o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Garo Batmanian: “vimos que a área manejada voltou a ser uma floresta. Com isso, ganha o mundo – porque mantemos a floresta; ganha o Brasil – porque essa floresta fornece serviços ambientais, como água, biodiversidade e melhoria do clima; também ajuda a população local, gerando emprego e renda no município, além de atender aos povos da floresta e comunidades tradicionais, que vivem em seu entorno”.
Esclarecer essas etapas significa difundir e dar transparência às boas práticas adotadas nas concessões florestais federais, além de promover o diálogo e a escuta ativa dos povos indígenas, garantindo sua participação no processo de gestão florestal.
O Serviço Florestal Brasileiro esteve à frente dessa visita e presente em cada momento, esclarecendo dúvidas e facilitando o diálogo com a concessionária responsável pelo manejo: “nosso objetivo é sempre melhorar o processo, tornar ele mais sustentável. E ouvindo daqueles que conhecem a floresta, que trabalham e vivem dela, é igualmente importante para vermos se estamos no caminho certo – tanto do ponto de vista do manejo, quanto de melhoria para eles. Esse tipo de diálogo é extremamente importante”, afirmou o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro.
“Essa inclusão faz parte da Consulta Livre Prévia Informada – um instrumento que agrega todos os direitos dos povos indígenas. Isso mostra que o governo, por meio do Serviço Florestal Brasileiro, está cumprindo com o dever de casa: consultando as comunidades, os territórios, as populações indígenas sobre as concessões florestais”, comentou o Coordenador Geral Executivo da Organização dos Povos Indígenas do Alto Madeira, Nilcelio R.R. Jihaui.
O líder indígena acrescentou: “a experiência foi inédita, aprendemos que há novas possibilidades. Vimos o manejo florestal legalizado. Esse é o modelo que deveria ser feito em áreas como a Flona do Bom Futuro e outras reservas indígenas: projetos sustentáveis para os povos indígenas, que sejam legalizados”.
GOVERNO
“Conhecer o manejo florestal que é liderado pelo Serviço Florestal Brasileiro na Flona do Jamari, em Rondônia, nos dá esperança de poder construir modelos de exploração e manejo que sejam, ao mesmo tempo rentáveis do ponto de vista econômico – que façam sentido para a economia do nosso País, gerem emprego e respeitem as comunidades – e que protejam o meio ambiente. O que a gente viu e chamou muita atenção é que as unidades sujeitas ao manejo florestal foram responsáveis pela manutenção e preservação do meio ambiente – inclusive com aumento na riqueza de biodiversidade”, pontuou o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, que integrou a comitiva no dia de campo junto aos indígenas.
Durigan destacou a importância da participação indígena no dia de campo: “tivemos grande interação, com dúvidas muito pertinentes sobre a certificação da madeira, tempos de recuperação dos ecossistemas... foi muito proveitoso e é assim que devemos seguir: sempre com participação social”.
Além dele, participaram outras autoridades do Executivo (Casa Civil, Ministério dos Povos Indígenas, Funai, ICMBio), além de representantes de organizações financeiras como o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Floresta Nacional do Jamari
A Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, foi a primeira área federal concedida para exploração sustentável de madeira no Brasil, em 2008. Com 222 mil hectares e cinco Unidades de Manejo Florestal, das quais duas (53,9 mil hectares) são geridas pela Madeflona, a área é monitorada por tecnologias como o LiDAR (Light Detection and Ranging), que gera mapas em 3D da floresta, mede altura e volume das árvores e avalia os impactos do manejo florestal. Os estudos também acompanham a fauna local, com registros de espécies como jararaca-cinzenta, mutum, cateto e onça-parda. A rastreabilidade da madeira é assegurada pelo Sistema de Cadeia de Custódia (SCC), que informatiza todo o processo — da derrubada e seccionamento ao transporte e primeira transformação — permitindo ao Serviço Florestal Brasileiro controlar a produção e o transporte de forma responsável e sustentável.
Texto: Serviço Florestal Brasileiro • Mais informações: ascom@florestal.gov.br • (61) 3247-9511