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Arrecadação de receitas federais alcança R$ 226,753 bilhões em novembro
A arrecadação total das receitas federais alcançou R$ 226,753 bilhões em novembro, alta real (já descontada a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo — IPCA) de 3,75% sobre o resultado de igual período de 2025 (R$ 209,218 bilhões). Em termos nominais, houve crescimento de 8,38%.
No acumulado dos 11 primeiros meses de 2025, a arrecadação federal somou R$ 2,594 trilhões, elevação de 3,25% em termos reais na comparação com igual período de 2024 (R$ 2,391 trilhões). Em termos nominais, o resultado acumulado entre janeiro e novembro deste ano foi 8,48% superior ao de igual período de 2024.
Os valores arrecadados representam o melhor desempenho arrecadatório apurados desde 1995, tanto para meses de novembro quanto em relação ao acumulado dos primeiros dez meses do ano
As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (22/12) pela Receita Federal do Brasil (RFB) em entrevista coletiva realizada no Ministério da Fazenda, em Brasília.
Os dados foram apresentados e detalhados pelo chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros (Cetad) da RFB, Claudemir Malaquias; e pelo chefe da Divisão de Previsão e Análise da Receita Federal, Fábio Ávila de Castro, auditores fiscais da Receita Federal. A entrevista foi presencial e contou com transmissão ao vivo, pelo canal do Ministério da Fazenda no YouTube.
Confira o material com os dados da arrecadação federal de novembro de 2025
“Desde setembro estamos variando na casa entre 8% e 9% no crescimento nominal da arrecadação em relação ao ano anterior”, apontou Malaquias.
A Receita informa que a base de comparação de novembro foi influenciada por eventos não recorrentes ou alterações de legislação que ocorreram em 2024, sem contrapartida em 2025. Sem considerar os pagamentos atípicos, haveria um crescimento real de 4,51% na arrecadação do período acumulado de janeiro a novembro.
Fatores
Na comparação entre novembro deste ano com igual período de 2024, há uma série de destaques que explicam o desempenho da arrecadação no mês passado, a começar pelo comportamento dos principais indicadores macroeconômicos.
A produção industrial de outubro deste ano caiu 2,21% na comparação com igual mês de 2024 e a venda de bens registrou retração de 0,32%. A venda de serviços subiu 2,16% e o valor em dólar das importações apresentou queda de 1,13%. “A massa salarial segue a mesma trajetória desde o início do ano e apresenta uma variação nominal positiva de 9,03%”, destacou o coordenador de Previsão e Análise da Receita.
Além do comportamento dos indicadores macroeconômicos e do desempenho do IRPJ/CLLL, outros fatores também marcaram o resultado da arrecadação de novembro de 2025, aponta a Receita. Houve alta no recolhimento de IOF [Imposto sobre Operações Financeiras], em razão de alteração na legislação do tributo por meio do Decreto nº 12.499/2025. O IOF, no mês passado, arrecadou R$ 8,614 bilhões, alta real de 39,95% em relação a novembro de 2024 (R$ 6,155 bilhões).
Outro ponto de impacto sobre o resultado do mês passado foi o crescimento de 2,77% na arrecadação da Receita Previdenciária, em movimento impulsionado pelo aumento real da massa salarial. Além disso, a Receita destaca o aumento da arrecadação do Pis/Pasep e Cofins [Programa de Integração Social / Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público / Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social] em função do crescimento do setor de serviços e do desempenho positivo das entidades financeiras.
A Receita Federal também apresentou o recorte da arrecadação por divisões econômicas (exceto Receitas Previdenciárias). Nessa base de análise, destaque para o recolhimento de impostos oriundo do segmento de “atividades de exploração de jogos de azar e apostas”, que registrou arrecadação de R$ 852 milhões no mês passado, ante R$ 13 milhões em novembro de 2024. Esse salto nesses recolhimentos é reflexo direto da regulamentação do setor, com regras que começaram a vigorar este ano, explicou Claudemir Malaquias.
Receitas Administradas
Considerando dados referentes exclusivamente à arrecadação de receitas administradas pela Receita Federal, o recolhimento de novembro somou R$ 214,398 bilhões. Isso significa elevações de 1,06%, em termos reais, e de 5,57%, em termos nominais, sobre o resultado de igual mês de 2024 (R$ 203,093 bilhões).
No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, as receitas administradas pela Receita Federal somaram R$ 2,478 trilhões, representando elevações de 3,90%, em termos reais, e de 9,16%, em termos nominais, sobre o valor registrado no mesmo período de 2024 (R$ 2,270 trilhão).
Acumulado
No acumulado do ano, destaque para as receitas previdenciárias, que somaram R$ 641,952 bilhões de janeiro a novembro, alta de 3,10% sobre igual período de 2025 (R$ 622,655 bilhões). “Isso se deve, majoritariamente, ao crescimento da massa salarial; também à reoneração da folha de pagamento, que vem ocorrendo ao longo deste ano”, explicou Fábio Ávila de Castro.
A arrecadação de Cofins/PIS-Pasep somou R$ 528,852 bilhões, representando elevação de 2,79% sobre o resultado dos 11 primeiros meses do ano passado (R$ 514,496 bilhões). Essa expansão foi impulsionada principalmente pelo setor de serviços, apontou o chefe da Divisão de Previsão e Análise da Receita Federal.
Já o recolhimento acumulado de IRPJ/CSLL [Imposto de Renda da Pessoa Jurídica / Contribuição Social sobre o Lucro Líquido] alcançou R$ 498,229 bilhões entre janeiro e novembro deste ano, alta de 1,44% sobre igual período de 2024 (R$ 491,165 bilhões).
Confira a entrevista coletiva de divulgação do resultado da arrecadação das receitas federais de novembro de 2025