A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, a partir de 2026, representa um avanço significativo para o trabalhador brasileiro.
Hoje, a faixa de isenção é até R$ 2.259,20. A partir de 2026, quem ganhar até R$ 5 mil por mês não precisará mais pagar Imposto de Renda. Além disso, para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350, haverá um desconto parcial, reduzindo o valor pago atualmente.
Serão 15 milhões de brasileiros a mais beneficiados a partir de 2026, sendo 10 milhões de isentos e 5 milhões com redução de imposto de renda (pra aqueles que ganham entre R$ 5 mil e R$ 7.350).
Como 10 milhões já deixaram de pagar Imposto de Renda desde o início do governo Lula (desde 2023, contando o aumento da isenção em maio de 2025), o governo beneficiará, entre 2023 e 2026, aproximadamente 25 milhões de brasileiros no total.
O valor que essa parcela da população deixará de pagar será compensado por cerca de 140 mil brasileiros de alta renda que não pagam nada ou quase nada hoje.
A mudança significará mais dinheiro no bolso do trabalhador: com menos imposto descontado, a renda líquida aumentará.
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Como será feita a compensação desse valor para o Governo?
A ampliação da faixa de isenção resultará numa redução da arrecadação de receita pela União da ordem de R$ 25,84 bilhões em 2026.
A tributação mínima das altas rendas possibilitará uma ampliação de receita de R$ 25,22 bi, além de R$ 8,9 bi adicionais da tributação de 10% na remessa de dividendos para o exterior (apenas para domiciliados no exterior).
Trata-se de uma questão de justiça tributária. Para compensar a perda de receitas que o aumento da isenção ocasionará, o governo propôs o pagamento de um imposto mínimo de até 10% para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, o equivalente a R$ 600 mil por ano.
Como funcionará a tributação de altas rendas?
A tributação mínima para altas rendas funcionará de forma progressiva e alcançará apenas quem ganha mais de R$ 600 mil por ano.
Primeiro, toda a renda recebida no ano pela pessoa será somada, incluindo salário, aluguéis, dividendos e outros rendimentos. Não entrarão na conta valores relativos a heranças, vendas de bens, ganhos com poupança, títulos, indenizações, aposentadorias e pensões por moléstias graves, além de outros rendimentos previstos na Lei nº 15.270/2025.
Se essa soma for menor que R$ 600 mil, não haverá cobrança adicional. Se ultrapassar esse valor, será aplicada uma alíquota, que cresce gradualmente até 10%, para quem ganhar R$ 1,2 milhão ou mais.
A regra só alcança 141,4 mil pessoas no Brasil. Ou seja, apenas 0,13% dos contribuintes do país. Isso significa que a regra não afeta a maioria dos brasileiros.