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Encontro na Fazenda discute protagonismo da mulher na Transformação Ecológica para um Novo Brasil
O Ministério da Fazenda (MF) realizou um evento especial em Brasília, em celebração ao Dia Internacional da Mulher, para discutir o papel das mulheres na transformação ecológica e o impacto das políticas públicas no desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo do país. A mesa de debates reuniu, na segunda-feira (10/3), mulheres de diferentes áreas estratégicas da economia, com atuação em diversos ministérios e organizações, com o objetivo de fomentar a discussão sobre como as políticas públicas podem combater desigualdades de gênero e raça enquanto contribuem para a transformação ecológica no Brasil.
Na abertura do encontro, Fernanda Santiago, assessora do Gabinete do ministro, destacou a importância da inclusão das mulheres nas discussões sobre transformação ecológica e desenvolvimento econômico. “Em março, mês dedicado às mulheres, é fundamental falarmos sobre o impacto do trabalho feminino na construção de um futuro mais justo e sustentável. Nesta segunda edição do evento, estamos reafirmando que a transformação ecológica é o cenário perfeito para colocarmos essa pauta em evidência”, defendeu.
Fernanda enfatizou a importância de reavaliar o atual modelo de crescimento econômico do Brasil. “É essencial adotar um modelo mais inclusivo, que leve em conta os erros cometidos nos ciclos anteriores e, agora, envolva as mulheres em todas as fases do desenvolvimento”, afirmou. O Novo Brasil, que é o Plano de Transformação Ecológica do MF, tem como um dos três objetivos a redução das desigualdades sociais. Além de garantir desenvolvimento sustentável e econômico, o plano combate às desigualdades de gênero, de raça, de renda e regionais, dando oportunidades para quem mais precisa com empregos de alta qualidade e dignidade em todas as regiões do país.
A subsecretária de Política Econômica do MF, Cristina Reis, também reforçou a importância de incluir a igualdade de gênero em todas as políticas públicas voltadas à transformação ecológica. “Quando falamos em desenvolvimento sustentável, precisamos olhá-lo de forma ampla, considerando não só a proteção ambiental, mas também a redução das desigualdades que ainda afetam amplamente as mulheres, as populações negras e as comunidades mais vulneráveis. A transição ecológica é uma oportunidade para garantir que todos, independentemente de sua origem ou condição, tenham acesso a um futuro mais justo e equilibrado”, defendeu Cristina.
Com a mesma visão, Carolina Grottera, diretora de Programa da Secretaria Executiva do MF, destacou a importância de envolver as mulheres na criação de políticas públicas. “A participação das mulheres na formulação de políticas que promovam a sustentabilidade e a igualdade social é crucial. Sem uma participação ativa, as desigualdades apenas se perpetuam. A transformação ecológica é uma chance histórica de promovermos um desenvolvimento que inclua todas as vozes”, afirmou Carolina.
A gerente de Projetos da Secretaria Executiva do MF, Carina Vitral, também sublinhou a importância das mulheres ocuparem lugares de destaque na formulação das políticas públicas, refletindo sobre as barreiras que ainda precisam ser superadas. “A crise climática e as questões econômicas não podem ser tratadas sem considerar o papel das mulheres, que são tanto as maiores cuidadoras das gerações futuras quanto as que lidam diretamente com as consequências dessas crises. O governo precisa garantir que as políticas não apenas reconheçam, mas também integrem as necessidades das mulheres no processo de transformação”, comentou Carina.
Representatividade nas decisões
A procuradora-geral da Fazenda Nacional (PGFN), Anelize de Almeida, chamou a atenção para a necessidade de aumentar a representatividade feminina em espaços de decisão política. “A nossa presença nas mesas de decisão política é fundamental para que possamos garantir que as políticas públicas sejam verdadeiramente inclusivas. A luta por uma política econômica e ambiental mais justa é também uma luta das mulheres. Quando ocupamos os espaços de poder, nós carregamos todas as mulheres conosco”, ressaltou Anelize.
A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa, também destacou o papel essencial das mulheres na construção de uma economia mais sustentável. “A transformação ecológica é também uma oportunidade para que as mulheres fortaleçam suas posições em setores-chave da economia. Não podemos falar de desenvolvimento sustentável sem olhar para as mulheres como protagonistas desta mudança. Elas são fundamentais para impulsionar uma economia mais justa e inclusiva”, afirmou Luciana, que ainda enfatizou a necessidade de garantir direitos fundamentais para as mulheres, especialmente nas áreas de saúde e educação, para que a inclusão feminina se estenda também às esferas mais amplas da sociedade.
Sávia Gavazza, gerente de projetos da Secretaria Executiva do MF, lembrou que a participação das mulheres vai além de um direito, sendo essencial para a solução de problemas globais. “As mulheres têm um papel central na construção de um futuro mais sustentável. Em todas as esferas de desenvolvimento, elas precisam ser incluídas ativamente, não só como beneficiárias, mas também como criadoras das soluções que visam um Brasil mais verde e mais justo”.
Sávia falou ainda da equidade de gênero na nova política industrial brasileira. “A equidade de gênero é um dos pilares da Nova Indústria Brasil. Sem a inclusão das mulheres em todas as esferas de produção e tomada de decisão, o Brasil não alcançará um desenvolvimento sustentável”, pontuou Gavazza.
Troca de experiências
Ao final do encontro, as participantes tiveram a oportunidade de compartilhar suas trajetórias pessoais e profissionais, revelando como cada uma contribui de maneira única em seus respectivos órgãos e ministérios. A cada relato, ficou claro o impacto do trabalho feminino em diversos setores, em ambientes majoritariamente masculinos.
Além disso, o evento se tornou um espaço para celebrar as afinidades e a união que surge entre as mulheres no campo da transformação ecológica. As histórias compartilhadas destacaram não apenas as dificuldades enfrentadas, mas também as vitórias conquistadas através da solidariedade e do apoio mútuo. As participantes não apenas falaram de seus desafios, mas também de como suas experiências e habilidades únicas são essenciais para o fortalecimento das políticas públicas, sempre com o compromisso de transformar a sociedade e garantir um futuro mais inclusivo e igualitário para todos.
