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SFB e UNODC lançam o Lignum brasilis, aplicativo inovador de identificação de madeira baseado em IA
Foto: Ascom/SFB
O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e o UNODC lançaram, nesta segunda-feira (8), o Lignum brasilis, aplicativo de identificação de madeira baseado em inteligência artificial. A ferramenta foi desenvolvida em parceria entre o Laboratório de Produtos Florestais do Serviço Florestal Brasileiro (LPF/SFB), o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp).
“Para o escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes no Brasil, o prazer foi todo nosso por fazer parte dessa iniciativa. Trabalhamos muito na área de assistência técnica e na parte de coordenação entre instituições nacionais e também internacionais. E a gente tem um grande foco em inovação, especialmente para essa parte de confrontar crimes ambientais”, iniciou Alexandro Walsh, coordenador de prevenção a crimes ambientais do UNODC.
A entrega oficial da plataforma reuniu representantes do SFB, da Unesp, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do UNODC, com a participação online das xilotecas nacionais que contribuíram com o projeto.
“Agradeço os parceiros que, desde o começo desse projeto, foram importantes. E pelo apoio da UNODC pelo investimento nessa área que é tão prioritária para nós brasileiros. Desenvolver estratégias para a conservação das nossas florestas aplicando essas tecnologias novas de aprendizagem de máquina, de inteligência artificial. É muito satisfatório a gente poder trabalhar em conjunto e desenvolver uma ferramenta que seja em prol do bem de todos”, analisou e agradeceu Carlos Affonso, vice-diretor da Unesp.
A chegada do Lignum Brasilis inaugura uma etapa inédita na identificação de madeira no Brasil, oferecendo agilidade, precisão e autonomia tecnológica para atividades de fiscalização, pesquisa e conservação. Além de apoiar o combate à exploração madeireira ilegal, o aplicativo contribui diretamente para a proteção de espécies nativas ameaçadas, ao permitir análises rápidas e confiáveis realizadas em campo.
O chefe substituto do Laboratório do SFB, Alexandre Bahia Gontijo, destacou que a ferramenta representa um avanço significativo na precisão da identificação de espécies e no fortalecimento das ações de fiscalização ambiental. “A inteligência artificial tem potencial para chegar até a espécie. E é claro que isso é uma evolução, a gente está dando os primeiros passos disso, mas já temos uma ferramenta bastante comum com um dataset com mais de 200 mil imagens. Tivemos taxas muito boas de acurácia para as principais espécies exploradas e comercializadas no Brasil. Nossa intenção daqui para frente é ampliar o número de espécies, entender como que isso vai se comportar em campo”, afirmou.
Após o lançamento, inicia-se a fase de distribuição dos acessórios para a captura de imagens, já testados e aprovados, inicialmente às instituições parceiras, o Ibama e as xilotecas. Em breve, o Lignum brasilis poderá ser baixado gratuitamente nas principais lojas de aplicativos e mais acessórios serão distribuídos aos órgãos de fiscalização.
Fiscalização fortalecida
O Lignum brasilis representa um marco no enfrentamento da exploração madeireira ilegal e na proteção de espécies nativas ameaçadas, ao introduzir uma tecnologia de identificação rápida e que pode ser operada em campo.
O desenvolvimento do aplicativo teve início em 2023, sob a coordenação do UNODC, com o objetivo de apoiar instituições públicas e agentes de fiscalização na adoção de técnicas eficazes de identificação de madeira em campo.
Para isso, UNODC, LPF/SFB e Unesp iniciaram uma série de ações que levaram à criação de um aplicativo capaz de identificar espécies por meio de análise de imagens.
Diversas instituições participaram para ampliar o banco de dados necessário ao treinamento dos algoritmos. Além do laboratório do Serviço Florestal Brasileiro, contribuíram com a coleta de imagens e espectros o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Ao todo, foram reunidas 6.047 imagens, provenientes de 1.201 amostras de 87 espécies tropicais. As coletas seguiram protocolos rigorosos de seleção, preparação e análise, garantindo a representatividade e a qualidade dos dados. As imagens foram capturadas com microscópio digital portátil.
Texto: Serviço Florestal Brasileiro • Mais informações: ascom@florestal.gov.br • (61) 3247-9511